Tire umas férias! Quem sabe você não vive mais?
Você costuma se alimentar corretamente? Frequenta academia? Pratica algum esporte? Visita o médico regularmente? Você que faz tudo isso, como se sentiria se soubesse que nada disso adianta se você se sobrecarrega com trabalho? Um estudo publicado no dia 28 de agosto desse mesmo ano, pela Universidade de Helsinque, na Finlândia, durante o congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, mostra que pessoas que não tiram pelo menos 3 semanas de férias ao ano possuem maiores chances de morrerem precocemente.
O estudo utilizou 1.222 pessoas do gênero masculino, que foram acompanhadas ao longo de 40 anos. Vale citar também que todos possuíam pelo menos um fator de risco do tipo cardiovascular, exemplo: fumavam, eram diabéticos ou possuíam sobrepeso. Subsequentemente, foram divididos em dois grupos, um grupo de seiscentos e dez pessoas foi usado como grupo controle e não foi realizada nenhum tipo de intervenção neles. Porém o outro grupo de seiscentos e doze pessoas, passaram por intervenções dos cientistas durante 5 anos.
No grupo de seiscentas e doze pessoas, os cientistas fizeram acompanhamentos mais de perto com essas pessoas, sugeriram que elas praticassem exercícios físicos, se alimentassem mais corretamente, parassem de fumar, fizessem uma dieta e emagrecessem. Com algumas pessoas desse grupo foi necessário a utilização de medicamentos para que a pressão arterial fosse controlada juntamente com o colesterol.
Após quinze anos desde o início do experimento, é provável que você pense que o grupo que não teve acompanhamento houvesse morrido mais pessoas. O interessante desse experimento foi que justamente o contrario aconteceu. Durante esses 15 anos morreram muito mais pessoas que haviam sofrido a intervenção dos pesquisadores e levaram uma vida “mais saudável”. De começo de fato as condições de vida do grupo que sofreu intervenção dos doutores realmente melhoraram, porém, se comparado ao outro grupo, mais pessoas morreram.
E após quatro décadas desde o inicio do experimento, os pesquisadores avaliaram novamente os grupos e notaram que os resultados anteriores haviam se repetidos. Então os pesquisadores analisaram a rotina de trabalho, sono, períodos de descanso. Por mais incrível que pareça, e até mesmo sendo um pouco irônico, as pessoas com maior probabilidade de perder a vida eram aqueles que trabalhavam muito e descansavam pouco, e boa parte deles estava no grupo que precisou “andar na linha”.
Os estudos mostraram que os homens que haviam tirado 3 semanas ou menos de férias uma vez no ano, possuíam 37% mais chances de morrer se comparados aos que tiraram períodos de férias maiores. Mostrando o quanto o stress é nocivo para a saúde humana até mesmo em questões cardiovasculares e não apenas em questões da psique humana.
No grupo controle a coleta dos dados relatou os mesmos resultados: Aqueles que trabalhavam ou estudavam demais sem tirar um tempo para o descanso ou sem tirar tempo para as férias, eram justamente as pessoas com maiores chances de morrer.
“Os danos causados pelo regime intensivo de estilo de vida concentraram-se em um subgrupo de homens com um período de férias anual mais curto. Em nosso estudo, homens com férias mais curtas trabalhavam mais e dormiam menos do que aqueles que tiravam férias mais longas. Este estilo de vida estressante pode ter anulado qualquer benefício da intervenção. Achamos que a intervenção em si também pode ter tido um efeito psicológico adverso sobre esses homens, acrescentando estresse às suas vidas”. Admitiu o professor responsável pelo estudo, mostrando que até mesmo uma tentativa de levar uma vida mais saudável, foi em vão sem um período suficiente para o descanso e para o relaxamento, onde o stress reinou.
O professor concluiu seu estudo com o seguinte pensamento: “Nossos resultados não indicam que a educação em saúde é prejudicial. Em vez disso, eles sugerem que a redução do estresse é uma parte essencial dos programas que visam reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Os conselhos de estilo de vida devem ser sabiamente combinados com o moderno tratamento medicamentoso para prevenir eventos cardiovasculares em indivíduos de alto risco”.
Referência :
