Fundação Tênis abre portas através do esporte

Projeto conta com 1.4 mil alunos espalhados em 14 núcleos em Porto Alegre e São Paulo

Carolina Santos
Redação Beta
4 min readMar 25, 2022

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A prática do tênis começa com exercícios de alongamento. (Foto: Fundação Tênis)

Com uma história que já conta com mais de 20 anos, a Fundação Tênis proporciona a crianças de escolas púbica a prática da modalidade. O que começou, em outubro de 2000, como um projeto-piloto que assistia 20 alunos do Centro Diaconal Evangélico Luterano (Cedel), nas quadras públicas do Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre, atualmente conta com 14 núcleos distribuídos na capital rio-grandense e na Grande São Paulo.

Hoje o projeto envolve 1.4 mil alunos e cerca de 50 colaboradores. Para a professora Sônia de Sousa Rabelo, que ministra aulas há 10 anos nos Núcleos Pirituba e Santana de Parnaíba, em São Paulo, o tênis é um esporte que “ajuda as crianças a desenvolverem habilidades, resistência física, desenvolve o trabalho em equipe, empatia e ajuda a ter amigos”, analisa. Para participar do projeto os jovens devem se inscrever junto às escolas parceiras, que farão a seleção e o encaminhamento para a Fundação. As aulas são realizadas duas vezes por semana, no turno inverso ao da escola.

Com uma história marcada pelo incentivo ao esporte, a Fundação Tênis já conquistou o Prêmio Pierre de Coubertin 2013, criado para celebrar os 150 anos do nascimento do Barão Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna, além de ser signatária do Pacto Global da ONU. A entidade já recebeu a visita e o apoio de esportistas consagrados, a exemplo do tricampeão de Roland Garros Gustavo Kuerten, da campeã mundial de ginástica Daiane dos Santos, da medalhista olímpica no judô Mayra Aguiar e da campeã olímpica de vôlei Carol Albuquerque.

Assessor de imprensa do projeto, Matheus Caporal lembra de seus primeiros dias na Fundação, época em que ocorria a 10ª edição do torneio de tênis Rolando Garra, que integra todos os núcleos. “Havia cerca de 800 crianças correndo e se divertindo. Quando cheguei naquele evento pude ter a exata noção do que eu estava participando e o quanto a vida de cada um estava sendo transformada”, relembra.

Carporal ainda fala sobre os projetos da Fundação para os próximos anos. “Além do esporte educacional, com a metodologia dos jogos olímpicos, temos projetos de expansão para outro estados, como Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro”, comenta. O processo de expansão já está ocorrendo com o projeto Jovem Aprendiz da Fundação Tênis, “por entender que, além de dar todo esse suporte com as aulas de tênis, que oferecem um ganho cognitivo enorme, a gente também está investindo na parte de aprendizagem, de educação formal voltada para profissões do futuro, como ciência de dados e desenvolvimento de software”, revela.

Para doar e ajudar a Fundação Tênis basta entrar no site do projeto e fazer uma doação, que pode ser processada pelo Ok Pago ou pelo programa Centavos que Realizam.

Participante do Jovem Aprendiz Fundação Tênis. (Foto: Fundação Tênis)

Tênis é sobre equilibrar corpo e mente

O professor de tênis no São Leopolodo Tênis Clube, Marcelo Hennemann, 60 anos, já participou de diversos torneios, tendo ficado entre os oito melhores tenistas do Brasil na década de 80. Ele explica que a modalidade é disputada numa quadra de 18x36 metros quadrados ou 20x40 metros quadrados, podendo ser jogada individualmente ou em duplas.

Durante uma partida, os pontos podem ser conquistados de diferente formas: quando a bola “quica” fora do limite da quadra, quando a bola quica duas vezes no chão ou quando a bola encosta na rede. Marcelo explica que as jogadas são complexas. “O tênis é jogado, ou no fundo de quadra, mais afastado da linha de base, bem longe da rede, ou perto da rede. Então, tu pode ter jogadas de fundo de quadra ou jogadas na rede”, resume o profissional.

As disputas são iniciadas com um saque realizados do fundo da quadra e têm duração de 3 sets ou 5 sets, conforme a competição.

Sobre os benefícios do tênis, Marcelo aponta que é necessário muita precisão. “Acho que é um dos esportes mais técnicos que existe. Pra ter uma ideia, a velocidade de um saque, o golpe que se dá o início do jogo, tem tranquilamente quase 200 km/h”, complementa. Por esse motivo, a bola deve pegar exatamente no meio (da raquete). Para isso, deve se praticar a técnica, trabalhando todo o corpo: pernas, braços e tronco. Prezando sempre pelo equilíbrio", ensina.

Porém, o que mais desperta a atenção do tenista e fez ele se apaixonar pelo esporte é o trabalho da mente. “O jogador está sempre perdendo e sempre ganhando. Ao perder um ponto, tem que aprender a se perdoar e começar tudo de novo”. Segundo Marcelo, existe uma tomada de decisão, que sempre vai gerar consequências negativas ou positivas.

Por esse motivo, ele afirma que é um ótimo esporte para crianças, pois ensina a fazer escolhas. “Isso vai facilitar muito a vida da criança no futuro, pois ela vai criar uma certa disciplina e aprender a cuidar do seu corpo, com harmonia na sua mente. Um jogo de tênis, basicamente, depois de um certo nível, é decidido mentalmente considerando quanto tu suporta os erros e como tu administra os acertos”, enfatiza Marcelo.

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