Ortorexia: quando o comer saudável se torna excessivo

Pedro Perim
BF Eventos
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2 min readSep 4, 2019

Autores: Bruna Rodrigues e Pedro Perim

Ortorexia refere-se a ingestão obsessiva de alimentos ditos como saudáveis ou naturais, sendo esse palavra a junção de “orthos”, que significa correto e “orexis”, que significa apetite. Os indivíduos ortorexos objetivam uma dieta ideal, composta por alimentos higienicamente seguros e sem nenhum processo químico ou industrial, ou seja, livres de herbicidas, pesticidas e substâncias artificiais. Ainda, as dietas adotadas pelos mesmos, geralmente dispõem de baixa quantidade de gordura animal e açúcar, além da tendência de ficarem cada vez mais restritivas, a ponto de serem excluídos grupos alimentares importantes para a saúde. Como consequência a essa severa restrição alimentar, o indivíduo pode perder peso excessivamente e chegar à uma desnutrição grave.

Apesar da semelhança com a anorexia e bulimia, a ortorexia se diferencia devido ao fato de que é relacionada a obsessão pela pureza do que se come, dessa forma não tem relação com a preocupação no ganho de peso, nem tampouco em contar as calorias dos alimentos. Dessa forma, a preocupação excessiva com a alimentação, nos indivíduos ortorexos, se torna obcecada. Esses passam a gastar muito tempo se preocupando com sua alimentação ou preparando seus próprios alimentos, o que gera cada vez mais ansiedade e mania de perfeccionismo no ato de se alimentar. Além disso, por se preocuparem tanto, frequentemente se afastam do convívio social, por julgarem que os outros não entendem sua forma de se alimentar e/ou não se alimentam adequadamente.

É importante salientar que algumas pessoas podem ter maior predisposição para desenvolverem a ortorexia, sendo principalmente indivíduos que possuem maior tendência de traços obsessivos-compulsivos, perfeccionismo na personalidade, histórico de transtorno alimentar, seguimento de dietas e distúrbio de sua imagem corporal. Por fim, o acompanhamento nutricional e psicológico nesses pacientes se faz necessária, de forma que tais indivíduos não tenham prejuízos de convívio social, e/ou na saúde.

Para a leitura mais aprofundada do tema, seguem algumas sugestões de leitura:

https://doi.org/10.1016/j.appet.2019.05.005

https://doi.org/10.1007/s40519-018-0565-3

https://doi.org/10.1007/s40519-018-0563-5

● doi:10.3390/nu11030697

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