RPGs eletrônicos são RPG?

Lily Chermont
Biblioteca das Ancestrais
3 min readMar 12, 2020

Boa tarde meus caros leitores, como vocês tem estado? Espero que estejam bem. Hoje eu vim discorrer sobre um tema para vocês que ao longo dos anos sempre foi muito discutido, que é essa dúvida que sempre permeou nos meios de RPG, seja ele de mesa ou eletrônico, o que de fato ele é?

Eu queria começar a discussão desse tema lembrando de alguns pequenos conceitos. O que seria um RPG na sua forma original? A sigla significa Role Playing Game, ou seja, um jogo de interpretação de papéis, onde você assume aquela personalidade e a interpreta, tendo seus traços nele e traçando a sua própria história. E isso independe se há ou não um sistema por trás daquele cenário, pois o mais importante é a parte da fantasia de interpretação de personagens.

Pois bem, quando levamos isso para um meio eletrônico, fica a dúvida: seriam esses jogos equiparados ao conceito original?

Essa discussão é interessante, pois, da mesma forma que em alguns casos é sim equiparado, em outros, mesmo que o jogo seja considerado um RPG, ele não é.

Como por exemplo Final Fantasy. Nessa franquia, embora seja vista como um RPG, o único elemento que poderia ser feita a associação é como ele funciona, visto que a jogabilidade é por turnos e progressão de personagem. Tendo isso em mente, se formos colocar de uma forma nua e crua, esse tipo de jogo que tem de certa forma uma linearidade narrativa, não te dá liberdade de escolhas durante sua jornada, e tem começo meio e fim muito bem definidos. Não são um RPG: Final Fantasy, Crono Trigger, The Legend of Heroes, Persona. Estes se enquadram mais como jogos de estratégia por turnos com elementos de RPG.

E não se enganem, um jogo não trazer um sistema de combate por turnos ou por não te deixar necessariamente criar seu personagem do zero, deixa de ser RPG.

Jogos como The Witcher, Dragon Age, Mass Effect, Star Wars: The Old Republic, embora cada um tenha sua forma própria de combate e narrativa, existe a liberdade sobre sua própria história, suas ações contam para tudo o que pode vir acontecer, sejam seus romances, amizades, ou até mesmo o destino de seus companheiros dentro do jogo.

Mas o que eu quero dizer com isso? Eu estaria desmerecendo os outros jogos por não seguirem o modelo de um RPG como normalmente é? Não, o que eu venho dizer através desse artigo é que mesmo muitos jogos adotando elementos vindo dos antigos RPGs de mesa, são poucos os que seguem a risca para te proporcionarem uma experiência mais próxima do que realmente seria um RPG de mesa; a interpretação e o molde do seu personagem naquela história, independente do sistema ser voltado mais para a ação ou para um sistema mais tático de estratégia.

Por isso eu quis levantar essa discussão, pois não são todas as pessoas que tem o conhecimento disso e chamam qualquer jogo com progressão de personagem de RPG, sendo que vai muito além disso.

Espero que tenham gostado desse artigo, até a próxima amores!

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