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Olimpíada Escolar Para Todos, de Novo Hamburgo, contou com 98 atletas paralímpicos. Número evidencia que todos são iguais perante o esporte

Carolina Zeni
Redação Beta
5 min readSep 11, 2017

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(Foto: Carolina Zeni/Beta Redação)

Uma deficiência no crescimento. Nada mais que isso. Murilo Major, de 16 anos, mede 1,30 m, mas é um gigante no esporte. Suas limitações físicas jamais foram problema. Pelo contrário. O estudante da Escola Municipal Francisco Xavier Kunst, de Novo Hamburgo, um dos 98 atletas paralímpicos da Olimpíada Escolar Para Todos 2017, deixou em segundo plano qualquer comentário tecido pelo preconceito, superou as dificuldades enfrentadas e usou o esporte a seu favor. Ele, inclusive, não cansa de repetir:

“Eu mudei pelo esporte.”

Assim, de forma simples e clara, que Murilo, antes desinteressado pelos estudos — reprovou no 6° ano — percebeu a importância de uma boa conduta para “ir adiante”, como mesmo afirma. “Tive uma oportunidade de competir naquele ano, mas meu pai não me autorizou por causa do meu comportamento. Foi aí que eu percebi que eu precisava mudar”, destacou o menino. Desde então, conquistou medalhas em competições municipais, estaduais e nacionais. Questionado sobre o número de medalhas de ouro, prata e bronze que já exibe em seu quarto, o jovem sorri: “Nem sei. São várias.”

Determinado a uma nova vida, dedicada aos estudos e principalmente ao esporte, que Murilo se destacou no atletismo, com lançamentos de dardo e disco e arremesso de peso. Dentre algumas conquistas, mesmo com a pouca idade, Murilo já foi campeão nas seguintes competições:

Campeão Paracergs 2015 (Passo Fundo/RS)

Campeão Paralimpíadas Escolares 2015 (Natal/RN)

Campeão Circuito Paralímpico Caixa — Etapa Rio-Sul 2016 (Curitiba/PR)

Campeão Paracergs 2016 (Santa Cruz do Sul/RS)

Vice-campeão no Circuito Paralímpico Caixa 2016 (São Paulo/SP)

Campeão Circuito Paralímpico Caixa 2017 (Rio de Janeiro/RJ)

Campeão Paracergs 2017 (Porto Alegre/RS)

O atleta também foi convocado para a seleção gaúcha, pela qual disputará as Paralimpíadas Escolares em novembro, em São Paulo, capital. Tudo isso foi e está sendo conquistado por mérito dele, que colocou em segundo plano qualquer tipo de preconceito e vive uma trajetória de garra, desafios e superação.

A vida de Murilo, assim como suas vitórias são esclarecidas em uma só lição: “Não é porque uma pessoa não enxerga que ela não pode correr. Não é por causa da altura que não se pode praticar esportes.”

(Crédito: Carolina Zeni/Beta Redação)

Murilo Major é apenas um dos 98 alunos paralímpicos que participaram da Olimpíada Escolar Para Todos 2017, em Novo Hamburgo, que se encerrou no último mês. No total, foram 4.114 alunos participantes em 18 dias de Olimpíada.

A inclusão na edição deste ano é um exemplo a ser seguido. Isso porque o evento tem como função o incentivo para o desenvolvimento do esporte educacional, olímpico e paralímpico, sob forma, educativa, participativa e competitiva aos alunos das redes municipal, estadual e particular de ensino de Novo Hamburgo. Tudo isso a fim de garantir o direito do exercício da cidadania.

Além do mais, a Olimpíada Escolar, principalmente nesta edição, desejou — e conseguiu obter — um saldo positivo no que diz respeito a integração dos alunos das três redes de ensino do Município. Das 70 escolas da cidade — 51 municipais, 12 estaduais e 7 particulares — todos os estudantes competiram de igual para igual.

(Crédito: Carolina Zeni/Beta Redação)
Murilo e a professora Claudia (Foto: Carolina Zeni/Beta Redação)

A Olimpíada tem por finalidade desenvolver tanto o esporte educacional olímpico e paralímpico. Os números e os destaques foram gratificantes para a equipe organizadora desta edição.

O chefe de Esporte e Lazer de NH e um dos organizadores da Olimpíada, Cezar Ribeiro, comenta os números e os destaques do paradesporto (Crédito: Carolina Zeni/Beta Redação)

O evento já é tradicional na cidade e busca oferecer a oportunidade de diversas vivências esportivas. E o mais importante: valoriza a inclusão e o respeito às diferentes possibilidades de participação. Ali, todos são iguais perante o esporte.

Durante os 18 dias de Olimpíada, as atividades foram intercaladas em locais diferentes, entre eles: Sociedade Ginástica Novo Hamburgo (SGNH) , Instituição Evangélica Novo Hamburgo (IENH), Sociedade Aliança, Colégio Marista Pio XII, Colégio Estadual Senador Alberto Arlindo Pasqualini e algumas instituições municipais (Fotos: Cezar Ribeiro/Divulgação)

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