Imagem 1 — Amamentação. Fonte: Canva, 2020

Anatomia da mama e fisiologia da amamentação

Deborah Luz
Biolhar
Published in
5 min readAug 3, 2020

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Olá, tudo bem? No post de hoje, iremos falar um pouco sobre os processos responsáveis pela formação da mama, e os fatores envolvidos na produção do leite materno.

Embriologia

Antes de qualquer coisa, é necessário que seja compreendido como a mama é formada no desenvolvimento embrionário.

Formação da mama - Na sexta semana de gestação ocorre a formação de estruturas, denominadas, linhas mamárias que originam-se na ectoderme, e desenvolvem-se nas cristas mamárias primitivas, posteriormente, essas cristas irão passar por um processo de fragmentação, formando os chamados placóides, esses que, por sua vez, sofrerão diferenciação, dando origem as glândulas mamárias que são glândulas apócrinas, isto é, são caracterizadas por eliminar junto com as secreções por elas produzidas, uma parte das células. Além disso, são ativadas no período da puberdade.

Simultaneamente a esses processos, ocorre, também, o desenvolvimento da aréola que corresponde a uma região circular que pode possuir leves proeminências que são formadas, devido a presença de uma glândula chamada Montgomery, responsável pela produção de uma secreção oleosa que protege essa região contra microorganismos. Ademais, acontece, durante esse período a formação dos ductos lactíferos que são os responsáveis pelo transporte do leite materno.

As glândulas mamárias podem modificar-se a depender do estágio de vida da mulher, desse modo, são consideradas extremamente dinâmicas. No período puerperal, ou seja, em seguida ao parto, essas glândulas são ativadas com o objetivo de estimular a produção do leite.

A palavra mama deriva do latim, “mamma” e refere-se a animais que possuem glândulas mamárias (Mamíferos)

Composição e Anatomia da Mama

As mamas são órgãos pares e localizam-se na parede anterior do tórax. As glândulas mamárias são compostas por lobos de secreção, esses, por sua vez, são constituídos de alvéolos mamários e glândulas que juntos atuam na produção do leite. O conjunto de 10 a 100 alvéolos formam os lóbulos. Outrossim, os lóbulos convergem-se formando os ductos lactíferos, esses que abrem-se nos mamilos, local por onde o leite é transferido para a criança. Cada lobo é separado de outro, pela presença de ligamentos suspensores.

Imagem 2 — Anatomia da mama. Fonte: fisiomaterna.blogspot.com

Modificações dos seios durante a gestação

Durante o período gestacional, os seios pela influência dos hormônios produzidos pela placenta (progesterona e estrogênio), passam por um processo de alterações, onde, ficam maiores, devido ao evento de hipertrofia, episódio em que acontece o aumento do tecido adiposo. Além disso, tornam-se bem mais sensíveis. É observado também, o escurecimento da aréola, e a produção de secreções que limpam, hidratam e protegem os mamilos.

No decorrer da gestação, mais precisamente no nono mês, ocorre a dilatação alveolar que é estimulada pela intensa vascularização. Ademais, as células secretoras presentes nos alvéolos, passam por uma alteração de tamanho, tornando-se maiores. Devido a essa gama de fatores, observa-se o crescimento das mamas.

É importante esclarecer, que o tamanho da mama não interfere na quantidade de leite que será produzido. Entretanto, mamas menores tendem a armazenar uma quantidade menor do líquido, quando comparadas a mamas maiores, logo, tal fator, influencia na frequência com que a criança necessitará mamar. Normalmente mães que possuem seios menores, amamentam em intervalos de tempo menores.

Dentro do contexto, pode ser observado que durante toda a gestação os seios da mulher são preparados para a produção do leite que acontecerá logo após o parto.

Produção do leite

Momentos depois do nascimento, a adeno-hipófise é responsável por acelerar a produção de prolactina, essa que tem como finalidade estimular a fabricação de leite pelo alvéolos.

A produção do leite em grande quantidade, acontece em aproximadamente 48 a 72 horas, após o parto. É preciso ressaltar que durante a gestação, a prolactina também é produzida, entretanto, sua ação é inibida, devido a presença de outros hormônios.

Dessa maneira, quando o bebê nasce, os níveis dos hormônios da gravidez caem, aumentando, os níveis de prolactina, logo, ocorre a secreção do colostro, caracterizado como o primeiro leite que é produzido pela mulher, apresentando coloração amarelada.

A primeira mamada da criança é também chamada de primeira vacina, fornecendo inúmeros nutrientes para o bebê, além de fortalecer o vínculo afetivo entre a mãe e o filho.

O contato do bebê com a mama, incentiva as terminações nervosas, o que contribui na liberação da prolactina e ocitocina, hormônios que trabalham e são responsáveis pela produção do leite e ejeção desse, respectivamente.

Vamos entender então, como a prolactina e ocitocina atuam.

Como já foi citado, a prolactina é o hormônio responsável por estimular a produção do leite, esse, torna-se elevado em aproximadamente duas horas após o parto. Após a mamada, a prolactina, estimula novamente a produção láctea, para a próxima mamada.

Já a ocitocina é o hormônio encarregado pela contração das células que circundam os alvéolos, fazendo com que o leite flua dos alvéolos para os ductos lactíferos, e posteriormente, para o mamilo. A sucção do bebê impulsiona a produção de impulsos nervosos, fazendo com que a hipófise inferior, libere a ocitocina. A ação da ocitocina, pode ser alterada decorrente de alguns fatores, como ansiedade e estresse.

Podemos dividir o processo de Lactogênese em 3 fases.

Lactogênese I — Preparação da mama durante o período da gestação, preparando-as para a produção de leite que ocorrerá após o parto

Lactogênese II — Após o nascimento, inicia-se a processo de produção láctea, denominado de apojadura.

Lactogênese III — Período chamado de Galactopoiese, onde ocorre a produção do leite de forma contínua, até os estímulos serem cessados.

No ato da amamentação é fundamental que a mãe e a criança sintam-se confortável, logo, deve ser, um período agradável, ambos devem contar com uma rede de apoio formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas. Além disso, é essencial que o pai participe de maneira ativa, auxiliando a mulher em todo o processo, para que tudo ocorra da melhor maneira possível.

Espero que tenham gostado dessa breve explicação sobre esse assunto tão importante. Não esqueçam de deixar as dúvidas, e de compartilhar esse material, caso tenham achado útil. Um grande abraço e até a próxima.

Referências

LOURENÇO, Rafael. Anatomia da mama feminina. 2020. Disponível em: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-mama-feminina. Acesso em: 18 jul. 2020

SRIRAMAN, Natasha K.. The Nuts and Bolts of Breastfeeding: anatomy and physiology of lactation. Current Problems In Pediatric And Adolescent Health Care, [S.L.], v. 47, n. 12, p. 305–310, dez. 2017. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.cppeds.2017.10.001.

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Deborah Luz
Biolhar
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Estudante de Ciências Biológicas, uma bióloga em formação.