Gabo mostra seu talento em EP de estreia

Álbum “Bicicleta sem Rodinha” já está disponível nas plataformas digitais

Julia Schutz
Redação Beta
4 min readJun 4, 2021

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Gabo classifica seu trabalho com indie pop. (Foto: Gabriela Rosa / Arquivo Pessoal)

Gabriel Islaz, mais conhecido como Gabo, é um compositor e cantor gaúcho que durante a pandemia lançou seu primeiro EP. Intitulado Bicicleta sem Rodinha, o álbum foi lançado no mês de abril, pelo selo da Living Water Records, e foi gravado e mixado pelo próprio músico. O profissional se destaca pelo gênero musical indie e emplacou suas composições nas melhores do estilo no Spotify Brasil.

Com a carreira recém iniciada, Gabo é multinstrumentista, formado em Música Popular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 2019. Ele se considera um artista independente e tem o propósito de embarcar, também, em outros novos projetos e desafios.

A Beta Redação conversou com o cantor, abordando um pouco mais sobre sua trajetória, onde pretende chegar e como foi o processo de gravação e produção do EP.

Qual foi a inspiração para o nome do álbum que você gravou durante a pandemia da Covid-19 se chamar Bicicleta sem Rodinha?

O nome do disco é uma metáfora, pois fiz tudo sozinho. Aprendi a mexer em softwares de gravação e toquei com instrumentos emprestados de amigos. Foi a mesma sensação que tive quando andei de bicicleta sem rodinha pela primeira vez. Uma ideia de liberdade, mas que também tinha muito a aprender.

O nome artístico que adotaste é Gabo. Onde surgiu essa ideia?

Ganhei esse apelido na faculdade, de alguns amigos, e logo isso se ampliou para outras pessoas que eram de fora daquele ambiente. Daí, fui testando alguns nomes artísticos diferentes. Quando eu era criança e fazia algum som, criava esses nomes, inspirados em plantas, chás. E aí rolou que na hora que eu estava pensando no lançamento do EP foi o que mais “casou” com a proposta que eu tinha, de as músicas serem mais pessoais e coisas do dia a dia.

Há músicos/artistas com os quais tu te identificas mais na hora de compor músicas?

Na época que gravei o EP, ouvia bastante indie. Me identifico e busco me inspirar em bandas como Beach Fossils, de Nova Iorque, Belle & Sebastian, da Escócia, e Júpiter Maçã, compositor e cantor gaúcho.

Como foi produzir um EP durante a pandemia? Teve alguma dificuldade?

Produzi meio a meio. Fiz a gravação dele durante o período do isolamento, pensando na arte visual e nos videoclipes. Foi até bom, pois eu queria criar isso de modo independente, então não tive maiores dificuldades. Cheguei a pegar bateria, baixo, guitarra emprestados de amigos e depois devolvia quando finalizava. As composições de algumas canções seguiram essa vibe de “trancado no quarto”, já outras tinha composto antes da pandemia.

Tens novos projetos daqui para frente? Se sim, onde aspira chegar?

Atualmente estou gravando umas demos, fazendo música nova. Ainda não sei se irei fazer um álbum ou outro EP. Gostaria que fosse algo mais colaborativo, trazer alguém para produzir junto ou até mesmo tocar e cantar com a banda que tocava comigo ao vivo.

Natureza serve de inspiração para o trabalho. (Foto: Gabriela Rosa/Arquivo Pessoal)

Sonha em colaborar com alguém da música?

Gostaria que tivesse um dueto com amigos ou com as bandas daqui de Porto Alegre. Por conta do selo da Living Water Records rolou o contato com a Constant Smiles, que é uma banda que curto bastante e quem sabe aconteça uma colaboração de canções em inglês/português e tal. Também colaboraria com alguém da banda Supervão, de São Leopoldo. Estamos conversando e vendo se ocorre algum projeto bacana.

Como tu te sente sabendo que uma das tuas composições entrou para as melhores do gênero “Indie” no Spotify Brasil? Explica melhor o que é o Indie.

Foi muito legal. Eu não esperava. Lancei o single Mergulho e fomos divulgando, até que foi parar na playlist “Indie” do Spotify. Continuei espalhando pro pessoal e aí saiu outra música. Acabou que as duas foram parar nessa playlist. Às vezes, dou uma conferida para ver se ainda está lá, pois dá um retorno bem interessante de ouvintes, alcançando maior público que em outras ocasiões não aconteceria. O indie é usado para música alternativa. Um termo guarda-chuva, pois tem indie rock, indie pop. Foi um termo que a indústria encontrou para denominar esses artistas que criavam esse tipo de conteúdo. Meu indie é pop por causa do disco, de melodias chiclete, acessível.

Como foi todo esse processo com a gravadora Living Water Records para lançar teu EP?

Estava querendo encontrar um selo para lançar o disco. A minha premissa era achar algo fora do Estado do Rio Grande do Sul para tentar furar um pouco a bolha. Andei pesquisando e mandando meu álbum para alguns selos do Brasil, mas não tinha muito retorno. Um dia, no meio de uma aula, entrei no site do BandCamp, que lança músicas de artistas independentes vendendo-as autonomamente, e aí resolvi tentar. No dia seguinte, eu tive esse feedback, trocamos uma ideia, eles gostaram do álbum, fomos planejando e aí eles lançaram.

Tens alguma música predileta do EP?

Atualmente, ando curtindo a música Azul e Rosa, mas varia bastante, dependendo do meu estado de humor (risos). Consigo me identificar com outras também.

Para quem deseja seguir essa carreira na música, na questão de artista independente, tens algum conselho?

Faz com o que tu tens, sem medo de arriscar. Grava com celular, pede equipamentos e instrumentos se for preciso. Chama teus amigos, mostra teu som pra eles, vê o que eles acham. E faz as coisas com paixão e vontade de se melhorar cada vez mais. Divulga teu trabalho nas redes sociais, pois assim tem a chance de ter mais visibilidade, e quem sabe, conseguir uma carreira sólida e de sucesso.

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