Nóia faz boa campanha no Gauchão, mas tem dificuldades na Série D do Brasileiro
Equipe Anilada não disputa a Série C do campeonato nacional há 17 anos, mas foi campeã gaúcha em 2017
O Esporte Clube Novo Hamburgo está disputando a Série D do Campeonato Brasileiro em 2023. Entretanto, apesar de ter feito uma boa campanha no Campeonato Gaúcho de 2022, o time hamburguense segue sem repetir as boas atuações quando joga pela quarta divisão do campeonato nacional.
Essa diferença de resultados do Nóia fica perceptível se analisarmos o fato de que o clube está na primeira divisão do Campeonato Gaúcho desde 2004, ou seja, não é rebaixado na competição há quase 20 anos. Além disso, vale ressaltar que o Novo Hamburgo foi campeão gaúcho em 2017, quando derrotou os favoritos Grêmio, na semifinal, e Internacional, na final daquela edição.
Contudo, nas três vezes em que o clube Anilado disputou a quarta divisão do Campeonato Brasileiro, foi eliminado em duas delas ainda na fase de grupos, em 2016 e 2017. Em 2018, o time hamburguense fez a sua melhor campanha, quando se classificou em 2º lugar, mas foi eliminado na segunda fase para o São José, de Porto Alegre, em disputa de pênaltis.
Pela Série D de 2023, o Novo Hamburgo integra o Grupo A8, juntamente com os times gaúchos Caxias, Brasil de Pelotas e o rival Aimoré. O grupo também conta com a presença dos catarinenses Hercílio Luz, Concórdia e Camboriú. Por fim, o paranaense Independente São Joseense fecha os oito clubes participantes do A8.
No domingo, 11, o Nóia perdeu para o São Joseense por 2 a 1 fora de casa. Com este resultado, as chances da equipe avançar para a próxima fase são pequenas, já que está a oito pontos do 4º colocado.
Apenas quatro equipes avançam e o Novo Hamburgo está em último, com somente dois pontos conquistados após disputar 7 das 14 partidas da fase de grupos. Foram dois empates e cinco derrotas até aqui, pelo 1º turno.
Segundo o presidente do Novo Hamburgo, Jerônimo Freitas, o objetivo do clube na Série D é utilizar a competição como laboratório para a Copa FGF e para o Gauchão de 2024. Isso porque, se for campeão da Copa FGF deste ano, conseguirá a vaga para a Copa do Brasil de 2024. Isso pode resolver o principal problema do clube, que é a falta de recursos, visto que, atualmente, se participar do campeonato receberá R$ 750 mil somente pela primeira fase.
Desta forma, com mais receita, o clube pode ter um ano mais seguro economicamente e, consequentemente, realizar mais investimentos no futebol e fazer mais contratações.
“Estamos atrás de mais cinco reforços, no mínimo, para o decorrer da Série D e Copa FGF, mas a principal contratação vai ser de alguém para o departamento de futebol. Será uma pessoa com conhecimento do mercado e com resultados positivos por onde já trabalhou”, revela o presidente do Novo Hamburgo.
Torcedora fanática do Novo Hamburgo, Júlia Brasil comenta que o time Anilado conseguiu manter uma boa base em relação ao Gauchão deste ano. Apesar disso, não teve bom rendimento na competição e as peças que chegaram entre um campeonato e outro estão abaixo do esperado, com exceção do jogador Garré, que é o destaque da equipe.
Sobre a dificuldade do clube em não conseguir repetir a regularidade do Gauchão na Série D, Júlia acredita que “existe uma diferença na folha salarial em relação às duas competições que, para a Série D, é mais baixa. Nessa temporada, o Novo Hamburgo optou por apostar em jovens, como o Di Maria, mas também tem jogares experientes, como o Itaqui. Com menos investimentos, é difícil manter uma regularidade. Ainda há o fato de que os jogadores deixam o clube por propostas melhores, como o João Vinícius esse ano ou até o Alemão no ano passado”, opina.
Mesmo com a perspectiva negativa, Júlia acredita que o Novo Hamburgo pode voltar a disputar as principais competições do futebol brasileiro. “O Nóia, independente da campanha dessa temporada na Série D, já tem a vaga assegurada para o próximo ano. Com investimento e apoio, imagino que seja possível retornar a uma Copa do Brasil através do Gauchão ou, até mesmo, sendo campeão da Copa FGF”, completa.