Movimento estudantil luta contra o sucateamento das bibliotecas escolares
Bibliotecários em Marcha busca atuar de diversas formas para tentar conseguir a realização de um concurso público
Surgido entre estudantes de biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o movimento “Bibliotecários em Marcha” se mobiliza em busca de um objetivo: realizar um concurso público no Estado, coisa que não é feita desde 1994, além de lutar contra o sucateamento das bibliotecas escolares.
Estudante de biblioteconomia e um dos organizadores do movimento, Dalvyn Nunes de Moraes relembra que, durante o curso, os professores relatavam aos estudantes a real situação das bibliotecas das escolas públicas, do abandono das mesmas e da falta de bibliotecários. “Isso nos causou indignação e vontade de mudar essa realidade. A partir daí, reunimos um grupo de alunos e criamos o movimento, que em pouco tempo ganhou apoio de bibliotecários, professores, órgãos de classe e até mesmo vereadores e deputados”, ressalta.
Nas eleições de 2018, o grupo foi atrás dos candidatos ao Governo do Estado para uma reunião e assinatura de um compromisso para a contratação de bibliotecários para as escolas. “Infelizmente, apenas dois candidatos se reuniram conosco e assinaram o documento: Roberto Robaina (PSOL) e Julio Flores (PSTU)”, lamenta Dalvyn.
Após a eleição, com a definição do governador e do secretário de educação, o movimento participou de uma audiência pública que tratou exclusivamente das bibliotecas escolares. No entanto, o secretário de educação Faisal Karam não compareceu à audiência.
“Apesar disso, saímos de lá com um compromisso de que algo seria feito para sanar o problema das bibliotecas escolares. Nos mobilizamos na internet, em praticamente todas as redes sociais, e conseguimos entrevistas com inúmeros veículos de comunicação e o apoio de deputados estaduais. Infelizmente, estamos esperando até hoje uma resposta do secretário de educação”, pontua o estudante.
O sucateamento das bibliotecas escolares é visto por Dalvyn como um reflexo do abandono da educação no Estado. “As escolas, no geral, estão em situação precária, faltam professores, funcionários, falta o mínimo de estrutura. As bibliotecas e os bibliotecários são um exemplo de todo o desmonte da educação que vem sendo feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário Faisal Karam. É muito frustrante”, declara.
O estudante de biblioteconomia não crê no cumprimento da Lei da Universalização das Bibliotecas no Estado no atual governo. “Entendo que a lei precisa passar por algumas alterações, principalmente que se acrescente alguma forma de punição para os estados e municípios que não a cumprirem”, finaliza.