Você conhece as novas regras do futsal?
As mudanças foram aprovadas pela Fifa, mas ainda não estão em vigor
Um dos esportes mais comuns do país, o Futsal foi criado a cerca de 80 anos e faz sucesso entre os praticantes, principalmente da modalidade amadora. No início do mês de fevereiro, a Federação Internacional de Futebol (Fifa), entidade que regulamenta o futsal, aprovou a alteração de algumas regras do esporte. De acordo com a Fifa, às mudanças seriam uma forma de aumentar o número de gols por partida. Porém, as quatro regras propostas podem alterar bastante a dinâmica da competição.
De acordo com a educadora física, Fabiana de Souza, a adoção das mudanças seria um retrocesso para o esporte. Ela ainda destaca que esse posicionamento da Fifa remete aos tempos antigos do futsal, configurando algo como uma “volta ao passado”. “Indiferente das regras os gols irão acontecer. Gols são resultado da capacidade individual de cada equipe”, conclui.
A proposta da Fifa de trazer novas regras ao futsal divide opiniões. O estudante de Educação Física, Ricardo Mello é treinador de um time de futsal feminino da região metropolitana de Porto Alegre. Com relação aos treinos da equipe ele garante que, caso as regras sejam aprovadas, à adaptação deve ser natural e acontecer o mais rápido possível. “Acredito que não mudaria muito os treinos. No momento em que as regras entrarem em vigor, as equipes e os atletas deverão se adequar a elas”, conclui o estudante.
Caso as mudanças passem a vigorar a partir de julho, as cobranças de lateral poderão ser feitas tanto com os pés quanto com as mãos, isso ficará por conta do jogador. Além disso, para aperfeiçoar o jogo tático das equipes, à reposição de bola por parte do goleiro não poderá ser lançada diretamente para o ataque sem antes tocar o campo de defesa pelo menos uma vez. Para quem pratica o esporte há mais de 20 anos, esta é uma regra conhecida, pois era utilizada antes dos anos 90, quando o futsal era regulamentado pela Fifusa.
Não concordo que as mudanças propostas pela FIFA aumentariam o número de gols, por partida. Em jogadas de escanteio, não daria pra fazer “gol direto”, pois, não é válido “gol de mão”. Cláudio Luiz Farias da Fontoura, árbitro da Federação Gaucha de Futebol de Salão.
Segundo o árbitro da Federação Gaúcha de Futebol de Salão, Cláudio Farias da Fontoura, as novas regras seriam um retrocesso para o futsal, fazendo com que o esporte perca a dinamicidade. Além disso, o árbitro se mostra contrário à proposta devido aos riscos dentro de quadra. “O lateral e o escanteio com as mãos podem provocar danos devido ao espaço reduzido para ações com cabeçada, visto que teríamos mais jogadas aéreas”, explica Cláudio.
A terceira regra, também polêmica, diz que o goleiro-linha, recurso bastante usado no futsal atualmente, só poderá participar das jogadas caso seu time esteja perdendo. A última mudança proposta trata-se do aumento do número de pênaltis em jogos eliminatórios, passando de três para cinco cobranças, semelhante ao futebol de campo.
Para Juliano de Quadros, árbitro da Federação Gaúcha de Futebol de Salão, o futuro do futsal é ser uma das melhores modalidades do esporte mundial, com o time Brasileiro em destaque possuindo ótimos jogadores em quadra. “Já trabalhei com muitos e muitas atletas de enorme futuro na modalidade e sobre as mudanças vai ser um período de adaptação, como já foi nas outras vezes quando mudou”, relembra Juliano, destacando que a capacitação dos árbitros profissionais é tão importante quanto as informações que o atleta busca à respeito do esporte, para que assim compreendam que o futsal será sempre um jogo imprevisível. “Um espetáculo à parte. Ainda quero ver o futuro do Futsal olímpico!”, finaliza o árbitro.
