Indústria e serviços impulsionam empregos em Gravataí

Geração de vagas nos setores foi de 11,74% e 12,40%, respectivamente, no primeiro quadrimestre do ano

Leonardo Ozório
Redação Beta
3 min readJun 13, 2018

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Consequências da reforma trabalhista foram menos acentuadas em Gravataí em relação à média do Estado. (Foto: Joel Vargas/PMPA)

Por Eric Machado, Leonardo Ozório e Milene Magnus

Dono do quarto maior PIB do Rio Grande do Sul, o município de Gravataí está traçando, neste primeiro quadrimestre de 2018, uma rota oposta da pauta que se tornou recorrente nas preocupações do trabalhador brasileiro: o desemprego. Isso é o que apontam os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo os índices, entre janeiro e abril deste ano, o saldo de admissões foi de 11,74% em serviços e de 12,40% na área industrial. Somente no mês de abril, além de se manterem positivos (6,1% e 14,44%, respectivamente), os números foram superiores aos registrados pelas cinco maiores economias do Estado, como demonstra o gráfico abaixo:

Segundo os relatórios, no primeiro quadrimestre, Gravataí ficou à frente das maiores economias do estado no setor de serviços. Mas, no setor industrial, ficou atrás apenas de Caxias do Sul e do geral do estado.

Entre os fatos que impulsionam os índices positivos, tanto em serviços quanto na indústria, a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Gravataí, Luana Krumberg, destaca o anúncio da ampliação da fábrica da General Motors, em agosto de 2017, que corresponde ao investimento de R$ 1,4 bilhão.

“Existe uma política de investimentos com o objetivo de atrair os empreendedores. O crescimento de empresas instaladas na cidade foi de aproximadamente 13% em 2017”, comenta.

A comparação ainda mostra que o impacto da reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, foi menos acentuado em relação a municípios como Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Passo Fundo, Novo Hamburgo e à própria média do Estado.

“Acredito que as grandes alterações se dão, de fato, pela figura do MEI (Microempreendedor Individual). Muitas empresas migraram para esse tipo de contratação ao invés de registrar empregados pelo regime CLT. Temos, portanto, a alteração da Lei da Terceirização, o que pode ou não ser terceirizado, e o mercado se adaptando como execução de um planejamento para que a mão de obra saia mais barata”, justifica a secretária Luana.

Proprietária das sete lojas de manutenção de celulares Celltronics, das quais três em Gravataí, a empresária Bárbara Braun, de 29 anos, admite “forte concorrência” no município e mais contratações até abril deste ano. Quanto à reforma trabalhista, alega que a nova legislação trouxe simplificação às formalizações de contrato.

Bárbara Braun na frente de uma filial da Celltronics no Shopping de Gravataí. (Foto: Reprodução Facebook)

“Para mim, melhorou bastante. Ela trouxe a possibilidade de demissão em comum acordo. Uma rescisão que, portanto, pode ser resolvida junto ao funcionário”, disse.

Bárbara afirma que desde o começo da empresa, foi aberta uma loja ao ano, o que significa a contratação de cinco a seis funcionários por estabelecimento. Porém, em 2018 já são duas novas filiais e mais admissões.

Todos os anos nós estamos abrindo uma loja, então normalmente contratamos de cinco a seis pessoas por ano. Esse ano foi um pouco a mais, porque nós conseguimos abrir duas lojas em um período de dois a três meses. Então por isso tivemos esse aumento, mas normalmente são cinco funcionários por ano.

Confira abaixo os dados da geração de emprego em Gravataí de janeiro a abril de 2018:

Segundo Luana, a meta da prefeitura para este ano é fechar o crescimento de 15% em instalações de empresas em Gravataí.

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Leonardo Ozório
Redação Beta

Graduando eterno em aprendizagem — em Jornalismo, até o final de 2018. Nas horas vagas, um assíduo por literaturas esportivas, históricas e bibliográficas.