Maconha salva vidas

Arthur Lasecki
BioBlog ESEM
Published in
3 min readJun 29, 2018

Escrito por Arthur Lasecki e Gabriela Yule

O uso medicinal da maconha é um dos assuntos mais polêmicos tratados dentro da comunidade científica em todo o mundo. Atualmente, essa vertente se encontra em muitas discussões com o intuito de analisar possíveis conclusões sobre os benefícios e malefícios de sua legalização.

O fundamental motivo de tais discussões é decorrente da existência de pessoas que necessitam das substâncias extraídas da Cannabis para melhor viver. Dessa maneira, observa-se que essas são capazes de salvar muitas vidas no âmbito mundial. Exemplos notáveis de tais substâncias são: THC (tetra hidrocanabinol) e o CBD (Canabidiol), que são utilizados para tratamentos extremamente eficientes de variadas doenças, dentre as quais as mais graves são Esclerose Múltipla e Epilepsia.

O THC e CBD são os dois canabinóides mais abundantes na Cannabis. Ambos interagem com o sistema endocanabinóide (uma rede de receptores canabinóides encontrados no cérebro e órgãos abdominais dos mamíferos), no entanto, acabam desencadeando efeitos diferentes. Esses canabinóides são responsáveis por regular uma variedade de problemas, tais como: dor, apetite, humor, memória, resposta imunológica, insônia e os ciclos vitais das células.

O THC é um agonista direto do receptor canabinóide (CB1) do sistema endocanabinoide, encontrado principalmente no cérebro e em todo o sistema nervoso central do mamífero. O efeito psicoativo mais associado ao uso de maconha medicinal ou social é desencadeado pela ativação dos receptores CB1.

De outra forma, o CBD é um antagonista (sendo um sentido oposto). Ou seja, significa que o CBD não vicia, nem deixa o usuário alterado, independente da quantidade a ser consumida. De fato, podemos afirmar que ele supre as propriedades de compostos, como o THC em receptores CB1.

Um dos maiores avanços da Cannabis sativa no âmbito medicinal foi o Sativex ou Mevatyl como é conhecido no Brasil, remédio a base de Cannabis, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse medicamento é utilizado no tratamento da esclerose múltipla e tem obtido extrema eficiência nos resultados. Embora seja eficiente para os portadores de tais doenças, o medicamento tem um valor muito elevado e nem todas as pessoas podem pagar por ele.

Nota-se que também é necessário sua maior aceitação pela sociedade, pois ainda percebe-se preconceito com o uso da Cannabis sativa para fins medicinais.

Um bom pensamento para combater tal preconceito é a ideia de que as substâncias presentes na maconha podem auxiliar muito no tratamento de doenças graves, melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas. Um exemplo a ser citado são alguns casos de famílias que se encontram em grandes transtornos oriundos desse preconceito, podendo ser evidenciado no documentário “Ilegal”, o qual registra a luta diária de mães que buscam a regulamentação da maconha para uso medicinal. A mídia também retrata o sofrimento de uma criança que é portadora de uma condição genética rara, a síndrome de Cyclin-dependent kinase-like 5 (CDKL5) e as dificuldades presentes em seu cotidiano para efetuar seu tratamento. Vale ressaltar que tal síndrome não possui cura e é essencial a utilização do canabidiol (CBD), um remédio derivado da Cannabis sativa para o tratamento.

Dessa maneira pode-se perceber que, por mais que a ciência avance com fármacos, pesquisas e estudos, uma das maiores barreiras aqui presentes são as diferenças sociais que, junto com uma grande carga de preconceito, continuam a impedir que os tratamentos derivados da maconha venham a ser desenvolvidos.

#botânica #plantas.

Bibliografia:

http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/lista-oficial-de-farmacos-inclui-cannabis-/219201?inheritRedirect=false

https://www.greenme.com.br/viver/saude-e-bem-estar/1748-maconha-10-doencas-que-podem-ser-tratadas-com-a-cannabis

https://tudoela.com/uso-medicinal-da-maconha/

https://hempmeds.com.br/as-diferencas-entre-cbd-e-thc/

https://www.huffpostbrasil.com/milena-buarque/ilegal-filme-mostra-a-luta-de-maes-pela-regulamentacao-da-mac_a_21671766/

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