Porto-alegrenses enfrentam transtornos com a falta de combustível

Desabastecimento, ocasionado pela greve dos caminhoneiros, tem afetado a prestação de alguns serviços na Capital

Juan Gomez
Redação Beta
2 min readMay 30, 2018

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A greve dos caminhoneiros chegou ao seu nono dia nesta terça-feira, 29, comprometendo a distribuição de combustíveis pela Capital. Desde a última quinta-feira, os porto-alegrenses sofrem com a falta de gasolina na cidade. A preocupação é tanta que algumas pessoas, temendo ficar desabastecidas, chegaram a enfrentar três horas em filas de postos.

É o caso de Marco Mancuso, 22 anos. O estudante de Engenharia de Produção da PUCRS, por depender do seu automóvel para se locomover, precisa dele abastecido. “Sem gasolina, hoje em dia, eu não faço nada. Preciso para ir trabalhar de manhã e, de tarde, para a faculdade. Para ambos precisaria de dois ônibus, então é muito mais prático utilizar o meu carro. Por isso, fiz o esforço de ficar três horas esperando para abastecer”, explica o jovem.

Fila no posto Rede Vip, na Avenida Ipiranga, completava o quarteirão. (Imagens: Juan Gomez/Beta Redação)

Ao falar sobre a greve, Marco destaca que, mesmo com todo o caos, está do lado dos caminhoneiros. “O aumento do combustível é uma vergonha, não tem justificativa nenhuma. É inaceitável o que está sendo cobrado por um litro de gasolina”, reflete o estudante, que teve que faltar ao trabalho para abastecer o seu automóvel.

Desistência

Muitas pessoas não tiveram a mesma paciência que Marco e acabaram desistindo de abastecer. Luiza dos Santos, 20 anos, chegou a ficar uma hora esperando em uma fila que dava a volta em uma quadra, no bairro Partenon, com o objetivo de entrar em um posto na Avenida Ipiranga, mas não aguentou esperar. “Depois que passei uma hora esperando, vi que a fila praticamente não andava. Não tinha por que esperar, possivelmente a gasolina acabaria antes que fosse a minha vez de abastecer”, conta.

Luiza diz que o seu carro já estava na reserva há dois dias. Agora, ela depende de aplicativos como Uber e Cabify para poder seguir com a sua rotina. “Por um lado, me arrependo em ter tomado a decisão de sair da fila, porque os preços dinâmicos dos aplicativos estão me deixando no prejuízo. Mas por outro foi bom, pois poderia ter acabado de vez o combustível e eu teria de ficar horas na fila empurrando o carro”, avalia.

Em alguns casos, as filas prejudicavam o trabalho dos motoristas de ônibus. (Foto: Juan Gomez/Beta Redação)

Transporte público

Uma das principais áreas prejudicadas pela falta de combustível é o transporte público. Os ônibus de Porto Alegre passaram a operar, mais de uma vez, com horários reduzidos (de hora em hora). Além dos atrasos, a superlotação dos veículos causou irritação aos usuários.

O publicitário Rafael Cardoso, que depende da locomoção para trabalhar, diz ter ficado insatisfeito com o trabalho de alguns motoristas de ônibus. “Não podem deixar ultrapassar o limite de pessoas no veículo, é muito perigoso. Acredito que o motorista tem que entender que não somos lixo para ficarmos pisoteando uns aos outros”, declara.

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