Você sabe o que é o Paludismo?

Giovanna Rollemberg
BioBlog ESEM
Published in
5 min readApr 20, 2018

Escrito por: Danilo Mota, Emanuella Kunz, Giovanna Rollemberg, Isabella Bazilio e Larissa Oliveira.

O Paludismo, ou a Malária, é uma doença causada pelo parasita Plasmodium sp., transmitido pela picada de mosquitos infectados. Só no Brasil existem mais de 150 mil casos por ano. Seus sintomas são: dores locais nos músculos ou no abdômen; febre, calafrios, fadiga, mal-estar, suor noturno, tontura, tremor ou suor no corpo; diarréia, náusea ou vômito no aparelho gastrointestinal; também é comum dor de cabeça, falta de ar, palidez, pele e olhos amarelados ou ritmo cardíaco acelerado.

A gravidade da doença varia de acordo com a espécie de Plasmodium sp. Por mais que seja uma doença grave, existe um tratamento, que é feito por meio do uso de antiparasitários. Medicamentos são antiparasitários que matam os parasitas e Antibióticos que matam as bactérias ou interrompem o desenvolvimento delas.

A malária é um problema que ainda requer muita pesquisa e investimento para combate, mesmo que o financiamento dos programas de luta contra tal enfermidade tenha aumentado muito desde 2000. As taxas de mortalidade e a escada de incidência já diminuíram consideravelmente, principalmente em países onde o foco se concentra em uma população de alta renda com capacidade financeira para investir em tratamento.

Dados recentes mostram que cerca de 400 mil (quatrocentas mil) pessoas morrem anualmente de Paludismo no mundo. O dia 25 de abril é considerado, pela (Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Luta Contra a doença. É importante aproveitar esta data para chamar atenção sobre o impacto devastador nas famílias, comunidades e no desenvolvimento ao nível mundial e regional da doença.

Usando os dados dos 106 países com transmissão do paludismo em 2000, 64 deles devem ainda atingir a meta de reversão da incidência do paludismo fixada nos Objetivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM). Dos 64 países, 55 estão no bom caminho para atingirem as metas da Assembleia Mundial da Saúde (MAS) e do programa fazer recuar o Paludismo (FRP) estabelecem uma redução das taxas de incidência dos casos de paludismo em 75%, até 2015.

Uma das estratégias mais vitais para a prevenção do paludismo é a utilização de mosquiteiros tratados com inseticida e a pulverização nas casas com inseticidas. Para agilizar os progressos no sentido das metas mundiais e regionais, a OMS apela aos países afetados pelo paludismo para reforçarem os investimentos na prevenção do paludismo para impulsionar os países na via da eliminação.

Vale lembrar que os países se comprometeram em acabar de vez com a epidemia de paludismo até 2030, como um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, considerado que a data é uma ocasião para renovar o compromisso político e continuar a investir na prevenção e controle do paludismo.

Apesar destes notáveis progressos, é preciso fazer bastante mais. Há milhões de pessoas em risco de paludismo que ainda não têm acesso a intervenções como mosquiteiros tratados com inseticida (MTI), testes de diagnóstico e tratamento com associações medicamentosas à base de artemisinina (ACT). É necessário identificar urgentemente o financiamento necessário para continuar a reforçar e a manter os esforços de controlo do paludismo e para garantir que as populações mais vulneráveis tenham acesso a intervenções salva-vidas.

O paludismo está diretamente ligado com a pobreza e, antes de fazer uma análise dessa afirmação, é necessário entender o que são doenças negligenciadas, já que a citada anteriormente faz parte desse grupo.

Doenças negligenciadas são aquelas que não apenas se tornam mais visíveis em condições de pobreza, mas também contribuem para o aumento do quadro de desigualdade, já que representam um obstáculo ao desenvolvimento econômico dos países.

Como estão presentes em muitos países e atingem milhares de pessoas, existem sim pesquisas relacionadas às doenças negligenciadas, mas são poucas e não há forte avanço. Além disso, grandes empresas farmacêuticas não investem em fármacos, vacinas e métodos diagnósticos, uma vez que o retorno lucrativo é quase nulo, já que a população atingida é de baixa renda. Esse é o caso do paludismo em países subdesenvolvidos ou em processo de desenvolvimento.

Em países de baixo rendimento, as comunidades com maior índice de infecção da malária são as mais pobres e marginalizadas e, por isso, possuem maiores riscos quanto a doença e menor chance de prevenção diagnóstico e tratamento. É claro que, nos últimos anos, o investimento em combate cresceu muito, mas ainda não totalizou o suficiente para poder abranger toda essa população necessitada. Embora haja pesquisa, ela não é prioridade para o governo e as instituições com capacidade para realizarem tratamentos, uma vez que isso não geraria lucro para tais.

Em questão de pesquisa, o Ministério de Saúde toma algumas medidas no Brasil. O MS tem investido na organização de redes de pesquisa eficazes para a indução ao desenvolvimento de uma dada área de pesquisa, assim criou-se a rede malária, que teve suporte financeiro inicial de R$ 15,4 milhões para o desenvolvimento de projetos em rede no período de três anos e tem por objetivo reunir competências para gerar o enfraquecimento da malária nos países. O propósito é reunir as instituições que concentram tais competências e pesquisadores suficientes para compartilhamento de infraestrutura para a pesquisa e equipamentos de custo elevado. No entanto, ainda há muito a se fazer, tanto dentro quanto fora do Brasil.

Sabe-se que o financiamento anual para o controle do paludismo em 2013 (US$ 2,7 milhões) foi três vezes superior ao de 2005, embora tenha representado apenas 53% de financiamento a nível mundial. Os investimentos internacionais representaram 82% do financiamento total do paludismo, tendo os investimentos nacionais atingido 18% (US$ 527 milhões). Segundo o “relatório sobre o paludismo no mundo”, escrito em 2014, são necessários cerca de US$ 5,1 mil milhões para se atingirem as metas mundiais de controlo e eliminação do paludismo. Para reduzir a falta de US$ 2,4 mil milhões, os governos dos países com paludismo endémico e os financiadores internacionais terão de atribuir maior prioridade ao investimento na luta contra o paludismo, visando o lado social e humanista e não apenas o econômico, procurando suprir uma meta de equidade e não de lucro.

A escassez de vacinas e métodos preventivos para a doença decorre da falta de investimentos em estudos e pesquisas, já que o alvo do Paludismo é a população mais pobre, e o governo não quer gastar dinheiro sem a garantia de um retorno. Por mais que o dinheiro seja importante, e muitas vezes, indispensável, a população necessita e tem, como direito o acesso à saúde.

Bibliografia

http://tpa.sapo.ao/noticias/sociedade/quatrocentas-mil-pessoas-morrem-anualmente-por-paludismo-no-mundo

http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/160458/WHO_HTM_GMP_2016.2_por.pdf;jsessionid=9A4A7D348E5D52E9CD63B536E20DE1DA?sequence=3

World Malaria Report. Organização Mundial da Saúde (WHO), 2016. Disponível em: http://www.who.int/malaria/publications/world-malaria-report-2016/report/en/

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