ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: AVANÇO CIENTÍFICO PARA POSSÍVEL CURA

Luis Fellipe Ribeiro Paes
BioBlog ESEM
Published in
3 min readNov 13, 2018

Escrito por: Luís Fellipe R. Paes

A Esclerose Lateral Amiotrófica — ELA ou doença de “Lou Gherig”- age no sistema nervoso com uma degeneração dos neurônios motores, os quais vão perdendo a capacidade de enviar informações uns para os outros, dessa forma, incapacitando gradativamente os músculos do portador. Essa incapacidade chega ao seu ápice em torno de alguns meses ou até um ano, quando a pessoa já está em estado vegetativo, parecendo estar completamente inconsciente, mas que na verdade, tem noção de tudo que acontece ao seu redor.

O mais assustador sobre esse mal, é que o cérebro da pessoa permanece intacto durante todo o estado vegetativo até a morte do portador, tendo noção de tudo que acontece ao seu redor como dores físicas e mentais. Já que a doença trata de uma degeneração dos neurônios motores, parando aos poucos apenas a capacidade do paciente de se movimentar e da contração de alguns órgãos.

Stephen Hawking, um dos maiores físicos de todos os tempos

Um exemplo de que o cérebro se mantém intacto durante toda a vida do portador da esclerose, foi o falecido cientista Stephen Hawking e o virtuoso guitarrista Jason Becker. Este primeiro, físico teórico, cosmólogo britânico e professor na Universidade de Cambridge — tal qual Isaac Newton — conseguiu todos esses cargos e méritos mesmo possuindo a doença, descoberta aos 21 anos. A estimativa de vida de Hawking foi de apenas dois anos após a descoberta do mal, contrariando todas as expectativas, ele veio a falecer somente em 2018, com 76 anos, teve três filhos e uma série de estudos realizados, que entraram para a história da ciência, mesmo numa cadeira de rodas especializada.

Jason Becker, guitarrista virtuoso com o mal de Lou Gherig

Já Jason Becker, jovem guitarrista que, em seus 16 anos já era um dos maiores virtuosos da época, descobriu o mal com apenas 21 anos. A sua perseverança na criação de novas músicas foi tanta que mesmo incapacitado de mover sequer um dedo, conseguiu compor diversas canções somente com seu conhecimento técnico, provando a todos que a doença apenas lhe incapacitava fisicamente.

Ambos os casos mostram a determinação dos portadores da doença de Lou Gherig e como apesar de viverem em estado vegetativo, conseguiram encontrar um lado positivo em como encarar a vida. E como diria Stephen Hawking em uma de suas muitas frases motivadores “enquanto há vida, há esperança”. Essa esperança que agora surge para novos casos da esclerose lateral amiotrófica, com novos tratamentos utilizando células tronco.

Tratamentos possíveis para os doentes de ELA

Alguns tipos de células tronco podem ser utilizadas para reconstruir vários tipos de tecido, que são utilizadas em tratamentos como o de transplante de medula, recuperação de lesões da córnea e até a osteoporose. Tendo em vista esses tratamentos possíveis, a Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), expôs, por meio de pesquisas, a possibilidade do tratamento com células tronco para casos da esclerose lateral. A mesma instituição registra que os estudos recentes em animais envolvendo a regeneração do sistema nervoso central com as células tem sido bastante satisfatórios.

Acredita-se que com o avanço do investimento nos estudos da engenharia dessas células, avancemos cada vez mais para a melhoria da vida dos portadores dessa doença assombrosa. Ademais, se os principais pólos de pesquisa e inovação voltados para a reparação dos neurônios motores utilizarem da mesma filosofia de Stephen Hawking de que “enquanto há vida, há esperança”, em breve poderemos alcançar uma possível cura para este mal.

https://www.minhavida.com.br/saude/temas/esclerose-lateral-amiotrofica

http://www.sbcm.org.br/revistas/RBCM/RBCM-2010-06.pdf#page=66

http://www.scielo.br/pdf/%0D/pe/v8nspe/v8nesa04.pdf

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