(Foto: João Rosa/Beta Redação)

A mulher que vende a sorte

Beta Redação acompanha a rotina de comercialização de apostas de Maria Beatriz dos Santos na terceira edição da série “Vidas da Rua”

João Rosa
Redação Beta
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13 min readMay 21, 2019

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N o dia 23 de abril desci a Avenida Borges de Medeiros, no centro de Porto Alegre, em direção ao Mercado Público no final daquela tarde típica de outono. Antes de chegar a uma das sedes das Lojas Lebes, escuto: “Quina acumulada pra hoje”. Maria Beatriz dos Santos estava ali, entre a vitrine e os manequins do estabelecimento.

Vendedora de jogos de Quina e Mega-Sena, Maria trabalha de segunda à sábado sentada em uma cadeira de praia, na calçada, em frente à fachada do recém revitalizado Edifício Guaspary. “Quando comecei aqui ainda era o Guaspary antigo”, conta Bia, como é chamada a moradora do bairro Glória. Trabalhando na rua há mais de sete anos, ela já vendeu produtos da Avon, chocolates e até lingeries.

A porto-alegrense costuma faturar, em média, R$ 20 por dia. As apostas são compradas em lotéricas da região. “É o chamado joguinho no escuro. A máquina faz e a gente vende”, explica para, em seguida, anunciar: “Mega-Sena acumulada pra hoje”. Durante nossa conversa, Beatriz, com toda a sua simpatia, ainda me dispara a seguinte pergunta: “90 milhões servia pra ti?”

Dona de uma boa dicção e de um bom humor aparente, a senhora de 54 anos perdeu a visão do olho esquerdo na adolescência e, há três anos, é completamente cega. “Eu ainda estou me adaptando. Antes conseguia perceber as pessoas de pertinho, mas agora não. Percebo apenas um pouco de luz e a claridade”, conta. Pergunto a ela como se dá a relação com os clientes no momento da compra das apostas. Ela responde que “é preciso confiar nas pessoas, assim como nos olhos de Deus”.

Sobre a dificuldade de locomoção em um bairro cheio de pedestres apressados, a vendedora revela que já chegou a pensar que “no dia em que ficasse cega não daria um passo para fora de casa”. Porém, depois que perdeu totalmente a visão, resolveu fazer cursos de informática e de braille e, mais tarde, trabalhar nas ruas. “Fiquei mais ativa do que quando enxergava”, conta orgulhosa ao segurar, com as duas mãos, os bilhetes de apostas.

Os jogos de Quina e Mega-Sena são adquiridos por Bia diariamente em lotéricas do Centro de Porto Alegre. (Foto: João Rosa/Beta Redação)

O preconceito é diário

Nas ruas, ela já passou por situações lamentáveis. “O mais difícil de enfrentar é o preconceito. Eu escuto de algumas senhoras coisas do tipo: ‘não sei o que essa gente quer na rua…”’. Xingamentos também são corriqueiros quando alguém ‘tromba’ nela na calçada. “Aí sempre falo ‘que bom que tu enxerga, assim tu quase só arrancou meu braço, senão tinha pisado em cima de mim’”, comenta ironicamente.

Ela comenta também que não é atendida educadamente nas lojas. “Tem vendedor que não atende a gente… Já teve o caso em que chamei o gerente”, Certa vez pediu auxílio de uma vendedora para comprar um catchup. “A menina me deu um pote de maionese e só fui descobrir em casa”, recorda do deboche em meio a constantes buzinas de um ponto de táxi em frente à calçada onde trabalha.

Após alguns minutos de conversa, me despeço e resolvo tomar o rumo da Estação Mercado da Trensurb. Antes, compro uma aposta da Quina, afinal, tentar a sorte custa apenas R$ 3,50. O bilhete estava quente, pois Beatriz segurava-o como se ele fosse parte de si.

“Se conseguisse viver 500 anos, eu ia lembrar exatamente”

Exatas três semanas se passaram quando, novamente, vou ao encontro da mulher que vende a sorte no Centro de Porto Alegre. A terça-feira, 14 de maio, tinha graus a menos na temperatura em relação à última vez que encontrei Bia. Tomei o ônibus da linha Menino Deus e desci na esquina da Avenida Senador Salgado Filho com a Borges de Medeiros. Mais uma vez, caminhei em direção à Lebes. Lá estava ela com sua voz inconfundível.

Nascida no dia 6 de junho de 1964, em Triunfo, município próximo à Região Metropolitana de Porto Alegre, Beatriz morou até os seis anos na cidade vizinha, Montenegro. Lá, lembra de brincar muito durante a infância e também do dia em que se despediu da mãe Paulina, quando rumou à Capital para tratar uma tuberculose. “Tinha quatro anos quando minha mãe se despediu de mim”, reforçando que lembrará desse momento até mesmo “se viver 500 anos”. Ela também rememora um pedido da mãe para a avó no áudio a seguir.

Amigos e brincadeiras não faltam

“Me dá uma Quina que não esteja premiada”, diz um senhor simpático à vendedora. “São duas por cinco reais”, diz Bia antes do cliente brincar que se o bilhete estiver premiado, ele trará de volta. “O pessoal sempre brinca muito comigo. Tu não tem noção de quanta gente eu conheço”, diz sorrindo.

Uma das pessoas que parou para saber como Bia estava naquele dia foi Abraã Gonzalez, 48, o homem estátua da Esquina Democrática. Conhecido pelo seu personagem de anjo na rua, ele destaca que a vendedora de apostas é “uma pessoa muito especial” e que fala com ela quase diariamente. Já o taxista, Seu Airton, 59, faz questão de dizer que “ela é extremamente querida e educada”, além de brincar dizendo carinhosamente: “é só minha”.

Bia vive perfumada, sempre acompanhada da fiel bengala e da discreta bolsinha preta atravessada no peito. Ela também não esquece de carregar um dos seus cinco óculos de sol. De repente, uma senhora que aparentava uns 70 e poucos anos pergunta para a vendedora qual é o número do prédio em frente onde ela vende suas apostas. Ela precisa desse número para chamar um carro através do aplicativo da Uber.

Bibi, um dos apelidos que recebeu dos amigos, cativa pela simpatia e pelo jeito de viver (Foto: João Rosa/Beta Redação)

“Qual é o número que tá ali? Não enxergo…”, pergunta a idosa apontando para o prédio onde fica o McDonald’s. Bia responde para ela colocar como ponto de referência as “Lojas Lebes Borges de Medeiros”. A senhora, que também carrega consigo um tom pedante, agradece balbuciando palavras enquanto vai embora. Pergunto se algumas pessoas acham que ela não é cega. Beatriz apenas ri.

Ela aprendeu o básico sozinha

A vendedora de apostas não frequentou o ensino fundamental, mas “brincava de escola com os amigos” e aprendeu sozinha noções de português. “Foi tudo na prática”, relata ao explicar que sequer tinha certidão de nascimento quando criança, o que a impediu de frequentar o colégio. “Nenhum dos meus tios quis me registrar, pois isso me daria direito à herança”, relembra rindo.

Foi ainda em Montenegro que, sentada em um banco no galpão da casa da avó paterna, conheceu o seu pai João. “Aí chegou aquele homem…”, relata no áudio abaixo, dizendo que perdoaria o que passou.

Antes de completar sete anos, veio a Porto Alegre com a avó Maria e o tio Chico morar na casa da tia Clair, localizada em um bairro Glória diferente do que conhecemos hoje. “Era meia dúzia de casas, não tinha luz elétrica, água encanada ou armazém. Não tinha nada”, recorda gesticulando com as apostas nas mãos. Neste período, a visão de Beatriz era perfeita. “Fui uma criança e pré-adolescente muito ativa… cuidava dos filhos dos vizinhos, ia no bar…”, conta.

Aos 15 anos, Bia engravidou da Alessandra após uma viagem a Santa Maria, terra do ex-marido. Um ano depois, veio o Alexandre. O terceiro filho, Erick, nasceu em 2001. A filha, 32, mora no Paraná há mais de uma década. Alexandre faleceu 15 anos atrás. O caçula, 18, mora com ela.

“Ele me maltratava”

O primeiro marido de Beatriz, com quem foi casada por quatro anos e não faz questão de mencionar o nome, era alcoólatra. “Ele me maltratava…Uma noite chegou em casa bêbado e fazendo estrepolia. Peguei meus filhos e saí”, lembra ela, que chegou a pedir ajuda na casa da tia do marido, que recusou a abrir a porta por medo do sobrinho.

Na ocasião, Bia entrou no pátio de uma residência e foi ajudada por desconhecidos. Lá, ela e os filhos foram acolhidos. “Ele me ameaçava, dizendo que se um dia fugisse, acharia onde estivéssemos, porque conhecia muitos lugares”. Certa madrugada, assim que o marido chegou em casa, Beatriz decidiu fugir por definitivo. Confira o relato no áudio.

Assim que teve condições financeiras buscou os filhos que, após a separação, passaram a viver em um abrigo em Santa Maria. Para sustentar a família, Bia trabalhou como doméstica. Rindo, lembra, em especial, de duas patroas: a que andava nua dentro de casa e a juíza “chata e insuportável”. Nesta última residência, Beatriz não suportou seis meses e pediu demissão.

Depois de trabalhar 10 anos como doméstica encerrou as atividades na casa de uma mulher muito querida que tinha duas filhas, com as quais mantêm contato até hoje.

2003

O ano de 2003 foi um dos mais difíceis na vida de Beatriz. Ela perdeu um dos filhos; passou a enxergar cada vez menos com o olho direito; e descobriu um câncer no colo do útero. “A perda do Alexandre foi muito triste. Quando ele descobriu a doença tinha 15 anos”, narra a mãe, revelando que a toxoplasmose atingiu o cérebro do jovem, que morreu aos 21 anos. Só em Santa Maria, na região central do Estado, quase 500 pessoas tiveram casos de toxoplasmose em 2018.

Alexandre tratou a doença por um tempo, mas depois abandonou o tratamento. “Tinha crises, ficava mal e era levado ao hospital”, conta Beatriz, relembrando a despedida do filho, conforme, emocionada, traz no áudio.

Beatriz enxuga as lágrimas que começam a aparecer através dos óculos escuros e, logo, já abre um sorriso para um cliente que comprou a sua última aposta da Quina naquela tarde. Pouco tempo depois da morte de Alexandre, ela recebeu os exames que tinha feito meses antes e descobriu outra doença.

A mulher, já sem a visão de um olho e com um filho a menos na vida, também perdeu o útero para salvar-se de um câncer. “Tive que tirar, pois já estava em NIC III”, comenta sobre a Neoplasia Intra-epitelial Cervical Grau III, alto grau observado em todas as camadas do órgão. No Brasil, foram registrados 16.370 casos de câncer de colo do útero em 2018, conforme estudos do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

No mesmo ano que ela define como “pesado”, o único olho que lhe restava começou a apresentar sinais de cegueira. “Fui perdendo, perdendo, perdendo a visão e fui ficando mais fraca”. Mas, Bia seguiu em frente, afinal, tinha um filho pequeno para sustentar. Ela orgulha-se de Erick por nunca ter repetido de ano no Ensino Fundamental e Médio. “Esse ano ele se forma”, conta a mãe coruja, enquanto tateia e procura na sua pequena bolsa uma foto do guri de 18 anos a fim de se exibir um pouco.

Erick e sua mãe coruja Beatriz, que ainda não tinha perdido totalmente a visão do olho direito. (Foto: Maria Beatriz da Silva/Arquivo pessoal)

O celular da nossa personagem toca ao som de Rhythm Of the Night, da banda Corona. É Erick perguntando que horas ela chegará em casa, pois já se passavam das 19h daquela terça. “Meu guri sempre fala pra eu comprar um celular melhor…que se um bandido me assalta, é capaz de devolver pra mim e brigar de tão velho que é”, conta as gargalhadas e se despedindo de mim.

Vamos almoçar?

Ao meio-dia de sábado, 18 de maio, fui encontrar Bibi — outro apelido da nossa personagem. Ela me convidara para um almoço com amigos na noite anterior. Desta vez, estava com os cabelos soltos, um óculos diferente no rosto, e um vestido preto me esperando em frente à loja Lebes, vendendo algumas apostas enquanto eu não chegava.

Quando surgi, a abracei e perguntei se Luiz Antonio, 53, amigo dela que a acompanha no Centro, já estava chegando para o nosso almoço. “O mala sem rodinha deu uma atrasada, mas já tá chegando”, dispara rindo. Luiz também é cego e faz questão de trazer de Gravataí, durante a semana, uma cadeira de praia para ela trabalhar sentada. Enquanto esperávamos Luiz, conversamos um pouco sobre os seus amigos. “Tem o Valério, segurança do McDonald’s, a Débora, o Fred, um monte de gente que nem tem como contar…”, diz.

Uma das amigas mais especiais de Beatriz, é Débora, 33. “Ela não pode me ver conversando com ninguém que vem correndo na minha direção me abraçar”, revela enquanto a jovem, que largou seus produtos na esquina José Montaury com a Borges, aproxima-se para um daqueles abraços. Pergunto se, além do preconceito constante vivido pela vendedora, ela lembra de outros momentos inusitados ou significativos. E, de cara, ela fala sobre a vez em que duas mulheres pararam próximo dela e começaram a discutir sobre o atual momento político brasileiro.

Débora (à direita) é uma das amigas mais ciumentas da vendedora (Foto: João Rosa/Beta Redação)

Eram duas cabos eleitorais do candidato a senador, Lasier Martins, na eleição de 2014. “Eu estranhei o papo delas. Tava muito forçado, sabe? Aí uma delas começou a puxar conversa comigo e eu matei a charada”, relata, comentando o que disse para as duas mulheres. “Se vocês quiserem me dar um santinho do político de vocês, me deem logo! Só não atrapalhem meu serviço”. Ela ainda emendou um “sou cega, não burra!”. Outro momento que Bia guarda tanto no coração e na memória, foi quando Ezequiel, catador de papel da região, encontrou um livro em braile e deu para ela. Essa história é possível conferir no áudio abaixo.

Beatriz ouve programas de televisão

Luiz Antonio chega para guiar Beatriz até o Restaurante Manjericão, localizado na Galeria Luza, na Rua Marechal Floriano Peixoto. O amigo, que não é completamente cego, a acompanha pelo Centro. “Levo a Bia em vários lugares… lotérica, mercado, restaurante…”, assinala Luiz.

Partimos para o almoço, atalhando o caminho pela famosa Galeria Chaves. A vendedora de sonhos, conforme o radialista Sérgio Zambiasi, da Rádio Caiçara, costuma chamá-la, diz que além do ex-senador, escuta diariamente o jornalista Antonio Carlos Macedo, que apresenta o Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha. “Sou fã do Macedo de manhã cedo”, ri da rima. Já televisão, ela diz que costuma escutar “pouca coisa”, entre elas: A Praça É Nossa, o Programa Sílvio Santos e o Ratinho, todos do SBT. Quando enxergava, Beatriz estava sempre sintonizada na TV Globo e assistia muito A Escolinha do Professor Raimundo, comandada por Chico Anysio.

Luiz conduz Bia diariamente pelas ruas do Centro de Porto Alegre (Foto: João Rosa/Beta Redação)

A passos rápidos, questiono sobre o que mais costuma fazer ao longo da semana. Bia revela que todas as quintas-feiras, no início tarde, participa de encontros no Grupo Espírita A Nossa Casa, na Glória, enquanto com calma coloca seu pé direito na saída da escada rolante da Galeria Luza, já dentro do restaurante. “Tu vai gostar daqui. É muito bom. Sempre nos reunimos para conversar”, diz antes de apresentar uma amiga chamada Marlene, 73, que a aguardava impaciente na entrada do estabelecimento.

Beatriz já é conhecida no local. Uma menina que trabalha no caixa aproxima-se da mesa onde estávamos sentados e pergunta o que ela gostaria de comer. “Me traz uma sopinha primeiro”, diz, enquanto Luiz se levanta para pegar um copo de refrigerante. “Ele bebe 10 copos e nem podia porque é diabético”, entrega o amigo.

Voltar a enxergar não é uma prioridade

A mulher que vende sonhos também sonha. Mas não são apenas com os números da Mega-Sena que costuma apostar dia após dia. Mas, sim, em ser avó pela segunda vez. Isso, assim que Erick se formar na faculdade e o pai dele, que está com um problema de saúde, melhorar. “O que eu peço a Deus é que ele me dê saúde para ver meu filho estabilizado e eu poder alcançar meus netos. Já tenho um, o Luis Felipe, de 19 anos, filho da Alessandra”, conta. Pergunto, em seguida, se ela sonha em voltar a enxergar. Bia expõe que prefere não gerar expectativas para não se frustrar, apesar de acreditar no avanço da ciência.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 39 milhões de cegos no mundo e outros 246 milhões sofrem de perda moderada ou severa da visão. Conforme o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, há cerca de 1,2 milhões de cegos no país. Entretanto, a OMS estima que cerca de 80% desses casos poderiam ser evitados ou tratados. No caso de Beatriz, que começou a perder a visão de um dos olhos ainda na adolescência, o tratamento não foi possível devido à situação financeira.

Já a psicóloga Vitória Bernardes, integrante do Coletivo Feminista Helen Keller e do Conselho Nacional de Saúde, comenta que a invisibilidade nas ruas, no sentido da falta de acessibilidade, demonstra o quanto que uma pessoa com deficiência ainda é impensada em 2019. Um dos exemplos, citados pela profissional, é a falta de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de 2017, entre os empregos formais, apenas 0,35% são ocupados por mulheres com deficiência. A psicóloga ainda chama a atenção para os dados do Censo Demográfico 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que mulheres com deficiência correspondem a quase 14% da população geral. “O trabalho formal é um direito de todos, mas para as pessoas com deficiência é ainda quase como se fosse um privilégio”, finaliza Bernardes.

“Ninguém é melhor do que ninguém”

Após almoçar, mas sem encostar no copo de refrigerante, que está cheio até então, Beatriz dá bons goles para ajudar a descer a deliciosa comida caseira do restaurante Manjericão. Muito humana, ela diz que “ninguém é melhor do que ninguém”, referindo-se às diversas pessoas pobres que conhece e moram pelas ruas do Centro de Porto Alegre. “Às vezes, tu pode cair um tombo na rua e aquele morador de rua que tá lá é quem pode te ajudar”, decreta, dizendo que conversa com todo mundo sem nenhum tipo de discriminação.

A vendedora chama a menina do restaurante e a pergunta quais são os doces para a sobremesa. Minutos depois, a moça volta com um prato raso contendo um pedaço de pudim, uma fatia de torta baiana e um quindim.

“Não ousa fotografar essa mesa agora”, diz Beatriz, a mulher que vende a sorte, mas que também poderia ser denominada como um doce de pessoa.

Em frente à Lojas Lebes, Maria Beatriz dos Santos esbanja simpatia enquanto tira seu sustento vendendo bilhetes de apostas (Foto: João Rosa/Beta Redação)

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João Rosa
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Jornalista, produtor de eventos e apaixonado por cinema, Copa do Mundo e Rolling Stones.