SE VOCÊ TEM ASMA, SEU PAI POSSIVELMENTE NÃO FOI SAUDÁVEL!

Marcos Vinicius
BioBlog ESEM
Published in
4 min readOct 26, 2018

Escrito por @Artur Junqueira, Álvaro Araujo e Gabriel de Almeida Estrambk

No ano de 2018 foi publicado na revista Science um estudo internacional da UE-study (ALEC) realizado por pesquisadores do centro de saúde internacional da Universidade de Bergen. Tal experimento demonstrou como resultado que o período dos oito anos de idade juntamente com a puberdade são os momentos mais importantes para que, posteriormente (na vida adulta), a criança apresente os seus pulmões saudáveis. Além disso, é válido salientar que para a realização de tal pesquisa, utilizado pelos pesquisadores foram 3018 pessoas na faixa etária de 18 e 50 anos juntamente com seus 2153 pais — 39 e 66 anos. Depois de obterem esta quantidade de indivíduos, os mesmos foram submetidos a um estudo de geração da RHINESSA/RHINE (o RHINESSA é um projeto de pesquisa internacional dedicado ao estudo da saúde dos pulmões) em 10 centros de ECRHS no norte da Europa, Espanha e na Austrália. Com isso, após tal realização, os resultados só foram apresentados em 18 de setembro de 2018 no ERS International Congress, em Paris.

No entanto, a Dra. Marianne Lønnebotn, do Departamento de Saúde Pública Global e Atenção Primária, Universidade de Bergen, relatou que caso durante esse período da infância, as crianças de ambos os sexos passassem a ganhar peso de forma incontrolável, consequentemente no futuro elas iriam acabar dobrando as chances de obterem doenças no sistema respiratório, por exemplo, a asma que é caracterizada pela inflamação das vias respiratórias.

imagem representativa de pulmões, um de uma pessoa com asma e o outro de uma pessoa normal

Além disso, a doutora achou importante salientar que para as crianças do sexo masculino, o risco também dobra para as suas futuras proles, ou seja, caso estes acontecimentos ocorram frequentemente na sociedade, os índices de indivíduos com doenças respiratória — asma — aumentaria cada vez mais, podendo ocasionar tanto no sofrimento de diversas pessoas, como também na morte, uma vez que, além do número de doentes elevar, a doença não apresenta cura, apenas um tratamento complicado — limpeza diária dos ambientes frequentados pelo asmático, dependência de hospitais que não apresentam médicos qualificados e boa infraestrutura para atender os pacientes durante crises agudas, uso de bombinhas — junto com medicamentos que ajudam reduzir as crises.

Bombinhas utilizadas pelos asmáticos durante as crises

No entanto, de acordo com Jaquelina Ota, pneumologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, a mortalidade de tal doença está ligada a um conjunto de fatores. A falta de cuidado do paciente, automedicação e atendimento ambulatorial precário encabeçam a lista. A morte, segundo ela, só ocorre em uma crise mal-tratada, seja pelo paciente, que não deu a devida importância e deixou de procurar por atendimento, ou pelo serviço médico não adequado.

Apesar da opinião da Dra. Marianne Lønnebotn ser bastante relevante, outro estudo realizado pela Dra. Cecilie Svanes abordou que, o risco de asma não está relacionado ao ganho de peso pré ou pós puberdade. Para ela, quando o indivíduo durante a infância estar acima do peso, o mesmo já pode apresentar uma inflamação geral no corpo, que por conseguinte, acaba por interferir no desenvolvimento dos órgãos durante esse período. Além disso, a doutora disse, assim como já relatava a Dra. Marianne Lønnebotn, que os problemas de asma que são encontrados em crianças, está associado com a interrupção da transformação de células germinativas em espermatozóides, advindas do material genético do pai das mesmas.

No entanto, mesmo com todos os resultados dos estudos realizados pelas doutoras e pelo experimento, existem outros fatores que acabam contribuindo para o desenvolvimento e inflamação da doença, por exemplo, a frequente exposição a elementos potencialmente alérgicos — pó, pólen -, fatores que irritam as vias respiratórias — poluição, fumaça, cheiros fortes -, fatores emocionais — estresse e ansiedade- , climáticos — divergência entre frio e quente — ou até mesmo a constante prática de esportes de forma intensa.

Fatores de risco para quem apresenta asma

Dessa forma, mesmo com a apresentação de algumas divergências no experimento, os estudos concluem que é muito importante levar uma vida saudável na época da puberdade, demonstrando assim, tanto a importância da realização de atividades físicas como também uma alimentação saudável permanente, uma vez que isso não ocorra, esta enfermidade pode acabar sendo passada frequentemente de geração para geração, garantindo assim, os recorrentes casos de sofrimento por causa da doença.

Referências bibliográficas:

https://www.sciencedaily.com/releases/2018/09/180918110911.htm

https://www.minhavida.com.br/saude/temas/asma

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