Tecnologia a serviço da economia

Arthur Marques
Redação Beta
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3 min readJun 5, 2019

Desde 2016 os bancos digitais vêm ganhando força no mercado financeiro

O Nubank apresentou crescimento e obteve recorde de acessos em janeiro de 2018, com cerca de 7,9 milhões de visitas (Foto: William Veis/Unsplash)

Ter as informações bancárias na palma da mão vem se tornando algo comum com os avanços tecnológicos que os smartphones e aplicativos possibilitam. Para fugir das tarifas impostas pelos bancos tradicionais, muitas pessoas foram em busca dos bancos digitais ou Fintechs (startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro) como também são chamados.

“Sem dúvida, a criação das Fintechs foi a maior inovação bancária das últimas décadas. As contas digitais se caracterizam por serem totalmente on-line. Esses bancos não possuem agência ou qualquer estrutura física para atendimento ao cliente”, explica o professor do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs) e economista Cláudio Viegas. Justamente por este motivo ter uma conta neste tipo de banco se torna algo mais econômico, porque o custo de manutenção é menor.

“As contas digitais foram criadas para atender a demanda de um público mais jovem e usuário das plataformas digitais. Hoje os serviços vão até as pessoas por meio de aplicativos. Antes, as pessoas tinham de se deslocar até os serviços”, observa Viegas.

Além da forma fácil de usar, o custo mais baixo para manutenção é um atrativo. “Muitos bancos digitais oferecem transações, como o envio de DOC ou TED, sem cobrança de taxas e por vezes nem cobram mensalidade”, diz Viegas.

O professor aponta como desvantagem o fato dessas contas serem impessoais. Não existe um gerente ou algum representante para orientar e tirar dúvidas. “Quem não tem facilidade com o mundo digital deve pensar bem antes de abrir uma conta. O barato pode sair caro se o consumidor não conseguir realizar um pagamento e tiver de pagar multa, por exemplo”.

A questão da segurança também acende o sinal de alerta quanto ao serviço. Recentemente, no sistema do Banco Inter, uma falha na segurança tecnológica permitiu que hackers tivessem acesso a dados de clientes. “A segurança digital é um desafio para todos os bancos, não apenas para os digitais. É preciso ressaltar que há investimentos e a tendência é que as operações sejam cada vez mais seguras” avalia Viegas.

Experiência do usuário

O corretor de imóveis Alexandre Alves teve conta no banco Santander durante sete anos. Foi então que uma colega de trabalho comentou sobre o Nubank, que não cobra anuidade e nem mensalidade. “Não pensei duas vezes. Fechei a conta que tinha com o Santander e pedi que ela me enviasse o convite para que eu pudesse abrir a conta. Além da economia, eu pensei na facilidade”, explica Alexandre.

“Até agora o Nubank supriu minhas necessidades. Pago minhas contas com o aplicativo do banco e quando preciso, peço um aumento no limite da minha conta. Sou cliente do banco há um ano, não tenho do que reclamar”, disse a personal trainer Raquel Santana.

Se não cobram taxas como lucram?

A principal fonte de receita destes bancos é uma taxa chamada interchange. Toda vez que o usuário faz uma compra no cartão de crédito, o lojista paga uma taxa de cerca de 5%. Parte desse dinheiro vai para a máquina do cartão, outra parte para a bandeira. Uma terceira parcela vai para o banco.

O que avaliar antes de abrir uma conta digital?

De acordo com Cláudio Viegas, o primeiro passo é pesquisar. Buscar informações sobre as empresas, sobretudo no site do Banco Central, que traz publicações sobre as instituições que estão sob supervisão.

Também é importante ler o contrato para ter clareza de todos os custos e do funcionamento da conta. Vale lembrar que, em caso de dúvida, o usuário não contará com a ajuda de um gerente.

O site Reclame Aqui apresenta avaliação dos três principais bancos que oferecem estes serviços: Nubank, Banco Original e Banco Inter.

Fonte: Reclame Aqui (Arte: Arthur Marques/Beta Redação)

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