Uma cidade dividida entre Leite e Sartori

São Leopoldo elege Jair Bolsonaro (PSL) com folga à presidência, mas tem disputa apertada para governador do Estado

André Martins
Redação Beta
3 min readOct 29, 2018

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Movimentação na escola Victor Becker. (Foto: André Martins/Beta Redação)

A calmaria que tomou conta de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, no dia da eleição, escondia uma tensão latente entre os eleitores. Muitos foram até as zonas eleitorais fardados com roupas em alusão a seus candidatos e adesivos colados em carros e camisetas. Em sua grande maioria em apoio a um dos presidenciáveis, na esperança de virar votos antes do fechamento das urnas.

A apuração mostrou a maior parte da população está em sintonia com as ideias de Jair Bolsonaro (PSL), que conquistou 64% dos votos, contra 36% de Fernando Haddad (PT). Oito mil optaram anular seu voto para presidente. Após a confirmação da vitória de Bolsonaro, os fogos de artifício povoaram o céu, e algumas carreatas foram organizadas pelas principais ruas da cidade.

Para governador, a votação foi acirrada. José Ivo Sartori (MDB) levou com uma margem de 859 votos contra o governador eleito Eduardo Leite (PSDB), meros com 53% dos votos — meros 0,39 pontos percentuais separaram a preferência do eleitorado capilé entre os dois postulantes ao Piratini.

Mas, antes de se conhecer o resultado das urnas, o foco era total para Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Eleitores entrevistados contaram que não viam muita diferença entre os candidatos ao Palácio do Piratini, causando uma apreensão maior pela decisão entre os candidatos a presidente.

Bandeiras do Brasil expostas em carros e casas tomaram conta da cidade.

Por causa do temporal que ocorreu sexta-feira anterior à votação, a zona eleitoral da escola Olindo Flores foi trocada para o colégio Victor Becker, já que o alagamento não permitiu o uso das salas.

O que pensam os eleitores sobre os eleitos

Perguntados sobre o rumo que o Brasil tomaria a partir do domingo, os eleitores se mostraram preocupados. Patrick da Silva, 20 anos, é um deles. Atuando como mesário, ele conta entender que o Brasil possa ter uma mudança para pior, e que o cenário presidenciável é assustador, sendo os dois lados ineficientes.

Marcelo Abreu, 34, segue a mesma linha. Ele se diz pessimista com a perspectiva de Bolsonaro no Palácio do Planalto, uma vez que não concorda com muitas coisas ditas por ele, em vídeos e na campanha eleitoral. Revelara ter medo do que possa vir com a suposta vitória de Bolsonaro, que viria a se concretizar horas depois.

Já para governador, os eleitores estavam bastante divididos. Para eles, a situação tinha dois candidatos muito parecidos. Patrick mostrou não acreditar em uma grande mudança para o Estado, dizendo que a tendência é continuar o parcelamento de salários independente de quem ganhasse.

Perguntados sobre o que mais precisa ser mudado em São Leopoldo, eles opinaram pela segurança. Marcelo, no entanto, mencionou que a radicalidade de Bolsonaro não seria a solução correta para a área.

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