A quebra da Hegemonia

Gabriel Botelho
BioBlog ESEM
Published in
3 min readJun 1, 2018

A ciência não produz verdades incontestáveis, mas sim hipóteses e teorias que podem ser refutadas apenas com um contra-argumento fundamentado. Com a Biologia não é diferente, então, podemos afirmar depois de décadas de estudos que até o famoso pai dessa Ciência, Charles Darwin, era o único que possuía uma ideia que melhor explicava a evolução das espécies chamada Seleção Natural. Contudo, com o passar dos anos, foi confirmado que, através de pesquisas escocesas, a maneira de explicar a evolução não é excepcionalmente única.

Dessa maneira, algumas teorias como a lei dos caracteres adquiridos, de Lamarck, poderiam ser revividas e até mesmo reavaliadas após vários experimentos relacionados a essa herança adquirida de alguns animais e seus filhotes. Esses experimentos tornam a evolução um assunto de maior complexidade e trazem uma grande discussão para os biólogos decidirem se realmente é possível uma que haja uma revolução neste segmento da Biologia.

Mas, quem foram Lamarck e Darwin, e o que suas teorias defendem? Jean Baptiste Lamarck foi um Biólogo nascido em 1744 em Bazentin na França, foi Lamarck que começou a usar o termo “biologia” a ciência que estuda os seres vivos. Lamarck era transformista, ou seja, ele partia do princípio que os seres vivos evoluem e se transformam. Uma das teorias de Lamarck era a teoria do uso e do desuso, através dessa teoria Lamarck defendia que órgãos e membros pouco utilizados ou inutilizados vão perdendo suas funções e atrofiando até desaparecerem com o passar do tempo. Outra de suas teorias foi a das características adquiridas que dizia que uma característica adquirida pela sua espécie seria transmitida para seus descendentes.

Já Charles Darwin desenvolveu a base da nossa atual teoria evolutiva, que foi a teoria da seleção natural. Para Darwin os seres vivos vivem em lutas diárias pela sobrevivência, que variam desde a luta pela alimentação, território ou reprodução, e é exatamente aí que a seleção natural se encaixa. A teoria da seleção natural diz que os seres vivos de uma determinada espécie, a um certo ambiente são aqueles que irão sobreviver e possuir descendentes, já os que não estão adaptados tendem a serem eliminados com o tempo, fazendo com que apenas os mais adaptados ao ambiente sigam em frente na linha do tempo evolutiva.

A teoria de Darwin acabou sendo considerada a “correta”, tanto que é essa teoria que é ensinada nas escolas, milhões de estudantes cresceram sabendo que caso os pais percam os braços em algum acidente, é improvável que os filhos nasçam sem os braços. E também é amplamente aceita pelo mundo científico, porém como ainda é uma teoria está sujeita a modificações e refutações, e o que está acontecendo hoje em dia, é que muitos biólogos estão começando a “reviver” a teoria de Lamarck, quebrando a hegemonia da teoria de Darwin pois muitos desses biólogos dizem que as duas teorias são possíveis, já que a teoria hegemônica não desmente a teoria epigenética, apenas mostra que é uma entre vários jeitos de se passar características genéticas.

Tudo em um indivíduo afeta seu corpo, desde a dieta até o ar que ele respira, essas pequenas coisas provocam modificações em suas moléculas pois são soluções químicas que se ligam a seu corpo. Esses acréscimos epigenética são geralmente removidos na hora da produção de espermatozoides e óvulos, porém alguns são transmitidos para a próxima geração junto com os genes. Em 2011 foi realizado uma experiência com alguns vermes. Eles foram expostos a um vírus nocivo e responderam a isso produzindo substâncias químicas que desativaram o vírus, e o interessante é que gerações posteriores demonstraram que possuíam essas mesmas substâncias químicas através de moléculas reguladoras. Isso se chama herança epigenética, e que cada vez mais está sendo provada que realmente ocorre, o que revive a teoria de Lamarck.

Sendo assim, podemos chegar a conclusão que, de maneira alguma, a teoria darwinista exclui a teoria epigenética de Lamarck. Nesse sentido, é preciso mostrar aos especialistas da área que existem, de fato, outras maneiras de se explicar a evolução .

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