Um convite à intolerância

Acompanhe o especial da Beta Redação sobre Direitos Humanos na série de matérias “Nós contra eles”

Gustavo Bauer
Redação Beta
2 min readDec 10, 2019

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Com André Cardoso, Arthur Menezes, Fabrício Santos, Isabelle Castro, Letícia Guintani da Costa, Mateus Friedrich, Nagane Frey e Tamires Trescastro.

Uma frase que já ultrapassa todos os preconceitos e vira expressão de piada em mesa de bar, guarda um sério perigo a tolerância religiosa no Brasil. Para Marcos Rolim, Mestre e Doutor em Sociologia, “o Brasil tem uma tradição importante de tolerância religiosa e de sincretismo, mas o crescimento de algumas seitas evangélicas carismáticas, entretanto, passou a colocar essa tradição em risco. Muitos têm sido os discursos religiosos evangélicos contra os cultos e tradições africanistas. Não raro, a macumba, a umbanda e outras identidades religiosas de origem africana são apontadas como ‘coisa do diabo’ na fala de pastores. É claro que esse tipo de discurso não encontra amparo em todas as igrejas evangélicas e há pastores que se opõem diretamente a esse tipo de discurso de ódio. O problema é que o preconceito contra os cultos africanistas têm crescido e, frequentemente, conta com o apoio do Estado em atos de violência praticados por policiais contra terreiros”, acrescenta.

A frase “Chuta que é macumba” é, portanto, um convite à intolerância. Uma expressão que ignora qualquer orientação aceitável para a boa convivência entre os diferentes.

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