O QUE VOCÊ SABE SOBRE OS FUNGOS?
Escrito por: Abigail Lima De Oliveira, Laura Battisti e Vinicius Magalhaes
Os fungos são os organismos integrantes do domínio Eukaryota ou Eukaria, mais especificamente do reino Fungi, sendo divididos em 5 filos (os quitridiomicetos, os ascomicetos, os basidiomicetos, os zigomicetos e os deuteromicetos). São popularmente conhecidos por bolores (Rhizopus stolonifer), mofos (Botrytis cinerea), leveduras (Kluyveromyces marxianus — Levedura presente no soro do leite) e cogumelos (Agaricus subrufescens — Cogumelo do Sol). São seres que podem possuir apenas uma célula ou várias, sendo respectivamente denominados unicelulares ou pluricelulares e eucariontes, que se reproduzem por meio de reprodução sexuada ou reprodução assexuada. Eles apresentam uma importante função econômica — na comercialização de champignons, por exemplo — e para a cadeia alimentar, pois junto com as bactérias, eles compõem o grupo dos decompositores ou recicladores de matéria orgânica, o que também é importante para a formação de matéria orgânica no solo. Curiosamente, os fungos estão mais próximos dos animais do que das plantas no cladograma que representa os cinco reinos. Entretanto, ainda há muito a se conhecer sobre esse grupo.
No dia-a-dia das pessoas, os fungos são bem recorrentes. Seja no café da manhã, quando se vê aquele pão velho e “embolorado”, seja em parques, onde há bonitos cogumelos. Porém, será mesmo que esse grupo restringe-se apenas a lindos cogumelos? Com certeza não, já que, segundo um artigo de Leho Tedersoo — pesquisador da Universidade de Tartu, na Estônia, que desenvolveu importantes pesquisas sobre o reino Fungi — mais de 100 mil espécies de fungos já foram catalogadas, mas espera-se que exista mais de milhões. Foi devido a isso que estudos relacionados à Micologia — ramo da biologia destinado ao estudo dos fungos — avançaram e novas espécies foram catalogadas. Um dos motivos para essa avanço foi que, nos últimos anos, houve uma evolução das técnicas de sequenciamento molecular, gerando sequências genéticas que contribuem na identificação dos fungos. Entretanto, antigamente, muitos dados não eram coletados pela incapacidade de determinar a ocorrência de espécies em um determinado local em um certo tempo, exemplo disso é a Amazônia brasileira, que perdeu muitas informações porque não existiam sequências genéticas publicadas das espécies.
É interessante enfatizar a diversidade desse reino. Enquanto uns são apenas unicelulares e invisíveis a olho nu, outros são pluricelulares e podem fazer parte do mundo macroscópico. Eles possuem uma importante estrutura chamada de micélio, que corresponde à parte vegetativa, podendo ser visível ou não. Vale destacar também, que nem todos os fungos apresentam as estruturas reprodutivas, que são a estrutura dos cogumelos.
A importância econômica dos fungos dá-se pela comercialização de cogumelos comestíveis, dentre eles o champignon, o shimeji e o shitake, que são muito importantes para a prevenção do câncer e para reforçar a imunidade. Porém, nem todos os cogumelos são comestíveis, uns são até venenosos, dentre eles os conhecidos como cogumelos alucinógenos, exemplo disso é o Amanita muscaria. Eles afetam os sentidos e possuem efeitos similares a drogas. Os fungos podem viver em simbiose com algas — os chamados líquens- , contudo também podem causar doenças, como a candidíase — cujo nome científico é Candida albicans.
Além da importância econômica, tem-se a importância ecológica. Eles representam o “fim” da cadeia alimentar, onde a matéria orgânica é decomposta. Essa decomposição libera CO2 e reintegra nitrogênio ao solo, que é usado pelas plantas, principalmente, pelas leguminosas.
Dessa forma, infere-se o grande o valor dos fungos, já que eles têm grande importância tanto econômica quanto ecológica — que são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas -, porém pouco se sabe sobre esses seres, sendo necessário que ainda se aprenda e se pesquise muito sobre. As pesquisas de Leho Tedersoo e outros colaboradores ainda estão em andamento e espera-se por mais informações sobre esse reino tão essencial e determinante para a vida no planeta Terra.
Referências:
https://www.infoescola.com/reino-fungi/cogumelos-alucinogenos/
https://saude.abril.com.br/alimentacao/cogumelos-beneficios-como-escolher-e-usar-no-dia-a-dia/
https://claudia.abril.com.br/saude/6-motivos-para-voce-comer-cogumelos/
Artigo referência:
Mapa dos fungos — http://cienciahoje.org.br/mapa-dos-fungos/
