(Foto: Chris Dangaard/Divulgação)

“Skate não é apenas uma brincadeira sobre quatro rodas”

O skatista gaúcho Héricles Fagundes disputa vaga nas Olimpíadas de Verão de Tóquio deste ano

Marco Moreira
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3 min readApr 20, 2021

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Entre as cinco novas modalidades olímpicas que irão estrear em Tóquio 2021 está o skate. Considerado mais do que apenas um esporte entre aqueles que o praticam, a inclusão do skate nos jogos, aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), tem como objetivo rejuvenescer o público que irá acompanhar o evento.

O gaúcho Héricles Fagundes é um dos skatistas brasileiros que buscam a classificação para as Olimpíadas. Natural de Sapucaia do Sul, ele afirma que a disputa pela vaga está acirrada. “O ranking parou por conta da pandemia e iremos retomar a competição em maio. Provavelmente teremos apenas mais duas etapas, porque os jogos ocorrerão em julho”, explica.

Segundo Héricles, a seleção brasileira trabalha diariamente em cinco frentes: a academia, o funcional, a alimentação, o psicológico e o esporte em si. “Creio que chegaremos com uma equipe bem forte, pois o Brasil tem grandes chances de medalha nas Olimpíadas”, analisa.

O skatista revela que os treinamentos para os jogos de Tóquio foram impactados pela pandemia do novo coronavírus. “Mesmo sendo um esporte individual e que não exige muito contato físico com outras pessoas, há riscos de quedas e acidentes que poderiam tirar vagas hospitalares de infectados pelo vírus e que precisam de leitos”, aponta Héricles.

O gaúcho diz ainda que, com o retorno dos treinamentos, os protocolos de distanciamento estão sendo seguidos à risca pelos praticantes da modalidade.

Héricles vê com bons olhos a introdução do skate como esporte olímpico. De acordo com ele, o evento abrirá portas e despertará o interesse de futuros skatistas no Brasil.

O atleta defende, ainda, que o skate é muito marginalizado pela sociedade. “As Olimpíadas mostrarão que o esporte não é uma brincadeira sobre quatro rodas e que existem atletas e pessoas que trabalham com isso e mudam vidas com a prática do skate”, pontua.

Héricles espera que o skate cresça após os jogos de Tóquio e traga mais recursos financeiros para o esporte no Brasil. “Para que não só o skate em si possa prosperar, mas também os praticantes da modalidade possam viver deste esporte, que é uma filosofia de vida que nos ensina a seguir em frente e nunca desistir”, ensina.

Prática da modalidade e história

A atividade do skate consiste na realização de manobras deslizando sobre o solo e outras superfícies, com o atleta equilibrando-se em cima da prancha (shape). Na prática profissional são necessários equipamentos de segurança como capacete, tornozeleira e cotoveleira. O skate é considerado também um estilo de vida, já que os skatistas têm seus próprios costumes e moda característica.

Entre as diversas categorias de realização das manobras, as mais utilizadas são a Street, que consiste em um circuito com obstáculos como bancos, corrimões e escadas de ruas, e a Half Pipe, feita em uma rampa com o formato da letra U.

Esporte considerado jovem e radical, segundo o site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o skate surgiu na década de 1950, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e foi trazido para o Brasil na década seguinte.

A estreia do skate no circuito olímpico ocorre no dia 25 de julho, às 21h no horário de Brasília (9h no horário de Tóquio).

Sequência de manobras realizadas pelo skatista Héricles Fagundes. (Foto: Chris Dangaard/Divulgação).

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Marco Moreira

Estudante de Jornalismo, 22 anos, aspie e LGBT. Sou um rapaz otimista e que gosta de ouvir e escrever histórias.