Escola de dança mobiliza alunos e pais em lives semanais
Projeto de Montenegro realiza transmissões para manter a proximidade dos dançarinos durante a quarentena
Impossibilitados de se reunirem para ensaiar devido à pandemia causada pelo coronavírus, alunos da escola de dança Plié & Cia, de Montenegro, enfrentam a saudade da rotina de treinamentos por meio de lives, que ocorrem semanalmente no Instagram. Além dos alunos, os pais dos integrantes também participam de suas residências.
Desde o início de abril, a escola promove transmissões que normalmente duram cerca de uma hora e apresentam variados temas para o público. No último “ao vivo”, na noite de quinta-feira, 23, o professor Luis Primaz demonstrou movimentos de alongamento e flexibilidade que são feitos antes de um ensaio e uma apresentação.
Fundadora da escola, a professora Débora Primaz salienta que os conteúdos de aula estão sendo enviados semanalmente para os alunos em formato de vídeo pelo WhatsApp. Ela destaca a participação do público em geral, não apenas dos alunos, nas transmissões ao vivo. “Tem bastante gente de fora participando, interagindo. Acredito que é para conhecer o nosso trabalho. Em 2020, a escola completa 15 anos”, ressalta.
Apesar do engajamento de boa parte dos alunos e até de pessoas que não fazem parte da escola nas transmissões, Débora demonstra preocupação com o desligamento de alguns dançarinos do grupo. Além disso, há integrantes que não acompanham as lives se os pais não estiverem junto, pois são crianças pequenas. “Como é uma atividade muito específica, estamos bem preocupados. É complicado fazer nossas atividades a distância. Esperamos que possamos retornar o quanto antes aos encontros presenciais”, diz.
A dançarina Ana Júlia Vieira, que foi aluna da Plié por muitos anos e, hoje, é professora da escola, valoriza o momento de interação proporcionado pelas lives semanais. “Ao mesmo tempo em que essa pandemia dificulta a comunicação, o momento está servindo para percebemos o quanto nossos alunos gostam da gente e como amamos o que fazemos. Recebemos muitas mensagens de saudade e das meninas pedindo para que o balé volte logo”, enfatiza.
Assim como Débora, a professora Ana Júlia espera que tudo se normalize o quanto antes para que os ensaios possam ser retomados presencialmente. “Não estamos contando (as lives) como aula. Trabalhamos com um curso de formação, então é complicado conseguir formar um aluno somente a partir de lives, ainda mais se tratando de uma técnica tão precisa como o balé clássico”, declara.
Transmissões aproximam os pais da rotina dos filhos
Antes da pandemia do coronavírus, nos ensaios presenciais da Plié & Cia, os alunos realizavam suas atividades na escola, enquanto alguns pais acompanhavam de longe, sentados em sofás ou bancos. Agora, os pais podem participar das apresentações em casa e repetir os movimentos feitos pelos filhos, tornando o momento até mais divertido e especial.
Na residência da jovem Ana Carolina Heinz, 17 anos, as transmissões semanais são momentos garantidos de descontração e aprendizado. “As lives fazem com que a interação dos pais seja maior, já que eles podem fazer as atividades como uma forma de diversão. A escola teve que se reinventar para manter as atividades e o contato com os alunos. É bem reconfortante, traz uma sensação de normalidade em meio a esse período difícil”, frisa.
Há seis anos na Plié, Ana Carolina encara o momento como uma oportunidade de aproximação e união de alunos, pais e professores. “Mesmo tendo saudade dos ensaios presenciais, as professoras e as colegas estão sempre presentes, seja nas lives ou em grupos no WhatsApp”, completa.
