Exposição no Museu da Ufrgs refaz o caminho do esporte em Porto Alegre
“Paisagens da Memória: cidades e corpos em movimento” estará aberta até o final de março
Apresentar o esporte como um fenômeno cultural é o objetivo da exposição Paisagens da memória: cidades e corpos em movimento, que está no Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A mostra segue até março do ano que vem, reunindo imagens históricas, vídeos e objetos diversos, como flâmulas, troféus, uniformes e medalhas.
A maioria do material apresentado pertence ao Centro de Memória do Esporte da escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ceme), e foi doada pelo médico Henrique Felippe Bonnet Licht em 2002 — um lote de cerca de 15 mil objetos colecionados durante mais de 50 anos.
Aberta desde 15 de maio deste ano, a mostra é composta por diversos setores, exibindo como o esporte moldou a cidade com o passar dos anos. Logo na abertura, o público é recebido por um fotograma de Nelson Rubens Saul saltando sobre o cavalo. O atleta foi campeão mundial de ginástica na década de 50.
Além dele, diversas personalidades históricas do esporte brasileiro estão retratadas na exposição, como Inezil Penna Marinho, capoeirista que tentou, nos anos 80, transformar a capoeira em um método de ginástica nacional, criando uma bandeira e uma camiseta buscando a sua valorização, que podemos contemplar na mostra. Também é possível apreciar o cronômetro usado por Guilherme Sulzer, protagonista dos esportes em praças e parques de Porto Alegre, na década de 20.
Dentre os objetos que mais se destacam na mostra, está a primeira medalha olímpica por equipes conquistada pelo Brasil, em 1920, na Antuérpia, de Dario Barbosa. Também se pode contemplar o passaporte do atleta, além da lista de passageiros da delegação brasileira daquele ano.
Outros utensílios que chamam a atenção são uma garrafa de vinho e um maço de cigarros com a logomarca dos jogos mundiais universitários de 1963 — algo impensável em eventos esportivos atuais. É possível apreciar ainda uma Arena de Touros, montada no Campo da Várzea, atual Parque da Redenção, em Porto Alegre, no final do século XIX.
A curadoria da exposição é executada pela professora Silvana Vilodre Goellner e pela pesquisadora Cristina Machado, junto à equipe do museu. “Tentamos mostrar a riqueza desse acervo e contemplar suas várias dimensões, por isso temos espaços na mostra retratando a educação, o início do esporte em Porto Alegre, as políticas públicas, o lazer e os grandes eventos esportivos, além de priorizar o pioneirismo da Capital”, relata Silvana.
Uma das visitantes da mostra, a estudante Mariele Cunha conta que considerou “incríveis” as histórias antigas da cidade. “Principalmente a Arena de Touros e o comprimento dos remos utilizados antigamente”, destaca. Já o pequeno Pedro Seltzer, de 10 anos, impressionou-se com um exemplar da bicicleta Mercswiss, cedida por empréstimo para a ocasião. “Eu nunca tinha visto uma assim”, afirma.
Realizada em parceria com a Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (Esefid) da Ufrgs, a exposição estará aberta à visitação até o dia 29 de março de 2018, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, 9h às 13h. A entrada é franca. Os agendamentos para visitação de grupos podem ser feitos no site do museu .
