Praças se tornam locais preferidos para a prática de exercícios
Mesmo com academias abertas, pessoas estão preferindo se exercitar ao ar livre em tempos de pandemia
Em meio à pandemia da Covid-19, muitas pessoas estão preferindo se exercitar ao ar livre, em praças e espaços públicos. Profissionais de educação física têm explorado áreas arborizadas para a prática esportiva, cuidando assim da saúde de alunos já saturados de ambientes fechados.
O profissional de educação física e personal trainer, Bruno Cordeiro, afirma que realizar atividades físicas em praças e parques oferece, na maioria dos casos, os mesmos resultados de uma academia, porém com menor custo. Ele explica também que a rotina está cada vez mais estressante dentro dos escritórios e nos processos de home work, o que incentiva as pessoas a buscar contato com a natureza.
Além disso, ressalta Bruno, as praças e parques preservam o distanciamento social, oferecendo maiores cuidados em relação à saúde dos alunos em tempos de pandemia. Ele ressalta, contudo, que essa mudança de hábito cresce há anos no Brasil, sendo acelerada pela pandemia. “Muitas pessoas que utilizam as praças para caminhadas seguirão realizando atividades físicas em locais públicos após a pandemia”, esclarece.
A psicóloga clínica e esportiva, Gabriela Bertoletti Diaz, afirma que a prática de exercícios em contato com a natureza oferece benefícios para o corpo e para a mente. “O exercício gera a liberação de serotonina e toda a parte bioquímica deste processo ajuda no nosso potencial”, explica.
Para a auxiliar administrativa, Maria Brum, a pandemia nunca representou um empecilho para a realização de atividades físicas. Aos 67 anos, ela se considera uma pessoa ativa. “Desde jovem, eu praticava uma hora de academia e vôlei toda a semana”. Segundo Maria, a prática de exercício físico ao ar livre traz maior sensação de liberdade e “é menos monótono do que uma academia”, pontua.
A prática de atividades físicas em meio à natureza oferece os mesmos benefícios de uma academia, ou seja, melhora a capacidade cardiovascular, aumenta a força e o equilíbrio, e acrescenta vitamina D ao corpo durante o dia.
Segundo Bruno, o clima frio do Rio Grande do Sul representa um obstáculo para os alunos manterem a rotina de treinos ao ar livre. “A procura diminui muito no inverno, especialmente porque temos uma sazonalidade muito grande”, afirma.
Gabriela ainda argumenta que a prática de atividade física em espaços públicos possibilita a criação de uma rede de contatos. “Não há preocupação com o vestuário e há mais flexibilidade, fazendo com que as pessoas busquem essa opção mais pelas amizades”, sublinha.
A psicóloga ressalta ainda que, para os atletas iniciantes, é preciso instrução profissional durante os treinos. “Eles precisam de orientação para que se crie uma prática de exercícios consciente sobre os limites do corpo e com auxílio de uma pessoa especializada”, finaliza.
