Vacinação contra gripe influenza prioriza locais arejados, visita domiciliar e drive-thru
Antecipada este ano devido à pandemia do novo coronavírus, campanha tomou cautelas no Estado. Na primeira etapa, idosos e profissionais de saúde são público-alvo
Por Guilherme Pech e Gustavo Gomes Machado
Por conta da pandemia do novo coronavírus, a campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada pelo Ministério da Saúde. Até a última quarta-feira, dia 1º, a primeira fase da campanha havia imunizado pelo menos 213.825 pessoas, entre idosos e profissionais da saúde, público-alvo desta etapa.
Ainda que a vacina contra a gripe não imunize a ação da doença Covid-19, ela contribui para que os sintomas do novo coronavírus sejam diagnosticados com mais facilidade e os casos de influenza A H1N1, influenza A H3N2 e influenza B linhagem B/Victoria sejam descartados, evitando assim o contágio da gripe.
A campanha em municípios da região
A cidade de São Leopoldo antecipou o início da campanha e começou a vacinar ainda no dia 20 de março. Inicialmente, a vacina foi aplicada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), na sexta-feira, no sábado e no domingo. A partir de segunda-feira, 23, a prefeitura alterou os lugares de vacinação, com o objetivo de proporcionar locais mais abertos, longe do contato com outras pessoas, como medida de prevenção ao contágio do coronavírus.
A Secretaria Municipal da Saúde definiu oito lugares na cidade como ponto de vacinação, entre eles o Ginásio Municipal Celso Morbach. Igrejas também foram utilizadas em vários bairros. Os locais serviram como pontos oficiais da campanha até sexta-feira, 27. Na primeira remessa, 1 mil profissionais da saúde e 14 mil idosos foram vacinados.
Outra cidade que optou por locais arejados, longe das UBSs, foi Sapucaia do Sul. Na cidade, foram escolhidos 10 pontos, sendo cinco escolas municipais, duas praças, o Auditório da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, uma associação comunitária e, ainda, a Unidade Básica de Saúde Centro, onde foi organizado um espaço amplo, especialmente para ser utilizado em prol da campanha. As 6 mil doses de vacinas distribuídas acabaram no mesmo dia de início da campanha, 23. O governo do Estado segue encaminhando pequenos lotes de vacinas para o município. Desde a última terça-feira, 31, as cerca de 2 mil doses recebidas estão sendo direcionadas para idosos com mais de 75 anos. Estes, contudo, serão vacinados em casa, sem a necessidade de se deslocar até uma unidade de saúde, como na primeira remessa.
Já Esteio, cidade de pouco mais de 80 mil habitantes, imunizou os idosos a domicílio através de uma equipe profissional de saúde que se dirigiu pelos bairros. Até o dia 31, 72,4% dos idosos já haviam sido imunizados. No total, mais de 8 mil pessoas receberam as doses: cerca de 900 profissionais da saúde e 7,1 mil idosos.
Com a mesma medida de Esteio, em Portão e Canoas também ocorreu vacinação dos idosos em casa. A campanha em Portão começou na segunda-feira, 23, na Rua São Pedro. No quarto dia, o estoque havia esgotado. Na primeira remessa, 2.303 pessoas receberam a dose da vacina.
Em Canoas, o procedimento começou nas casas asilares, com os internos e os profissionais. A ação conta com 27 equipes, que deverão percorrer todos os bairros do município para imunizar o maior número de pessoas. Até a última terça-feira, 19.385 idosos foram imunizados, totalizando 51,5%. Já para os trabalhadores da saúde, foram 6.789 doses, equivalendo a 80% do total.
Em Estância Velha, a ação ocorreu nas unidades de saúde do município, como a Estratégia Saúde da Família (ESF). Os últimos monitoramentos marcaram 3.802 imunizados, entre eles, 3.342 idosos e 460 profissionais da saúde. O número compreende 83,07% dos idosos e 63,67% da equipe de saúde. A ideia, conforme a Secretaria Municipal da Saúde, é que os idosos procurem os postos com tranquilidade e sem formar aglomeração.
Já em Novo Hamburgo, das 21 mil doses recebidas, 13 mil já foram aplicadas até o dia 31, nas unidades de saúde e em escolas municipais, já que as aulas foram suspensas devido à pandemia. A prefeitura está montando planejamento para, em um segundo momento, imunizar também idosos acamados.
Na capital, Porto Alegre, mais de 139 mil pessoas já haviam sido vacinadas contra a gripe desde o início da campanha, na última quarta-feira, 25. Desse número, 112.844 são idosos. Até o dia 31, foram 95.163 doses aplicadas em idosos em unidades de saúde, no atendimento domiciliar em pacientes acamados e nos drive-thrus, além das farmácias parceiras da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Já para profissionais da saúde, foram administradas 26.702 doses, de um total de 139.546 doses no público-alvo desta primeira fase. A meta, em Porto Alegre, é vacinar 90%, ou 191,7 mil idosos e 74,1 mil profissionais da saúde.
Novas doses chegam ao Estado
Após inúmeros municípios esgotarem os seus estoques de vacinas, chegou na terça-feira (31), no Estado, uma nova remessa enviada pelo Ministério da Saúde. O total de 376 mil doses recebidas começaram, no mesmo dia, a serem distribuídas nos centros regionais de saúde.
Até o momento, é o terceiro lote que chega ao Rio Grande do Sul, resultando em 76% do número previsto de vacinas para o primeiro instante da campanha, inteiramente direcionada aos idosos e aos profissionais da saúde.
Próximas fases da campanha
O passo seguinte é imunizar o restante da população considerada grupo de risco. A novidade deste ano é a inclusão de pessoas com idade de 55 a 59 anos e pessoas com deficiência. A segunda fase tem data prevista para iniciar no dia 16 de abril. Serão priorizados, nessa etapa, professores da rede pública e privada, pessoas com comorbidades e profissionais da rede de segurança e salvamento.
A última etapa inicia no dia 9 de maio. Serão vacinados na terceira fase: crianças de seis meses até menores de seis anos, gestantes, puérperas (mulheres que recentemente deram à luz), povos indígenas, adultos de 55 a 59 anos, pessoas com deficiência, jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas, condenados e funcionários do sistema prisional. Ainda não foi divulgado se o procedimento adotado será o mesmo em relação aos idosos, para evitar aglomerações. Tudo dependerá do panorama epidemiológico que estará correndo no período.
