Exposição traz arquitetura de Álvaro Siza através de fotografias no Museu Iberê Camargo
Mostra reúne 40 imagens da obra do arquiteto português, feita pelo fotógrafo Jordi Burch
O quanto uma edificação pode fazer parte da vida das pessoas? A exposição “As Durações do Rastro”, do fotógrafo espanhol Jordi Burch, que está em exposição na Fundação Iberê Camargo, procura responder essa pergunta. Em comemoração ao aniversário de 10 anos do museu projetado por Álvaro Siza Vieira, as fotografias de Burch buscam identificar as marcas da passagem do tempo em obras do arquiteto português erguidas nos anos 1970 e 1980 no Velho Continente.
As 40 fotografias assinalam parte da rotina dos moradores do Bairro da Bouça, no Porto (Portugal); do Campo di Marte, em Veneza (Itália); do Bonjour Tristesse, em Berlim (Alemanha); e em Schilderswijk West, Haia (Holanda). A proposta inicial de Burch era acompanhar a visita de Siza aos conjuntos habitacionais que ele havia construído há mais de 30 anos.
“No entanto, o projeto para ele (Burch) já havia se ampliado e se transformado nesta série, que registra não apenas a arquitetura, mas principalmente seus moradores e os próprios rastros, as marcas que se impregnam nos edifícios e indicam a passagem do tempo”, explica a curadora da exposição Veronica Stigger.
O local escolhido para a exibição da mostra não foi por acaso. “O lugar ideal para exibir esta série era a Fundação Iberê Camargo, porque se trata do único prédio construído pelo Siza no Brasil, e isso, simbolicamente, é muito importante para a obra”, destaca Veronica.
Álvaro Siza é considerado um dos grandes nomes da arquitetura contemporânea. Em 2002, recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza pelo projeto do Museu Iberê Camargo. “Siza possui muitas obras de excelência pelo mundo. Ele deu visibilidade para Porto Alegre, inserindo-a entre as cidades que detém obras deste grande arquiteto. Com toda certeza, é um dos maiores”, exalta o coordenador do curso de Arquitetura da Unisinos, Adalberto da Rocha Heck.
Para a estudante de arquitetura Victória Nunes, a obra do artista inspira. “É uma obra de linhas bem retas e contemporâneas. Com certeza todo estudante de arquitetura se apaixona pela obra. É um grande artista”, comentou.
A exposição está aberta à visitação aos sábados e domingos, das 14h às 19h, até o dia 5 de agosto, no 4º andar do Museu Iberê Camargo. A entrada é franca.
