Uma transmissão do Gre-Nal diferente
A Beta Redação acompanhou a cobertura do clássico 422 realizada pela Rádio Grenal
Imagine transmitir um Gre-Nal para uma rádio tradicional no FM do Rio Grande do Sul. O dia do clássico já é diferente por si só. Agora, pense na cobertura feita por uma rádio que leva o nome dessa rivalidade e se propõe a falar exclusivamente de futebol, 24 horas por dia. Essa é a missão da rádio Grenal, que a Beta Redação acompanhou durante o clássico 422, na Arena do Grêmio.
Dias antes do Gre-Nal, a rádio já projetou situações da partida ao longo de sua programação. Desde o fim do jogo do Inter contra o Athletico-PR, na quinta-feira, 31 de outubro, a emissora passou a tratar exclusivamente do clássico nas pautas e debates ao longo da programação.
Além disso, o trabalho da equipe de reportagem ganha mais “pressão” na busca pelas informações em primeira mão às vésperas de um clássico. No dia anterior ao jogo, a emissora adiantou a lista de relacionados do Grêmio e o fato de Uendel ter treinado entre os titulares do Inter, o que se confirmou na partida.
Concentrações
Nas palavras do repórter e coordenador de equipe da rádio Grenal, Diogo Rossi, a emissora trata o clássico como uma Copa do Mundo. Por isso, o dia do clássico é o mais importante para a rádio. E esse dia começa bem cedo.
No Gre-Nal do domingo, 3 de novembro, marcado para iniciar às 18h, os repórteres das concentrações fizeram as primeiras entradas ao vivo às 9h. A Grenal destinou os repórteres Valéria Possamai, para acompanhar a movimentação do Grêmio, e Paulo Nunes, para repassar informações sobre o Inter.
Para Paulo Nunes, cobrir um clássico pela emissora é muito diferente. “A gente sabe que o Gre-Nal não termina ali e isso é muito motivador. A gente tenta sempre reportar algo a mais para estar à frente”, relata.
“Gre-Nal é um espetáculo diferente. Ouvir teu nome no roteiro já é uma sensação diferente. Estar ali ouvindo o torcedor que aguarda o jogo, os dirigentes e os jogadores é algo ímpar”, explica a repórter Valéria Possamai.
PRÉ-JOGO
Seis horas antes da bola rolar no domingo, dia 3, a rádio deu início ao Esquentando o Jogo, seu programa que antecede a partida. O tarimbado comentarista, Luiz Carlos Reche, e o jovem narrador, Angelo Afonso, comandaram a atração, direto da Arena do Grêmio.
Desde o meio-dia, o Esquentando já oferecia ao ouvinte da rádio as primeiras informações sobre o jogo. A dinâmica do programa, em dia de clássico Gre-Nal, é mais acelerada, quando são apresentadas entrevistas especiais ao vivo e resgatados gols marcantes dos Gre-Nais. A produção do programa é responsabilidade dos estagiários Bruno Soares e Nicolas Wagner.
No palco da partida, os quatro repórteres da jornada são acionados desde o início do Esquentando o Jogo. Para este clássico, a emissora escalou Diogo Rossi para acompanhar o Grêmio, Henrique Pereira para tratar do Inter e Bruno Flores para “fazer intermediária” (função em que o repórter relata os lances ocorridos entre uma área e outra). Ana Aguiar, por sua vez, atuou como repórter de torcida e abasteceu as redes sociais da emissora, outro diferencial da rádio. “É extraordinário participar da cobertura de um dos maiores clássicos do mundo”, afirma Ana.
No clássico 422, o trabalho dos repórteres que cobriam as concentrações dos dois times se encerrou apenas quando as delegações deixaram os hotéis, por volta de 16h. Até este horário, Valéria e Paulo trouxeram a movimentação dos locais e as palavras dos dirigentes de Grêmio e Inter. Além disso, eles encerraram sua cobertura fazendo o relato ao vivo da saída da delegação.
Após alguns minutos pelas ruas de Porto Alegre, a primeira comissão a chegar na Arena foi a do Inter, visitante no clássico. A movimentação na zona mista foi intensa e gerou aglomerados de profissionais de todas as emissoras em busca de uma palavra do meia Neilton, que parou para falar com os jornalistas.
Minutos depois, a delegação do Grêmio chegou ao palco da partida, formando novo aglomerado de jornalistas em busca do melhor registro de cada jogador. Assim como aconteceu com o Inter, novamente profissionais voltaram a se amontoar, dessa vez para ouvir o atacante Diego Tardelli.
Com os dois times devidamente instalados no estádio, começa a expectativa pelas escalações, que pelo protocolo da CBF devem ser divulgadas 1 hora antes do jogo. Nesse momento os olhares dos repórteres se dirigem para João Paulo Fontoura e Rafael Antoniutti, assessores de imprensa de Grêmio e Inter, que no horário estipulado colam nas paredes da zona mista a relação dos times titulares. É hora do show.
JORNADA ESPORTIVA
Na rádio Grenal, a jornada esportiva começa às 17h. Haroldo de Souza, o narrador que mais cobriu Gre-Nais, dá início ao principal produto da emissora. O fato curioso é que, por conta de um problema no tendão de Aquiles, Haroldo teve de utilizar uma cadeira de rodas para chegar à cabine da Arena e narrar seu 172º clássico.
Para o comentarista, Luiz Carlos Reche, a cobertura da rádio Grenal é diferente pelo volume de programação. “Ao longo da semana passada, antes do Gre-Nal, trouxemos atrações dos dois times. Mesmo com os jogos do Inter, em casa, e do Grêmio, fora, nós cobrimos os jogos e também a projeção do clássico”, explica.
Jornada no ar, o narrador aciona os repórteres com as escalações, banco de reservas, informações da torcida, a opinião sobre o jogo com o comentarista Luiz Carlos Reche, sobre arbitragem com o comentarista e ex-árbitro Diego Almeida Real e os destaques com o plantão esportivo com Rogério Bohlke.
Os repórteres de campo se posicionam atrás das goleiras, enquanto o responsável pela intermediária fica na zona mista, caso algo diferente aconteça. Com os times no túnel, o terceiro repórter sobe para a cabine.
BOLA ROLANDO
Com o jogo em andamento, a mescla da experiência com a juventude dá resultado, gerando uma jornada concisa, informativa e ágil. O trabalho do estádio também ganha um componente: a transmissão via Facebook e Youtube, com imagens dos profissionais na cabine. Matheus Goulart, da equipe de mídias sociais da Rede Pampa, é o responsável por essa tarefa.
PÓS-JOGO
Durante os mais de 90 minutos de jogo, Haroldo de Souza comanda a jornada esportiva. Com o apito final, Angelo Afonso retorna aos microfones direto da Arena para a repercussão do clássico, vencido pelo Grêmio. Na rádio Grenal, o programa que acompanha o pós-jogo é denominado Debate Bola.
Angelo Afonso entende que há uma grande responsabilidade em apresentar o pré e o pós-jogo de um clássico pela importância para a emissora.
O jovem narrador comanda a atração com as informações da reportagem e a opinião dos comentaristas durante mais de 2 horas ininterruptas. Os repórteres de campo retornam do gramado e se dirigem para as respectivas entrevistas coletivas dos técnicos. O repórter de intermediária permanece na zona mista para ouvir dirigentes do Inter e jogadores do Grêmio. Ana Aguiar também vai para a zona mista produzir vídeos e fotos das entrevistas.
Ao fim do Debate Bola, foram encerradas as transmissões da emissora direto da Arena. Contudo, o assunto Gre-Nal seguiu na pauta, porém com mais interatividade dos ouvintes. Inclusive, o clássico ainda está sendo debatido pelos comunicadores no momento da publicação desta reportagem.