Porto Alegre tem uma alta de 0,6% na inflação de moda masculina e 0,28% na infantil

Artigos femininos tiveram uma deflação de 2,46%, seguindo as demais capitais brasileiras

Arthur Mombach Schneider
Redação Beta
3 min readMay 5, 2023

--

Loja de vestuários masculinos, femininos e infantis em São Leopoldo (Foto: Arthur Schneider)

O setor do vestuário é um dos principais do Brasil, tendo influência direta na inflação do país. A área tem sofrido com altas de preços desde a pandemia de Covid-19, o que na época foi reflexo da falta de materiais para a produção ou a alta nos valores de tecidos e transportes. Apesar deste problema já estar resolvido, muitos produtos continuam apresentando altos valores de venda.

Segundo pesquisa do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgada em 11 de abril pelo IBGE, entre março de 2022 e março de 2023 o setor dos vestuários apresentou uma deflação em grande parte das principais cidades do país. Já em Porto Alegre foi diferente, apenas nas roupas femininas seguiu o fluxo das demais cidades, tendo uma queda. Em 2022 estava com uma inflação de 2,73% e caiu para -0,27%, em março de 2023. Enquanto no setor de roupas masculinas e infantis houve um crescimento da inflação. Em março de 2022 estavam com 1,53% e 1,26%, respectivamente e em 2023 passaram para 2,13% e 1,54%.

O vice-presidente e diretor de comunicação do Sindicato das Indústrias de Vestuário (Sivergs), Rogério Bértoli, comentou sobre o que influencia no aumento de preços de Roupas masculinas, femininas e infantis.

“Roupa feminina tem um consumo maior e a cada estação é preciso de novos modelos de roupas e isso tudo influencia no aumento de valores. Já roupa masculina é mais estável, pois o consumo não é tão alto e as roupas têm poucas mudanças a cada estação. Roupa infantil não gera concorrência, pois vai de acordo com o valor que os pais estão dispostos a pagar na roupa, alguns compram roupas mais caras e outros não. Mas sempre precisa ter novos modelos a cada estação”, explicou.

Sobre a variação da inflação no setor, ele comentou ser algo normal, devido ao fato de se terem duas estações em que o setor do vestuário trabalha. “Em outro momento, poderia encontrar dados diferentes, como masculino caindo, feminino subindo e infantil caindo”, ressalta Rogério.

A proprietária da loja Açucrinha Kids de São Leopoldo, Rose da Silva Lopez, comentou sobre o aumento dos artigos infantis e de que forma isso afeta o seu negócio, “quando sobe o valor da mercadoria, os clientes não estão acostumados com esse aumento e geralmente dá uma queda na venda até que eles se acostumem com a nova realidade, com os novos preços”.

Loja de vestuários masculinos, femininos e infantis em São Leopoldo (Foto: Arthur Schneider)

E para os consumidores a variação nos preços também não passou despercebida. Para Kamilly Andrade é muito visível o aumento dos preços e isso afeta a credibilidade das lojas com seus clientes, “com a variação de valores, principalmente por causa da inflação, muitas pessoas perdem a confiança na loja. A credibilidade é bem importante nesse sentido, até para fidelizar o cliente”.

No dia 29 de março, Rogério Bértoli participou da live realizada pela turma de Beta Economia, transmitida no YouTube da Beta Redação, para debater sobre a indústria no estado do Rio Grande do Sul. Na live Rogério respondeu perguntas sobre o setor têxtil e vestuário. Ao ser questionado sobre a possível recuperação que a indústria têxtil pode ter em 2023, Rogério comentou, “o setor têxtil vem tendo uma recuperação mais significativa e tem conseguido manter alguns índices de produção e de valores econômicos um pouco acima do que o vestuário tem apresentado”.

Rogério também explicou que o setor têxtil/vestuário tem uma grande importância na regulação da inflação, pois se observar os dados dos últimos anos, ele é o setor que mais colabora na regulação do índice de inflação do país.

--

--