Infecção vaginal por fungos

As infecções vaginais por fungos ocorrem quando leveduras, geralmente a Candida albicans, se desenvolvem na vagina. Aproximadamente uma em cada cinco mulheres já experimentou uma infecção vaginal por fungo em algum momento da vida. Muitas delas sofrem com o problema duas ou mais vezes ao longo de toda a sua vida. Esse tipo de infecção é facilmente tratável por remédios antifúngicos por via oral ou vaginal, exceto quando ela é recorrente — ocorre quatro ou mais vezes por ano — nesse caso é necessário terapia contínua para manutenção da saúde.

Uma vagina saudável possui diversas bactérias e um número pequeno de organismos fúngicos. A bactéria mais presente neste órgão, chamada Lactobacillus acidophilus, é responsável por manter a flora vaginal equilibrada, impedindo o crescimento de bactérias e fungos nocivos à vagina.

A vagina naturalmente contém uma mistura equilibrada de leveduras e bactérias, chamada de flora vaginal. As bactérias Lactobacillus produzem um ácido que desestimula o supercrescimento de fungos na genitália feminina, ajudando assim a manter o equilíbrio da flora vaginal. No entanto, a ruptura desse balanceamento pode resultar em um crescimento excessivo de leveduras.

Algumas condições propiciam o desequilíbrio da microbiota vaginal, como o uso constante de antibióticos, altos níveis de estrógeno causados pela gravidez, períodos de muito estresse, imunidade baixa, e algumas doenças como a diabetes e a infecção causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), enfim, tudo o que muda a quantidade de bactérias da flora vaginal, tais como duchas frequentes ou lubrificação inadequada.

A maioria das infecções podem ser transmitidas sexualmente, especialmente através do contato sexual oral-genital. No entanto, essa infecção vaginal pode ocorrer em mulheres que não são sexualmente ativas, uma vez que o fungo está presente naturalmente na vagina.

Boca com infecção por Candida adquirida de forma oral.

Embora a infecção vaginal seja causada na maioria das vezes pelo fungo Candida albicans, em alguns casos a infecção pode estar acontecendo por outro tipo de fungo ou microrganismo, como no caso da vaginose bacteriana, sendo esta a principal causa de corrimento vaginal em mulheres na idade reprodutiva. A vaginose é caracterizada por um crescimento anormal de bactérias anaeróbias como Gardnerella vaginalis, Mobiluncus, dentre outras, associado a uma diminuição de lactobacilos da flora vaginal normal.

Há fatores de risco?

Sim! O risco de contrair uma infecção vaginal por fungo pode ficar aumentado por alguns fatores: Como já citado anteriormente, antibióticos diminuem a quantidade de “boas” bactérias, resultando em um aumento do crescimento de leveduras na vagina, às vezes causando sintomas de uma infecção por fungos. Medicamentos corticosteróides, por vezes, também enfraquecem o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções fúngicas; vestir calças ou roupas íntimas apertadas que acabam superaquecendo a região vaginal, usar produtos de higiene íntima ou talcos perfumados na área vaginal e até mesmo ducha vaginal frequente.

Quais são os sintomas de Infecção vaginal por fungos?

São vários os sintomas de infecção vaginal por fungos, porém, dentre eles se destacam: a coceira e irritação na vagina e na vulva, a sensação de queimação (especialmente durante o sexo ou ao urinar), inchaço e vermelhidão na vulva, dor vaginal e secreção branca, espessa e livre de cheiro.

Os sintomas que podem levar alguém a ter uma infecção vaginal fúngica com complicações ou suspeitas de uma infecção mais grave são a presença de excessiva vermelhidão e inchaço, desenvolvimento de fissuras e feridas por conta da coceira, infecções recorrentes com uma frequência média de quatro ou mais por ano, ou se a causa da infecção for um tipo de fungo diferente da Candida albicans. Outros pontos como o descontrole dos Diabetes e a existência de alguma doença que comprometa o sistema imunológico podem agravar a situação.

Por fim, embora a infecção vaginal proveniente da proliferação de fungos na região genital feminina seja comum, alguns cuidados devem ser adotados para a prevenção do problema e também durante o tratamento. Dentre eles os que se apresenta como de grande importância é evitar o excesso de duchas mais invasivas.

Caso ocorra o reconhecimento de algum dos sintomas apresentados neste texto, recomenda-se procurar imediatamente um médico ou unidade de saúde, evitando a auto-aplicação de remédios, já que o uso de substâncias em doses excessivas ou diferenciadas podem agravar o caso.

Referências

Aparecida Álvares, Cassiana, Estivalet Svidzinski, Terezinha Inez, Lopes Consolaro, Márcia Edilaine, Candidíase vulvovaginal: fatores predisponentes do hospedeiro e virulência das leveduras. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial [en linea] 2007, 43 (Septiembre-Octubre): [Fecha de consulta: 14 de noviembre de 2018] Disponible en: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id = 393541937004> ISSN 1676–2444