Hermafroditismo

Barbara Sousa Nunes
BioBlog ESEM
Published in
4 min readNov 27, 2018

Escrito por Yasmin Rocha, Joanne Silva e Barbara Sousa Nunes

Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre pessoas que nasceram com os genitais masculinos e femininos de uma só vez. Neste texto você irá entender melhor como funciona o hermafroditismo, assim chamado devido a mitologia grega.

O termo “hermafrodita” deriva do nome atribuído ao filho de Hermes e Afrodite: Hermafrodito. Este rejeitou a ninfa aquática Salmacis e, então, a mesma decidiu unir-se forçosamente a ele. O resultado desta união foi a formação de um único indivíduo contendo dois sexos.

Existem duas formas de hermafroditismo: o hermafroditismo verdadeiro e o pseudo hermafroditismo.

Hermafrodita verdadeiro: É uma condição rara em que a criança nasce com ambos os órgãos sexuais femininos e masculinos internos e externos bem desenvolvidos. Porém, apenas um se desenvolve normalmente e outro fica atrofiado. Há alguns casos raros de hermafroditismo verdadeiro em que há o desenvolvimento normal e ao mesmo tempo de ambos os órgãos genitais.

Pseudo-Hermafrodita: O pseudo-Hermafrodita masculino é aquele em que a pessoa nasce com a genitália feminina, porém sem os ovários e o útero, mas os testículos se encontram alojados dentro da cavidade pélvica. Já o pseudo-hermafrodita feminino acontece quando a pessoa nasce com os ovários, mas a genitália externa masculina é bem definida, isso ocorre normalmente pelo desenvolvimento anormal do clítoris, que passa a ter formato semelhante ao pênis. Este tipo possui alterações importantes durante a vida, como por exemplo um garoto menstruar durante a adolescência.

Não se sabe ainda ao certo a causa do hermafroditismo, mas uma das hipóteses consiste em que o óvulo possa ter sido fertilizado por 2 espermatozoides diferentes ou que tenham havido alterações genéticas importantes durante o desenvolvimento do bebê. Durante o desenvolvimento de um bebê “normal”, até os dois meses de gestação os homens e as mulheres apresentam a genitália completamente idêntica.

Após este período, ocorre uma diferenciação que, na presença de um gene chamado SRY, localizado no cromossomo Y, sintetiza proteínas para a formação dos órgãos sexuais masculinos e estimula a ação da testosterona (hormônio sexual masculino). No caso do sexo feminino, não há o gene SRY. A ausência deste gene provoca a formação dos órgãos sexuais femininos.

Geneticamente, a maioria dos hermafroditas verdadeiros tem em cada célula dois cromossomos X — os homens sem essa patologia têm um cromossomo X e um Y, já as mulheres apresentam o X em dose dupla (XX). Portanto, a maior parte deles é geneticamente do sexo feminino.

O desenvolvimento dos testículos se deve às alterações em genes ainda desconhecidos que atuam como o gene SRY do cromossomo Y, responsável pela formação dos testículos. Além de ser uma mutação genética, alguns estudos demonstram que a utilização de hormônios, por mãe gestante também pode provocar hermafroditismo, como por exemplo, o hormônio corticoide utilizado durante o tratamento do HCSR (Hiperplasia Congênita da Supra-Renal).

No tratamento é preciso um acompanhamento por equipe interdisciplinar, já que se trata de uma situação crítica, essencialmente no que se refere aos aspectos emocionais da pessoa envolvida e de seus familiares. Muitas vezes é necessário ainda que o indivíduo tenha um acompanhamento psicológico e terapia familiar para que todos se aceitem mutuamente. Os procedimentos dependem da idade em que tal alteração foi descoberta e da competência funcional dos genitais internos e externos, essas técnicas facilitam a execução de funções primordiais, como a micção. O procedimento pode ser hormonal e/ou cirúrgico: é aconselhado que a cirurgia seja realizada após a escolha do próprio indivíduo por um dos sexos.

Visando o bem-estar e a melhor autoaceitação do indivíduo, a reposição hormonal feita com medicamentos é geralmente indicada durante a adolescência, já que o indivíduo tem uma ideia mais formada sobre si mesmo, o que pode evitar a angústia, medo e dor.

Há várias pessoas que defendem o fato de que as intervenções não devem ser realizadas em crianças, já que as mesmas não desenvolveram maturidade suficiente para fazer a escolha do próprio sexo. Ainda há os que afirmam que, se os procedimentos forem realizados tardiamente, o indivíduo terá problemas em aceitar o próprio corpo e consequentemente o processo pode ser mais demorado.

Sendo assim, se faz necessário todo o apoio da família assim como contribuições da OMS para dissipar mais informações sobre o assunto, a fim de minimizar os preconceitos presentes.

Bibliografia:

https://www.estudopratico.com.br/o-que-e-hermafrodita-descubra/
https://alunosonline.uol.com.br/biologia/hermafroditismo.html

http://www.scielo.br/pdf/abem/v49n1/a09v49n1.pdf

https://editora.unoesc.edu.br/index.php/apeux/article/view/13281/7041

http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v35n1/pag26-32.pdf

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