Roubos e furtos fazem valor dos seguros automotivos dispararem

A Beta Redação analisou qual o impacto dos fatores variáveis no valor da apólice de seguro automotivo

Arthur Isoppo
Redação Beta
3 min readNov 15, 2017

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Se você já tem carro, certamente, algum dia já questionou o porquê paga ou pagou determinado valor no seguro do seu veículo. São diversos os fatores que, de acordo com as seguradoras, influenciam no valor a ser pago.

Matheus Reidel, 23 anos, estudante de Logística, resolveu trocar seu carro por outro de marca diferente e um pouco mais novo. Depois de fazer diversas pesquisas e escolher o carro, Matheus achou necessário adquirir um seguro para o veículo. Pesquisando as cotas de acordo com sua idade e outros diversos fatores, deparou-se em uma situação extremamente complicada. Segundo Matheus, a parcela do seguro saiu mais caro que a parcela do próprio carro. “O seguro mais barato que eu achei custava em torno de três mil reais, o que parcelado sairia mais caro que a parcela do carro. Como não coube no orçamento, infelizmente não consegui fazer”, explica Matheus.

Os fatores determinantes deste valor, segundo as seguradoras que ele pesquisou, foram a idade, a marca e ano do veículo, tempo de carteira e a cidade onde ele mora. Matheus é morador de Canoas, o município mais populoso da região metropolitana e o quarto do estado do Rio Grande do sul, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o IBGE, maioria da população moradora da cidade está na faixa de 25 -34 anos de idade, o que a caracteriza como uma cidade jovem — fator importante no valor do seguro.

Outro fator determinante no aumento do valor é a violência. O número de carros roubados, principalmente nas capitais brasileiras, vem subindo a cada ano. E, é por isso que o preço do seguro está cada vez mais alto. Segundo a Confederação Nacional de Seguros — CNSeg, em 2015, chegaram a ser roubados 57 veículos por hora no país, com um total de 1.368 por dia. Na capital gaúcha, Porto Alegre, de 2014 para 2015, a cidade enfrentou um aumento de 24,34% de roubos e furtos de veículos.

Em Canoas a situação não é muito diferente. De acordo com o Observatório de Segurança Pública de Canoas, entre os anos de 2012–2016, apenas em 2013 os números foram inferiores, só no ano de 2016, 1065 veículos foram roubados, uma média de 88 por mês.

De acordo com o Observatório de Segurança Pública de Canoas, a sistematização dos dados foi realizada através da coleta de dados dos registros de roubos de veículos na Delegacia Especializada de Furto, Roubo e Receptação de Veículos de Canoas (DFRV). As ocorrências são referentes aos anos fechados de 2012 e 2016, e aos meses de janeiro a outubro de 2017, e contemplam os casos de roubos de veículos cujo local do fato foi o município de Canoas.

Em entrevista para o site Agência Brasil, no dia 04 de outubro deste ano, sobre como o crescimento do roubo vem afetando o valor dos seguros automobilísticos no Rio de Janeiro, o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Julio Rosa, explica sobre a estimativa de que o aumento das apólices de seguro podem subir entre 15% e 22% até o final do ano na capital carioca devido a esse surto.

As seguradoras realizam um estudo de risco. Na medida em que o percentual de risco sobre o veículo segurado cresce, a possibilidade de prejuízo para a empresa cresce proporcionalmente. Desta forma, ela são obrigadas a realizar um reajuste a fim de reequilibrar os resultados dessa equação. Em cidades de grande extensão territorial e que apresentam a possibilidade de analisar o índice de furto e roubo por região, essa variação de valores pode ser aplicada inclusive por zonas, como é o caso do Rio de Janeiro.

Tentamos pesquisar valores de cotação de seguro em algumas seguradoras de três cidade: Canoas, Esteio e Sapucaia. Infelizmente, as seguradoras não prestaram informações ate o fechamento da matéria. De acordo com as mesmas, elas exigem documentos dos veículos como RENAVAM e placa para que forneçam essas informações.

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