Superação e fé no cinema

Filme “Eu só posso imaginar” explora o gênero gospel e traz mensagens de cunho religioso

Matheus Miranda
Redação Beta
3 min readJun 30, 2018

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Foto: Divulgação

O autor de uma das canções mais famosas da banda MercyMe, Bart Millard, tem sua história de vida narrada no filme Eu Só Posso Imaginar — em inglês I Can Only Imagine. Dirigido por Andrew e Jon Erwin, a primeira parte do filme se resume em cenas dramáticas, contando os desafios da superação de Bart — interpretado pelo ator J. Michael Finley — e a forma que ele encontra para suprir o vazio das lembranças do passado. Por esse motivo, a trama se resume em transmitir ao espectador a esperança e a fé em transformar a vida das pessoas.

Tudo começa na década de 80, no Texas (EUA), quando Millard é abandonado pela mãe, que sofria com a violência do esposo. O jovem é criado por um pai abusivo que sempre fez com que ele não acreditasse em seus sonhos. Da infância para a adolescência, começa a despertar um grande gosto pela música, e é através dela que ele encontra uma maneira de amenizar seu sofrimento.

No decorrer do filme, Millard tem problemas de relacionamento com seu pai — interpretado pelo ator Dennis Quaid — , o qual desconta no filho o fato de não ter conseguido realizar o sonho de ser um jogador de futebol americano. Quando atinge a maioridade, o protagonista resolve sair de casa e seguir sua vida atrás de seus sonhos, indo contra o que o pai dizia durante sua infância e adolescência: “Sonhos não pagam as contas. Só servem para nos afastar da realidade”.

Foto: reprodução/Google

Por ter uma infância e um crescimento de abandono e rigidez, o vocalista da banda MercyMe acaba se tornando uma pessoa tímida e fechada. O filme não retrata a vida do pai de Millard e como ele foi criado, o que acaba fazendo com que tenhamos a mesma ideia de criação que o próprio pai deu a seu filho.

Após deixar a casa do pai, Millard encontra diversos obstáculos na carreira de cantor, já que todas suas músicas não revelam o que ele realmente é e sente. Para que a banda na qual ele é a peça principal tivesse sucesso, teria que criar uma canção jamais ouvida, carregada de sentimentalismo e profundidade. Algo que contasse a sua história. Foi então que Millard retornou à casa do pai e soube que ele estava com câncer terminal.

Durante o longa, mensagens de cunho religioso vão incorporando os discursos dos personagens. A trilha sonora também complementa essas mensagens e dão o tom dramático do filme. A primeira parte da produção já deixa claro como será o desfecho, já que o foco são os desafios que Millard enfrenta para se tornar um cantor reconhecido e com uma banda de sucesso. Como todos os filmes de superação, tem em seu roteiro um final clichê.

As demais cenas do filme acabam não impactando tanto — caso das que retratam seu relacionamento com a personagem Shannon, interpretada pela atriz Madeline Carrol. Ainda assim, Eu Só Posso Imaginar surpreende pelo fato de trazer aspectos bem importantes, como o reconhecimento do perdão, o otimismo, a autoajuda e a fé acerca daquilo que se quer conquistar. Por se tratar de um filme de cunho religioso, pode ser mais atraente para um público cristão .

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