Programa de gestão promove lucro para famílias rurais gaúchas

Relatório anual de 2018 demonstra crescimento de 334,91% na renda mensal em propriedade do Estado

Thiago Greco
Redação Beta
3 min readApr 4, 2019

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Emater em visitas às propriedades para balanço anual (Foto: Arquivo/Emater-RS)

Com três anos de acompanhamento do Programa de Gestão Sistêmica Sustentável da Agricultura Familiar, a família Binda evoluiu o ganho de R$ 844,96 para R$ 3.674,79 por mês. O crescimento foi possível com o acompanhamento técnico municipal e a implantação de tecnologias na produção de leite assistidas pela iniciativa. Números fazem parte do levantamento anual do Programa, publicado no último março.

Executado pela Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica, a Emater/RS-Asca, o Programa foi lançado pela, então, Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) em 2016. O objetivo do investimento é promover a gestão e a adequação socieconômica e ambiental de propriedades rurais gaúchas atendidos pela Extensão Rural do Estado. A iniciativa encerra sua primeira fase no final de 2019.

Em Fagundes Varela, a família Binda se destacou na produção de leite. A adesão ao Programa por parte dos produtores ocorreu na Safra 2015/2016, com 18 vacas em lactação. A renda mensal, na época, chegava a R$ 844,96. Em um ano de Programa e a mesma quantidade de animais na produção, o lucro total atingiu R$ 5.382,47 por mês.

Fonte: Emater-RS

Hoje, o número de atendidos pelo Gestão Sustentável representa 78,56% da meta, que é alcançar 20 mil famílias até o final deste ano. A adesão ocorre com a elaboração de um plano de gestão para cada família, a partir de um diagnóstico socioambiental e econômico. De posse dos dados, a equipe técnica municipal e a família elaboram um plano de gestão para até dez anos, contendo uma matriz de planejamento anual. Para atingir a meta estipulada, o programa será apresentado a 14.730 famílias até a conclusão da primeira fase, com um objetivo de uma adesão de 4.288.

Dia de campo da Emater em uma propriedade de produção de leite (Foto: Arquivo/Emater-RS)

“Para 2019, o objetivo é continuar melhorando as pastagens e organizar ainda mais a propriedade”, afirma Edivaldo Taglian, produtor que também aderiu ao Programa. A família fechou 2018 com um crescimento de 55,26% na renda mensal, em comparação ao seu primeiro ano no Gestão Sustentável. Com 20 vacas em lactação, os Taglians produziram 144.052 litros de leite no último ano. “Investimos muito em solo, uso de pastagens perenes de alta qualidade nutricional, sobressemeadura, implantação de forrageiras leguminosas e manejo das pastagens e do rebanho” explica o produtor.

Fonte: Emater-RS

Na propriedade da família Dalla Libera os números também foram positivos. Em 2016, a renda mensal na propriedade era de R$ 1.950,20. Apesar da queda de 23,16% em 2017, no balanço recentemente divulgado, houve um crescimento de 20,24%, comparado com o primeiro ano de adesão, chegando a uma renda mensal de R$ 2.344,86, com 66.996 litros de leite produzidos.

Leandro Ebert, engenheiro agrônomo da Emater-RS-Ascar, afirma que as visitas para acompanhamento nas propriedades é um trabalho contínuo, conforme o planejamento das famílias. Ele explica que “assim, aumentamos as receitas com aumento da produção e diminuímos os custos, usando mais pastagens na alimentação dos rebanhos, já que o pasto é o alimento mais barato e os custos representam até 70% da produção de leite”.

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