Vereadores tentam salto para a Assembleia na eleição

No meio dos mandatos, parlamentares de São Leopoldo explicam pré-candidatura a outro cargo

Bábiton Leão
Redação Beta
3 min readJun 10, 2022

--

No dia 2 de outubro de 2022 acontecerão as eleições presidenciais no Brasil. Deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente serão eleitos. Apenas três anos desde a última eleição, em 2019, alguns dos vereadores tentarão novos cargos. A movimentação mais comum tem sido a de vereadores e vereadoras que irão concorrer ao posto de deputados e deputadas.

Contudo, como fica o mandato de vereadores que fazem campanha para outros cargos? Para entender como funciona o processo e os motivos das novas campanhas, a Beta Redação conversou com Ana Affonso (PT) e Gabriel Dias (Cidadania), ambos vereadores de São Leopoldo.

Ana Affonso, vereadora de São Leopoldo. (Foto: Arquivo pessoal/Ana Affonso)

A vontade de contribuir com o desenvolvimento do Rio Grande do Sul fez com que a vereadora Ana Affonso concorresse novamente às eleições em 2022. Segundo ela, São Leopoldo tem apresentado exemplos que podem vir a se tornar realidade em todo o estado, por isso lançou a pré-candidatura a deputada antes do término de seu atual mandato.

“Entendo que tenho muito a contribuir com o povo gaúcho neste momento em que a precarização, a fome, o desemprego e a falta de uma perspectiva de futuro estejam tão evidentes”, relata Ana Affonso.

Com uma atenção especial para o município, o vereador Gabriel Dias pensa em seguir contribuindo com São Leopoldo. O pré-candidato a deputado estadual acha importante que a cidade tenha um representante na Assembleia Legislativa e, para ele, este é o momento de representar o município. “As eleições no Brasil são intercaladas a cada dois anos, e a próxima oportunidade seria daqui a quatro anos”, expõe Gabriel.

Gabriel Dias, vereador de São Leopoldo. (Foto: Arquivo pessoal/Gabriel Dias)

Uma dúvida presente em parte da população é de como fica a vereança enquanto o parlamentar está em campanha para outro cargo eleitoral. Gabriel relata que sua pré-candidatura é regional, portanto estará sempre exercendo o mandato e ajudando São Leopoldo.

A vereadora Ana, a mais votada da cidade, relata que, durante a campanha, seguirá fazendo jus à confiança que lhe foi depositada. “Jamais deixarei de exercer minhas funções como legisladora do povo na Câmara de Vereadores”, enfatiza.

Enquanto disputam a eleição, os vereadores não precisam se afastar da Câmara. O parlamentar que deixa o mandato por qualquer motivo, como no caso de ser eleito para outro cargo, tem seu lugar ocupado por suplentes. Ambos se mostraram confortáveis com essa situação, demonstrando total confiança em seus possíveis substitutos.

Em campanha, os pré-candidatos precisarão tomar cuidado com as agendas. Ana Affonso relata que seus compromissos, sessões plenárias e ordinárias e comissões terão o andamento normal durante o projeto de sua pré-candidatura.

Ampliação das lutas

Quando foi eleita vereadora, Ana ganhou a confiança de uma quantidade de pessoas que buscam o melhor para o seu município. Ela acredita que concorrer a outro cargo político antes do término de seu mandato como vereadora não atrapalha o relacionamento com o eleitorado.

“Quem confiou a mim a cadeira no Legislativo em 2020 sabe que meu mandato dá voz às pautas que interessam à comunidade”, diz Ana Affonso.

Projetos coletivos sempre fizeram parte da trajetória de Ana, que representa as lutas de diferentes movimentos sociais. Se vier a ocupar a cadeira na Assembleia Legislativa, ela diz que estará ampliando a voz dos eleitores e suas pautas de interesse.

Por pensar primeiramente na cidade, Gabriel não vê desconforto em não terminar seu mandato de vereador se for eleito a outro cargo político. “Como faço oposição ao governo municipal de São Leopoldo, o eleitor entende que na Assembleia poderei fazer ainda mais pela cidade”, menciona Gabriel.

A visão do eleitor

Cledenir Paim, residente do bairro Feitoria, em São Leopoldo, é eleitor da vereadora Ana Affonso. Ele gosta da ideia de que ela concorra a deputada, pois isso lhe dá a certeza de que as possibilidades de realização das demandas serão multiplicadas.

Devido ao calendário eleitoral do país, que faz com que as eleições ocorram de dois em dois anos, concorrer a outro cargo político sem terminar o mandato não é problema na visão de Cledenir.

--

--