Trajetória e vivências de Nadege Lomando no campo da comunicação

A coordenadora da área de relações públicas da Agexcom relata suas experiências e dá dicas para quem está começando na profissão

Nadine Kern
Redação Beta
5 min readNov 30, 2021

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Nadege Lomando não se acomodou durantes sua vida profissional no mercado e nem na academia . (Foto: Reprodução/Instagram)

Nadege Lomando é mestre em Comunicação Social, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), especialista em Comunicação e Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e graduada em Comunicação Social, com especialidade em Relação Públicas e Publicidade e Propaganda, também pela UFRGS. Atualmente a professora coordena a área de relações públicas da Agência Experimental de Comunicação da Unisinos (Agexcom).

A profissional atua na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) há mais de 20 anos, como professora do curso de Relações Públicas e em disciplinas do campo da Indústria Criativa. Porém, essa é só uma etapa de sua trajetória no campo da comunicação, pois antes da atuação acadêmica somou e produziu conhecimentos no mercado de trabalho.

Nadege é uma profissional experiente e que já atuou como consultora de comunicação organizacional por mais de 25 anos. Ela acredita que o segredo para um bom profissional de relações públicas seja a curiosidade e relata que sempre buscou se envolver com a profissão, mesmo estando de férias.

“Não tenham preguiça de ir atrás para entender e procurar informações”, aleta a professora aos novos profissionais da área.

A Beta Geral conversouConfira a entrevista completa com Nadege Lomando, que resgata um pouco da sua trajetória e experiências no meio da comunicação, realizada para a disciplina de Jornalismo e História do Brasil.

BR: O que te motivou a ser uma relações públicas?

“Entrei no curso de comunicação para fazer Publicidade e Propaganda, porém fiz um estágio em uma agência e não gostei muito. Quando terminei o estágio não remunerado, eles adoraram o meu trabalho e acabaram me apresentando para uma profissional de relações públicas que estava precisando de estagiária. Sonia Kremmer, acabou sendo a minha mentora e eu adorei esse trabalho, principalmente porque a gente tinha uma noção do ‘todo’. Na publicidade a gente trabalha por ‘partes’. No estágio eu trabalhava toda a parte de comunicação dos clientes da minha mentora, que tinha uma assessoria na época. Ela trabalhava com dois clientes: uma joalheria e um centro comercial. Quando passei a estagiar nesta área de relações públicas, me encantei com tudo isso”.

Como foi a transição da vida acadêmica para a vida profissional?

“Depois de estar quase 30 anos no mercado de trabalho, comecei a sentir falta de algo. Acabamos repetindo sempre as mesmas coisas e isso estava me incomodando. Em função disso, decidi fazer uma pós-graduação de Comunicação e Saúde. No curso aprendi tanta coisa que senti que precisava passar adiante, e assim, comecei a pensar na possibilidade de ser professora. Foi o que me motivou”.

Pode citar alguns profissionais de relações públicas que te inspiram?

“Ao longo da minha carreira, muitas pessoas me ajudaram e me incentivaram. Depois de ser estagiária da Sonia Kremmer, virei sócia dela. Tivemos uma assessoria de comunicação onde trabalhávamos muito com o pessoal de São Paulo. Com a assessoria, acabei conhecendo muitas pessoas que me inspiraram. Valentin Lorenzzeti — que tem uma agência de comunicação — era uma pessoa maravilhosa e me ajudou muito na prática profissional. Também admiro muito o trabalho do Simões, que infelizmente já faleceu. Fiz meu mestrado com ele e foi realmente muito inspirador, é um dos meus ídolos, que acabou me instigando a pensar na questão acadêmica. Mas o que eu vejo, é que, como a nossa profissão é de bastidores, não temos grandes figuras para reverenciar, então citaria apenas esses dois”.

Fizestes algum trabalho diferente de relações públicas que consideras o mais importante da tua carreira profissional?

“Acredito que todo trabalho que fazemos é importante, cada um no seu momento. Hoje, trabalhando 20 anos como professora, tudo me inspira muito, adoro fazer o que eu faço. Fico muito feliz por ter participado de toda a criação do curso de Relações Públicas a distância [EAD] da Unisinos. Além disso, também foi muito gratificante quando pude representar algumas empresas em São Paulo”.

Como você se reinventa ao longo dos anos para continuar dando aulas de forma criativa?

“Aprendo com os colegas e com os próprios alunos. Costumo criar as aulas a partir do momento atual que estamos vivenciando. Mas eu me inspiro demais nos alunos e ex-alunos. Os egressos me ajudam significativamente, porque trazem bastante informação e, com isso, trago muitos deles para as aulas atuais. Tem sido muito gratificante, e é neste momento que eu realmente me sinto mais criativa”.

Nadege conta que elabora as aulas a partir do momento atual da sociedade. (Foto: Reprodução/Instagram)

Tens planos profissionais para o futuro?

“Não tenho grandes pretensões, mas acho que eu devo que deixar um legado e espaço para os profissionais que estão vindo por aí”.

Qual conselho darias para quem está iniciando a vida profissional na área da comunicação?

“Vejo que os alunos de hoje em dia não tem muita curiosidade, coisa que eu sempre tive. Onde eu ia, mesmo viajando de férias, sempre procurei encontrar algo relacionado a relações públicas: tirava fotos, e me envolvia sempre com essa questão. Eu acho que a curiosidade é o que te instiga, te leva pra frente e te faz crescer. Então, sejam curiosos! Não tenham preguiça de ir atrás para entender e procurar informações”.

Nadege explica que costuma procurar relações públicas em todos os lugares, até mesmo de férias em Coney Island (Foto: Reprodução/Instagram)

Qual é a importância da profissão de Relações Públicas no mercado de trabalho atual?

“Apesar de não entenderem muito bem nossa profissão até hoje, considero ela muito importante. Cada vez mais eu vejo a necessidade de trabalhar os relacionamentos entre as organizações. A grande questão é que, muitas vezes, as organizações não atribuem isso a um trabalho de relações públicas, mas essa situação está sempre presente em tudo que vemos. O relacionamento segue sendo o básico para uma organização dar certo, por isso, vejo que temos muito mercado de trabalho. A questão é sabermos nos posicionar e fazer com que o mercado entenda que isso é uma atividade de relações públicas”.

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