Grupo de moradores realiza mutirão de limpeza no Parque Linear Mauá
Mobilização reuniu colaboradores de diferentes áreas de São Leopoldo com o intuito de preservar o espaço e conscientizar a população
Seja para praticar exercícios de rotina ou simplesmente porque é o caminho de algum compromisso, diariamente, centenas de pessoas passam pelo Parque Linear Mauá, localizado na Avenida Mauá, sob os trilhos do trem, em São Leopoldo. Todos enxergam a placa, que se encontra na entrada do parque, dizendo que, em breve, serão feitas melhorias no local. Porém, o aviso está fixado há cerca de cinco anos, sem que nenhuma obra de revitalização tenha iniciado.
Quase todos os brinquedos do parque estão quebrados. As quadras de futsal não possuem mais goleiras e nem grades de proteção. As canchas de bocha estão inutilizadas, pois moradores em situação de rua ocupam o espaço com casas improvisadas. Além disso, os instrumentos de musculação ao ar livre apresentam avarias.
A depredação do patrimônio público não é único problema. Há uma grande quantidade de lixo no local e, ainda, a grama ocupa as pistas de caminhada e a ciclovia. Essas são outras questões que preocupam os usuários do espaço e prejudicam a população de usufruir da estrutura do parque.
Cansados de esperar o poder público tomar alguma providência, os moradores Gerson Luís de Oliveira e Fabrício Oyarzabal criaram o Grupo Loucos pelo Parque. Reunindo moradores de diferentes regiões do município, o grupo se organizou para promover um mutirão de limpeza em uma das partes do parque na manhã do sábado, 30 de março. Os usuários do espaço público também aderiram ao movimento, assim como empresas da região que doaram sacos de lixo e tinta para a pintura das pistas.
Moradora de São Leopoldo e membro do grupo Caminhantes do Vale, Valéria Augustin utiliza o Parque Linear Mauá para praticar caminhadas há, pelo menos, um ano. Ela foi uma das responsáveis pela limpeza da área. “A nossa caminhada com o grupo se inicia e acaba aqui e, por isso, será muito mais agradável passar pelo local limpo”, avalia.
Para Adriano Silva, outro membro do Grupo Caminhantes do Vale, quem cobra apenas uma atitude dos responsáveis pelo parque não está fazendo a sua parte para recuperar o espaço. “Não é a prefeitura, nem a Trensurb que joga o lixo aqui, mas, sim, as pessoas. É preciso que a comunidade entenda que essas atitudes refletem em nós mesmos. Mas é uma questão de educação, e isso demora para mudar”, comenta.
Outro usuário, Diogo Moura, do grupo de corrida Movac, começou a usar o espaço para treinar recentemente e também foi incentivado pela causa. “Postei nas redes sociais uma foto com um saco de lixo para motivar meu grupo de corrida a ajudar. E deu certo. Estamos aí, em uma atitude que já faz uma diferença enorme”, destaca.
Além disso, quando a quantidade de lixo tomou uma grande proporção, participantes do Grupo Loucos pelo Parque se mobilizaram e criaram uma vaquinha. O objetivo era a contratação de um papa entulho, pois não queriam simplesmente retirar o lixo de um lugar e depositar em outro.
“Por mais que os responsáveis legais façam alguma coisa pelo parque, a responsabilidade de manter tudo em ordem é da população. É nossa”, frisa, Gerson, um dos criadores do Loucos pelo Parque.
A reportagem fez contato com a Diretoria de Urbanismo da Secretaria Geral do Governo e não obteve resposta. Já a Trensurb negou ser responsável pela manutenção do Parque Linear Mauá.
