O choque de gerações entre o passado e o presente em ida ao museu
Museu Júlio de Castilhos exibe detalhes da história da capital gaúcha
Por vezes transitamos e contemplamos lugares que nem imaginamos o quanto mudaram com o passar do tempo. O Museu Júlio de Castilhos, localizado na Rua Duque de Caxias, no centro histórico de Porto Alegre, possibilita que os visitantes conheçam registros históricos da cidade. Idealizado pelo jornalista e político Júlio Prates de Castilhos e criado em janeiro de 1903, o local foi inicialmente denominado Museu do Estado, mas teve o seu nome alterado em homenagem ao ex-governante do Rio Grande do Sul, falecido naquele mesmo ano.
Os primeiros objetos do museu já demonstram as transformações entre o passado e o presente de Porto Alegre: roupas do início do século anterior e uma carruagem de 1908 fazem parte da exposição chamada “Passeio”, em alusão aos 250 anos da capital gaúcha, comemorados em 2022.
Mais adiante, após transitar por fotopinturas da cidade no início de 1900, está a área onde é possível encontrar objetos usados pela população. Além de trajes e ornamentos, também estão expostas fotografias antigas de pontos turísticos. Em uma das portas, ficam penduradas gírias e termos do vocabulário gaúcho dos séculos XIX e XX.
No segundo pavimento, o visitante é levado para outro ponto do Rio Grande do Sul. A exposição “Memória e resistência” apresenta esculturas autênticas de São Miguel das Missões. O local também possui exemplares de objetos arqueológicos datados com cerca de 2.000 anos, além de urnas funerárias de 200 anos encontradas no município de Estrela.
Mas o Museu não acaba aqui. A visita engloba ainda uma segunda, que foi residência do próprio Júlio de Castilhos. Ali, há uma pequena exposição intitulada “Guerra”, que oferece contexto sobre a primeira e segunda guerras mundiais, como canhões e fotografias da época. As informações disponibilizadas encorajam uma reflexão sobre esses trágicos eventos da história da humanidade, a participação do Brasil neles e quais foram suas consequências.
Visitar um museu como o Júlio de Castilhos é como viver um choque entre gerações. Para nos locomovermos, temos a possibilidade de solicitar um carro através de aplicativos de transporte, facilmente disponível a poucos cliques no celular. Dentro do museu, observamos objetos de vidas distantes. Estamos em constante transformação, e o que hoje é tecnologia, amanhã provavelmente será obsoleto. Cabe a nós aproveitar a nossa época e acompanhar o ritmo acelerado do surgimento de novas tecnologias, ao mesmo tempo em que presenciamos o gradual e inevitável desuso de outras.