APENAS PLANTAS FAZEM FOTOSSÍNTESE?

Naiara Schmitz
BioBlog ESEM
Published in
4 min readJul 3, 2018

Escrito por Giovanna Rollemberg Larissa Oliver e Naiara Schmitz

APENAS PLANTAS FAZEM FOTOSSÍNTESE?

- Veja duas exceções à regra -

No ensino fundamental, aprendemos que a planta realiza fotossíntese. Ela ocorre quando a planta usa a energia do sol e também o gás carbônico (CO2) para fazer a fotossíntese que, por sua vez, irá transformar o CO2 em O2 (gás oxigênio). Logo depois, no ensino médio, o assunto é aprofundado e, na verdade, sucede que a fotossíntese gera a glicose, mas também pode acontecer sem a luz, no caso da quimiossíntese, aprendemos também o que acontece dentro do estroma e do cloroplasto, usando nomenclaturas como ATP (Trifosfato de Adenosina, molécula responsável pelo armazenamento de energia) NADP (nicotinamida adenina dinucleótido fosfato, ou seja, a empresa transportadora de elétrons e atp´s) e outros. O que chama atenção, é o fato de que a fotossíntese, geralmente, acontece em plantas, e não em animais.

Um grupo de pesquisadores do Instituto Sophia de Agrobiotecnologia, em Sophia Anopolis, na França, descobriu que existe uma lesma, a Elysia chlorotica. É uma espécie de pulgão que realizam um processo parecido com o da fotossíntese. Estes pulgões são singulares por serem capazes de sintetizar carotenóides, que são pigmentos. Tais pigmentos podem sugar a luz do sol e transportá-la para o mecanismo celular incluído na produção de energia.

A ingestão da alga Vaucheria permite a assimilação dos cloroplastos, fazendo com que a Elysia consiga realizar a fotossíntese. A clorofila é essencial para esse processo, e está presente nos cloroplastos, no citoplasma. Os cloroplastos são retidos nos vacúolos do trato intestinal ao serem ingeridos. Agindo no interior da célula da alga, utilizam proteínas codificadas nos seus genes, como também no próprio núcleo celular.Ao estarem localizados no interior, não recebendo proteínas de forma direta do genoma da alga, as organelas se mantém funcionais, devido ao fato do genoma do molusco incluir os genes da alga, os quais são úteis na fotossíntese.

Figura 1: A Elysia chlorotica desenvolveu fotossíntese. Créditos: Wiley Online Library.

Ao obter os resultados do nível de ATP desses pulgões/afídeos, todos os envolvidos deixaram alguns cientistas em choque, pois os insetos verdes com altos níveis de carotenóides geram mais ATP que os insetos brancos, que por sua vez, são quase afastados desses pigmentos. Pulgões alaranjados dispõem uma quantia intermediária de carotenóides, e quando situados na luz, sua produção amplifica.

Contudo, em sua transferência para o escuro, a produção caiu. Ainda há muitas questões a serem respondidas, afirma o geneticista Nancy Moran da Yale University, na cidade de West Haven localizada no estado de Connecticut, autor da descoberta dos genes dos afídeos, os quais produzem os carotenóides. Segundo o biólogo evolucionário, “a produção de energia parece ser o menor dos problemas de um afídeo — sua dieta tem açúcar em excesso e eles não conseguem usar a maior parte disso”.

Figura 2: Evidencia as partes da célula que fazem a fotossíntese, sendo N significa núcleo Barra de escala, M, mitocôndria, C, cloroplasto, S, grande grânulo de amido central, CW, parede celular. Créditos: Wiley Online Library.

Até 2010, a Elysia era o único animal fotossintetizante. Foi quando um artigo foi publicado na Nature sobre uma salamandra, anfíbio com fisionomia semelhante a uma lagartixa, que possui células capazes de fazer a fotossíntese.

Figura 3: Exemplo de uma salamandra. Créditos: HypeScience.

Desde 1880, esses animais já eram suspeitos por botar ovos na água e as algas Oophila amblystomatis colonizarem. Esse relacionamento, faz parte de uma relação ecológica chamado, simbiose, ou seja, interação de duas espécies, em que as duas possuem benefícios. Uma vez que as algas ajudam na fase embrionária e o embrião, libera dejetos, que com a luz do sol, possibilita as algas produzem O2.

Figura 4: Foi descoberto em 2011, que as algas englobam os embriões, provavelmente, porque os embriões estavam pegando mais O2 do que as algas, ou seja, as algas estavam gerando energia interna aos embriões. Créditos: site Público.

Mesmo com a falta do conhecimento de como as algas entram nas células da salamandra, essa descoberta abre possibilita a existência da utilização da fotossíntese por outros vertebrados. Os animais cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo, são os mais prováveis, de forma contrária às aves e mamíferos.

Com esses exemplos, fica a pergunta: será se um dia a nossa espécie chegará ao ponto de produzirmos nosso próprio alimento com células fotossintéticas?

Bibliografia:

http://www.biologianaweb.com.br/?p=2337859

https://www.cmjornal.pt/tecnologia/detalhe/descoberto-animal-que-faz-fotossintese

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1744-7410.2006.00065.x

https://hypescience.com/descoberto-animal-movido-a-luz-solar/

https://fotossinteseblog.wordpress.com/2015/11/25/sera-que-a-salamandra-tambem-faz-fotossintese

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