OPINIÃO: O Inter não quer subir

Fraco desempenho nas últimas rodadas vem adiando o acesso colorado

Khael Santos
Redação Beta
3 min readNov 13, 2017

--

(Foto: Flickr/Mundial Colorado)

Não adianta tentar, Inter. Tu vai voltar. Por mais que te esforce pra permanecer nesse purgatório que carinhosamente chamamos de “Série B”, é impossível te imaginar fora da série A em 2018. A bem da verdade, já está de volta à elite. Com os mágicos 64 pontos, ao menos a classificação virtual está garantida. Um simples empate na partida de amanhã já garante o acesso matemático. Isso não quer dizer que temos motivos para comemorar. Pelo contrário. Já são quatro jogos sem vitórias na SEGUNDA DIVISÃO. A essa altura do campeonato, os juniores deveriam estar em campo e fazendo testes para a próxima temporada, não buscando um empate heróico contra a Luverdense com o time titular.

A queda de rendimento é nítida e assustadora. Guto caiu. Assim como Zago, lá no início, já havia caído. Segundo Rodrigo Oliveira, repórter da Rádio Gaúcha, foi constatado, entre os corredores do Beira Rio, que o grupo colorado sofre de TPA. Não corra para os mais consagrados manuais da área da saúde. Não vai encontrar essa sigla por lá. Falamos da Tensão Pré Acesso. Surreal. Não é de agora que o Inter insiste em se comportar como um clube pequeno. O time é apenas um reflexo dos problemas interno. Não há confiança. Jogar uma segunda divisão poderia servir para resgatá-la, por mais doloroso que fosse. Mas não foi o que aconteceu. Apesar do dever de casa feito, a volta não foi das mais tranquilas.

Quando eu era criança e chegava em casa feliz da vida com uma grande nota conquistada em uma prova, ouvia como resposta um sonoro “não fez mais que a tua obrigação”. Toda e qualquer euforia recebia um banho de água fria. Pra completar, depois de uma análise mais detalhada, a pá de cal era outra frase conhecida por muitos. “E acho que pode melhorar”. Essas duas sentenças resumem o ano e o retorno colorado à primeira divisão do futebol brasileiro.

Obrigação que não foi feita ano passado. Brigar contra o descenso já era motivo para reprovação completa. Ser rebaixado era algo inimaginável. Confesso que diversas vezes cheguei a pensar que não viveria para acompanhar o clube na segundona. Afinal de contas, rebaixar um clube com a estrutura, poder financeiro e grandeza do Inter requer muita incompetência. Mas Vitório Píffero e companhia mostraram que tudo é possível. A tal SWAT colorada foi uma das coisas mais patéticas da história do futebol. Ninguém passa ileso quando acha que Celso Juarez Roth é a solução para os problemas. O rebaixamento foi merecido.

Nos vimos obrigados a mudar nossa rotina futebolística em 2017. Futebol aos domingos, só no charmoso gauchão. O mesmo vale para as quartas, com o acréscimo da Copa do Brasil. Terça, sexta e sábado passaram a ser os novos dias. Os adversários, então, quanta diferenças. Deixamos de visitar o Morumbi para viajar até o interior do Pernambuco. O Beira Rio, que antes lotava para assistir ao Grenal, recebeu times cujo nome não passavam de três letras; ABC, CRB, BOA. Curiosamente, times próximos do Z4 da segundona que tiraram pontos do Inter em casa e adiaram ainda mais o acesso colorado.

Do dia 15 de maio, estreia diante do Londrina, até 25 de novembro, despedida contra o Guarani, serão exatos 197 dias em lugar que não condiz com a grandeza do clube. Ao contrário do que cantamos no hino, o teu presente não traz à torcida alegres emoções. São apenas emoções. Não chegam a ser tristes, mas tensas. Garantir o retorno apenas no final do campeonato não era o que a torcida esperava. Há muito trabalho a ser feito para 2018. O Inter não pode se tornar o que o Vasco se tornou. É preciso aprender com erros e resgatar a confiança de um gigante do futebol brasileiro. Volta a seguir tua senda de vitórias, colorado!

--

--