RS passa por estagnação no mercado de trabalho

Ainda assim, houve queda no índice de desemprego no Estado nos primeiros três meses do ano

Juan Gomez
Redação Beta
3 min readJun 12, 2019

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Em Porto Alegre a taxa de desocupação das pessoas de 14 anos de idade ou mais caiu de 10,4% para 8,9% (Foto: Maria Emilia Portella / Divulgação PMPA)

O Rio Grande do Sul encerrou o primeiro trimestre de 2019 com o segundo menor índice de desemprego do Brasil, caindo para 8%. Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado está atrás apenas de Santa Catarina, que tem o menor número de desocupados do país, com um percentual de 7,2%.

Apesar disso, a técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Lucia Garcia, avalia que a situação do mercado de trabalho no Estado é de estagnação. Como demonstra o gráfico abaixo, divulgado pela IBGE, a taxa de desemprego do Rio Grande do Sul pouco se alterou nos últimos três anos.

Taxa de desocupação/(Brasil e Rio Grande do Sul — 2012 a 2019)

(Fonte: PNAD-C /IBGE)

Lucia destaca que a ideia de desempenho do mercado de trabalho não pode se limitar a intervalos restritos de tempo, havendo a necessidade de identificar tendências ou especificidades regionais. “Apesar da melhora, o que identificamos pela PNAD-C/IBGE é uma situação ainda muito difícil tanto para o mercado de trabalho nacional, quanto para o gaúcho”, afirma. Segundo ela, enquanto a taxa de desemprego nacional esteve em torno de 7%, entre 2012 e 2014, passando para 12,5% no primeiro trimestre de 2019. A taxa do Rio Grande do Sul também saltou de algo em torno dos 5% para 8% nesse intervalo de tempo.

Taxa cai na Região Metropolitana

A taxa de desocupação das pessoas de 14 anos de idade ou mais caiu de 10,4% para 8,9% na Região Metropolitana de Porto Alegre. Considerando somente as capitais, a gaúcha tem o quarto menor índice, atrás de Goiânia, Campo Grande e Curitiba, que registraram 7,2%, 8,2% e 8,3%, respectivamente.

Muitas pessoas se perguntam, “de onde vem esse índice?”, “como se realiza esse cálculo?”. A técnica do Dieese ajuda a esclarecer essas questões. “É uma pesquisa domiciliar, aplicada em amostra de moradias representativa do conjunto de residentes do Estado, através de um questionário voltado à investigação de condições de procura de trabalho e do exercício de uma ocupação. No caso da descrição do trabalho exercido, a pesquisa identifica o setor econômico de atuação, tipo de função executada, horas dedicadas ao trabalho e remuneração recebida”, explica.

Setores que mais empregam no Estado

Os setores que mais absorvem trabalhadores no Rio Grande do Sul são o comércio, com 17,8% do total de ocupados, seguida de um conjunto de atividades abarcada pela administração pública, defesa, seguridade, educação e saúde (17,0%) e indústria geral (15,0%).

Renan Pietro, que está prestes a se formar em Engenharia Civil, na PUCRS, obteve sucesso recentemente na busca por um trabalho de carteira assinada. “Fui muito feliz nas oportunidades que tive. Consegui uma vaga de efetivo em menos de quatro meses. É uma empresa grande, de nome, uma das principais na minha área. Muita gente gostaria de estar em meu lugar, então fiquei muito feliz em conseguir esta vaga”, conta.

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