O campeonato brasileiro parou, mas o GreNal continua

Atuais e ex-jogadores da dupla fomentam a rivalidade durante a Copa América

Marcelo Janssen
Redação Beta
3 min readJun 17, 2019

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Camisas de Grêmio e Inter preenchem as arquibancadas da Arena para assistir Venezuela e Peru. (Foto: Marcelo Janssen/Beta Redação)

Os torcedores trajados de vermelho e branco fizeram a festa nos arredores da Arena do Grêmio. Muitos usavam a camisa 9, com o nome de Paolo Guerrero. Na primeira rodada da 46ª Copa América, o centroavante entrou em campo às 16 horas do sábado, 15, jogando tanto para torcida peruana quanto para a torcida colorada.

A competição continental, organizada pela Conmebol, iniciou na sexta-feira, 14, com a goleada do Brasil por 3 a 0 contra a Bolívia. Com quase 30 dias de duração, a final da Copa América está marcada para 7 de julho, no tradicional Maracanã, o templo do futebol brasileiro. De todas as edições, esta é a quinta vez que o Brasil sedia o torneio. Porto Alegre, que participou como cidade sede da Copa do Mundo de 2014, desta vez receberá cinco partidas, três na primeira fase, uma nas quartas de final e, outra, na semifinal.

Na quarta-feira, 12, a dupla GreNal entrou em campo pelo Brasileirão, antes da parada para a Copa América. As vitórias sobre Botafogo e Bahia deixaram os torcedores com um largo sorriso, mas quem pensa que a rivalidade também deu uma pausa, se engana.

Na Copa América, o tricolor e o Inter estão representados. Entre atuais e ex-jogadores, podemos contar dez. Pelo Grêmio, os brasileiros Everton, Cássio e Arthur, os chilenos Eduardo Vargas e Beausejour, e o boliviano Marcelo Moreno. Já pelo Inter, o atual dono da camisa 1 da seleção brasileiro, Alisson, o venezuelano Seijas, o chileno Charles Aránguiz e o peruano Paolo Guerrero.

Com suas camisas vermelhas e brancas, torcida peruana chegou em peso para a partida. (Foto: Marcelo Janssen/Beta Redação)

O atacante colorado e da seleção Peruana é o maior artilheiro em atividade do torneio, com 11 gols, ao lado de Eduardo Vargas. “Chamador de gol”, já caiu nas graças no Beira Rio com 9 gols em 13 jogos. Esse foi o motivo que levou o representante comercial, Gilberto Pereira, a assistir Venezuela e Peru na Arena do Grêmio. “É um joguinho mixuruca, a gente vem prestigiar duas seleções, mas principalmente o nosso craque Guerrero”, afirma.

Para ele, além do jogo, a troca de experiências com as torcidas de outros países fazem valer a pena o preço do ingresso. “Eu tirei muita foto para mostrar para os familiares e estou aproveitando o que não pude durante a Copa do Mundo”, conclui.

A Arena do Grêmio também recebeu torcedores da casa. Muitos gremistas levaram as suas cores ao estádio. O desenvolvedor de softwares, João Lucas Andrade, compareceu com a camiseta listrada do clube gaúcho, mas dessa vez se rendeu ao vermelho e branco. “O torcedor peruano é muito animado e educado, então hoje torci para um vermelho e branco”, confessa.

O resultado foi um amargo 0 a 0, com dois gols anulados pela arbitragem, um pelo VAR e, outro, pelo bandeirinha. Andrade lamentou o resultado, mas não escondeu a satisfação de ver Paolo Guerrero sair em branco. “Aqui na Arena o Guerrero não se cria. Mesmo com a torcida cantando, não adiantou nada”, corneta o gremista.

Por um continente mais unido, a Copa América também promove, durante as partidas, um vídeo sobre a candidatura para a Copa do Mundo de 2030, que poderá acontecer em quatro países: Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. O aposentado colorado Luis Barbosa vê nessas competições uma ótima celebração do futebol mundial. “Aqui não tem Grêmio, Inter, Palmeiras ou Flamengo. Tem duas seleções de cada lado, milhares de torcedores apaixonados e sem briga alguma, é só festa”, comemora.

Ele ainda assistirá o jogo das quartas de final, quando será possível que o a seleção brasileira venha para a capital gaúcha, e celebra a oportunidade de voltar a assistir e torcer para o goleiro Alisson. “É nossa cria, é brasileiro, gaúcho e está fazendo bonito lá fora. Vai ter a minha torcida porque é colorado, porque o Brasil, como um todo, é uma bagunça total”, afirma Barbosa, decepcionado após o fracasso da Copa da Rússia e os escândalos envolvendo Neymar.

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