Um convite à intolerância
Acompanhe o especial da Beta Redação sobre Direitos Humanos na série de matérias “Nós contra eles”
Com André Cardoso, Arthur Menezes, Fabrício Santos, Isabelle Castro, Letícia Guintani da Costa, Mateus Friedrich, Nagane Frey e Tamires Trescastro.
Uma frase que já ultrapassa todos os preconceitos e vira expressão de piada em mesa de bar, guarda um sério perigo a tolerância religiosa no Brasil. Para Marcos Rolim, Mestre e Doutor em Sociologia, “o Brasil tem uma tradição importante de tolerância religiosa e de sincretismo, mas o crescimento de algumas seitas evangélicas carismáticas, entretanto, passou a colocar essa tradição em risco. Muitos têm sido os discursos religiosos evangélicos contra os cultos e tradições africanistas. Não raro, a macumba, a umbanda e outras identidades religiosas de origem africana são apontadas como ‘coisa do diabo’ na fala de pastores. É claro que esse tipo de discurso não encontra amparo em todas as igrejas evangélicas e há pastores que se opõem diretamente a esse tipo de discurso de ódio. O problema é que o preconceito contra os cultos africanistas têm crescido e, frequentemente, conta com o apoio do Estado em atos de violência praticados por policiais contra terreiros”, acrescenta.
A frase “Chuta que é macumba” é, portanto, um convite à intolerância. Uma expressão que ignora qualquer orientação aceitável para a boa convivência entre os diferentes.
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