O choque de gerações entre o passado e o presente em ida ao museu

Museu Júlio de Castilhos exibe detalhes da história da capital gaúcha

Felippe Jobim
Redação Beta
3 min readDec 2, 2022

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Por vezes transitamos e contemplamos lugares que nem imaginamos o quanto mudaram com o passar do tempo. O Museu Júlio de Castilhos, localizado na Rua Duque de Caxias, no centro histórico de Porto Alegre, possibilita que os visitantes conheçam registros históricos da cidade. Idealizado pelo jornalista e político Júlio Prates de Castilhos e criado em janeiro de 1903, o local foi inicialmente denominado Museu do Estado, mas teve o seu nome alterado em homenagem ao ex-governante do Rio Grande do Sul, falecido naquele mesmo ano.

Os primeiros objetos do museu já demonstram as transformações entre o passado e o presente de Porto Alegre: roupas do início do século anterior e uma carruagem de 1908 fazem parte da exposição chamada “Passeio”, em alusão aos 250 anos da capital gaúcha, comemorados em 2022.

Peças restauradas estão disponíveis na entrada do museu. (Foto: Felippe Jobim/Beta Redação)

Mais adiante, após transitar por fotopinturas da cidade no início de 1900, está a área onde é possível encontrar objetos usados pela população. Além de trajes e ornamentos, também estão expostas fotografias antigas de pontos turísticos. Em uma das portas, ficam penduradas gírias e termos do vocabulário gaúcho dos séculos XIX e XX.

Exposição traz o contraste de vestuário e moda entre épocas distintas. (Foto: Felippe Jobim/Beta Redação)

No segundo pavimento, o visitante é levado para outro ponto do Rio Grande do Sul. A exposição “Memória e resistência” apresenta esculturas autênticas de São Miguel das Missões. O local também possui exemplares de objetos arqueológicos datados com cerca de 2.000 anos, além de urnas funerárias de 200 anos encontradas no município de Estrela.

São Miguel das Missões é reconhecido como patrimônio da humanidade por sua relevância histórica e cultural. (Foto: Felippe Jobim/Beta Redação)

Mas o Museu não acaba aqui. A visita engloba ainda uma segunda, que foi residência do próprio Júlio de Castilhos. Ali, há uma pequena exposição intitulada “Guerra”, que oferece contexto sobre a primeira e segunda guerras mundiais, como canhões e fotografias da época. As informações disponibilizadas encorajam uma reflexão sobre esses trágicos eventos da história da humanidade, a participação do Brasil neles e quais foram suas consequências.

Visitar um museu como o Júlio de Castilhos é como viver um choque entre gerações. Para nos locomovermos, temos a possibilidade de solicitar um carro através de aplicativos de transporte, facilmente disponível a poucos cliques no celular. Dentro do museu, observamos objetos de vidas distantes. Estamos em constante transformação, e o que hoje é tecnologia, amanhã provavelmente será obsoleto. Cabe a nós aproveitar a nossa época e acompanhar o ritmo acelerado do surgimento de novas tecnologias, ao mesmo tempo em que presenciamos o gradual e inevitável desuso de outras.

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