(Foto: Divulgação/Universal Pictures)

CRÍTICA: Muito mais que um musical do Abba

Repleto de sucessos da banda sueca, “Mamma Mia 2” nos transporta para uma história sobre perdas e sonhos

Daniela Tremarin
Redação Beta
Published in
4 min readAug 24, 2018

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ATENÇÃO! Antes de mais nada, clique aqui, dê o play e volte para o texto. Lá vamos nós de novo! Escrever sobre a continuação de um filme tão amado pelo público não é uma tarefa fácil. Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo chegou aos cinemas 10 anos depois do primeiro e bem-sucedido filme. Apenas o trailer foi capaz de deixar os fãs da franquia ansiosos e, ao mesmo tempo, temerosos pelo desfecho da segunda história (eu fui um deles).

Na trama, que se passa cinco anos após os acontecimentos do primeiro filme, Sophie (Amanda Seyfried) está prestes a reinaugurar o hotel da falecida mãe, Donna (Meryl Streep), na ilha de Kalokairi. Paralelamente, seu marido, Sky (Dominic Cooper), recebe uma proposta de trabalho irrecusável, causando uma briga entre o casal e colocando ambos em caminhos opostos. Tudo isso nos primeiros 10 minutos do filme — uma decisão ousada tomada pelo diretor e roteirista da obra, OI Parker.

Um dos pontos fortes do filme é a forma como a narrativa de passado e presente é apresentada para o público, enquanto conhecemos um pouco da trajetória de Donna. Quando as primeiras informações do filme começaram a ser liberadas, tive receio de como o formato de flashbacks seria empregado na produção. Surpreendentemente, o tom usado para unir os dois tempos cumpre a promessa do tipo de produção que Mamma Mia é: uma história que alegra, emociona e mostra a importância dos amigos e familiares.

(Giphy/Universal Pictures)

Na narrativa do passado, vemos uma jovem Donna (Lily James) desbravando o mundo até chegar ao local de origem da história. É com esses flashbacks que conhecemos Sam (Pierce Brosnan/ Jeremy Irvine), Harry (Colin Firth/ Hugh Skinner) e Bill (Stellan Skarsgård/ Josh Dylan), trio que brigava para saber quem seria o pai de Sophie no primeiro filme. A sequência é como um prequel* do Mamma Mia original mostrando como todos encontram Donna pela primeira vez.

Também conseguimos acompanhar a formação das Dynamos — “o melhor grupo de mulheres do mundo” — com Tanya (Christine Baranski/Jessica Keenan Wynn) e Rosie (Julie Walters/Alexa Davies). Juntas desde a faculdade, é mostrada a forma como a amizade com as duas se torna o vínculo mais importante da vida de Donna. No geral, a história é de uma família criada por laços de amor e não de sangue.

Com um setlist repleto de novas músicas escolhidas a dedo do repertório do Abba (e algumas repetidas do primeiro filme também), a produção explora os hits para dar tom em todas as cenas da película. Cabe lembrar que Mamma Mia é uma adaptação de um musical da Broadway com o mesmo nome.

Mesmo com acertos, Mamma Mia 2 se torna um filme cansativo e, muitas vezes, melancólico demais em alguns pontos. Após os 10 minutos iniciais recheados de informação, a trama só ganha novo fôlego depois de uma hora de exibição. E a presença de Cher, uma das mais esperadas desde os trailers, acontece só nos 30 minutos finais. Ela interpreta a avó de Sophie, Ruby, e é responsável por uma das versões mais poderosas do filme: o sucesso “Fernando”.

Mamma Mia! Here I Go Again…

Um dos momentos que mais aguardei dentro do cinema foi ver como seria feita a interpretação da música que dá nome ao filme. “Cante o que você está sentindo”, esse foi o conselho de Tanya para Donna no momento de dor da amiga. Mamma Mia (o filme e a música) reflete um sentimento de tristeza, mas, ao mesmo tempo, de coragem para enfrentar todas as situações vividas pela personagem.

E é bom separar os lencinhos. Durante a interpretação de My Love, My Life, as lágrimas dentro do cinema foram generalizadas. Foi ali o momento de dizer um adeus definitivo para a icônica personagem de Streep e dar boas vindas para uma nova geração de Dynamos .

No site Rotten Tomatoes, a continuação tem uma taxa de aprovação de 80%, com base em 208 avaliações, com uma média ponderada de 6,3/10. O consenso crítico do site afirma:

“Mamma Mia! Here We Go Again duplica praticamente tudo que os fãs adoram sobre o original — e meu, como os fãs podem resistir?”.

É um filme para os fãs, mas também para todos que gostam de um bom musical repleto de situações que te fazem chorar, rir, dar valor aos amigos e querer embarcar em uma grande aventura. Ainda acho que a história não precisaria ter sido tão extensa (foram quase duas horas de exibição), mas a chance de ter visto personagens e músicas tão queridas foi mesmo irresistível.

Para quem não assistiu ainda, Mamma Mia: Lá vamos nós de novo ainda está em cartaz nos cinemas! Aproveitem para rever o primeiro também

Universal Pictures

*Prequel: é uma obra que conta alguma história anterior em relação ao filme original. O público já conhece de antemão o “universo” dos prequels, mesmo que a história seja completamente diferente do filme base. (Fonte: TrêsMeiaCinco Filmes)

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Daniela Tremarin
Redação Beta

Jornalista, cinéfila, apaixonada por histórias e criadora do @bergapop