Poder aquisitivo leva brasileiros a atuarem no Oriente Médio

Desde 2018 no Kuwait, o gaúcho Alexandre Hans atua como zagueiro no Al Tadhamon

Matheus Vargas
Redação Beta
3 min readJun 24, 2019

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Hans é natural de Harmonia e está há um ano no clube. (Crédito: Arquivo Pessoal)

É frequente a ida de jogadores brasileiros para clubes do Oriente Médio. Muitos entendidos de futebol apontam esse destino como um abandono de carreira, mas as ofertas vindas de lá costumam ser benéficas para os atletas e para os clubes. Os altos salários pagos por esses clubes se devem aos investimentos realizados no setor petrolífero.

O que não faltam são jogadores brasileiros atuando por lá. Romarinho, que aqui no Brasil jogou no Corinthians, Luiz Antônio, ex-Flamengo, Petros, que teve passagens por Figueirense, Corinthians e São Paulo, além do ex-jogador da dupla Gre-Nal, Giuliano, são alguns exemplos. Recentemente, o Inter vendeu o volante Anselmo, para o Al Wheda, por 4 milhões de euros (aproximadamente 17 milhões de reais).

Para o jornalista Mohammed Ally Sergie, em matéria do UOL, esse crescimento econômico do Oriente Médio se dá pelo investimento realizado no setor petrolífero. No mês passado, Abu Dhabi e Catar anunciaram planos para novas fábricas. “Em abril, a Saudi ArabianOil Co., maior exportadora de petróleo do mundo, também conhecida como Saudi Aramco, associou-se à Total para estabelecer uma instalação de US$ 5 bilhões no reino e manifestou a intenção de investir nos EUA”, explica Sergie.

O jornalista também afirma que produtores de petróleo árabes no Golfo estão aumentando a capacidade doméstica e no exterior para garantir vendas em um negócio que, segundo estimativa da McKinseyand Co., impulsionará 70% do crescimento da demanda por petróleo até 2035.

Gaúcho de Harmonia, atua no Al Tadhamon

Alexandre Hans joga desde 2018 no Kuwait. (Crédito: Arquivo Pessoal)

Jogando desde 2018 no Kuwait, Alexandre Hans, 25 anos, zagueiro do Al Tadhamon, explica que sempre viu o Oriente Médio com bons olhos. “Eu sempre soube que o mundo árabe era um bom lugar. Tirando a Europa, hoje é o lugar que todo jogador quer ir, então, recebi com surpresa, mas com bons olhos. Foi bem repentino, não esperava”, afirma Alexandre.

O zagueiro começou a jogar futebol por insistência da mãe e nunca mais parou. Passando por categorias de base Juventude, Criciúma e Ponte Preta. Chegou a pensar em desistir até que, em 2012, assinou seu primeiro contrato profissional com a equipe paulista. “Vi que a partir daquele momento, a coisa era para valer”, lembra o brasileiro.

Hans explica que sua maior dificuldade é a falta de lazer no país. “Por estar sozinho lá sinto muita falta de ter um lazer e de sair da rotina. No Kuwait há poucas opções para ocidentais, principalmente por ser um dos países mais fechados do golfo”, complementa o atleta, que atualmente está de férias em Harmonia, cidade onde nasceu.

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