Câncer Infantojuvenil
Olá pessoal, como vocês estão? Hoje iremos falar sobre o Câncer Infantojuvenil.
Conhecer suas características e sintomatologia é imprescindível, uma vez que o diagnóstico precoce é essencial para cura dessa doença.
Alguns dados estatísticos….
O crescimento populacional, o desenvolvimento socioeconômico e as mudanças nos hábitos de vida, são responsáveis pela crescente incidência e mortalidade do câncer, que atualmente se constitui como uma das principais caudas de morte no mundo. Esse, foi responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018, acometendo indivíduos de todas as raças, sexos, classes sociais e faixas etárias, incluindo a infância e adolescência
No Brasil, o câncer infantojuvenil constitui a primeira causa de morte de crianças e adolescentes na faixa etária de 1 a 19 anos, e estima-se que a cada novo ano do triênio 2020–2022 serão diagnosticados 4.310 novos casos de crianças e adolescentes do sexo masculino, e 4.150 para o sexo feminino.
Mas, quais são as diferenças entre o câncer de adulto e o câncer infantojuvenil?
Esse é um questionamento bastante comum, já que aprendemos que a exposição prolongada aos fatores de risco como radiação e hábitos de vida desregrados, como tabagismo e o etilismo são precursores de alguns tipos de câncer, por que as crianças desenvolvem essa doença, já que em sua maioria não foram expostas à esses fatores?
Os fatores de risco relacionados com o estilo de vida, diferentemente dos cânceres de adulto, não influenciam no desenvolvimento do câncer infantojuvenil. Esse, possui origem predominantemente de células embrionárias, originado de alterações na divisão celular, por erros no processo de duplicação do DNA, resultando em um crescimento desordenado das células. Desse modo, essa patologia apresenta características morfológicas, topográficas e o comportamento clínico distintos dos cânceres que acometem adultos, em virtude do seu curto período de latência, seu rápido crescimento e por serem mais invasivos.
Os adultos são mais acometidos por neoplasias de pulmão, mama, próstata, cólon, estômago, fígado e reto. Já no público infantojuvenil, as neoplasias do sistema hematopoiético, do sistema nervoso central e os linfomas são mais frequentes.
Quais são os tipos de cânceres infantojuvenis?
Nesse post, iremos falar brevemente sobre alguns dos tipos de cânceres infantojuvenis, uma vez que existe uma ampla diversidade, com características fisiopatológicas distintas.
· Leucemias: São os mais comuns e representam 30% dos casos diagnosticados. As células leucêmicas apresentam origem na medula óssea, atingindo consequentemente o sangue, e se infiltrando nos gânglios linfáticos, no baço, fígado, no sistema nervoso central (SNC), nos testículos e em outros órgãos.
· Tumores do SNC: São os tumores malignos sólidos mais comuns nas crianças. Tanto em adultos quanto em crianças, geralmente surgem em diferentes áreas e a partir de diferentes tipos de células e têm tratamentos e prognósticos diferentes.
· Linfoma de Hodgkin: Atinge o sistema linfático, que é responsável por grande parte das defesas do organismo. Pode atingir crianças e adultos, sendo mais comum em adolescentes a partir de 15 anos, e pessoas acima de 55 anos.
· Linfoma Não-Hodgkin: Também apresentam origem no sistema linfático, e é o terceiro câncer que mais afeta crianças e adolescentes.
· Retinoblastoma: Apresenta origem nas células oculares que formam parte da retina, apresentando como sinal mais comum o brilho ocular chamado de “reflexo do olho de gato”. Esse pode apresentar origem hereditária ou esporádica e costuma surgir em crianças entre 2 e 3 anos.
Como dito anteriormente, por existir uma ampla diversidade, deixaremos esse assunto para um próximo post em que explicaremos detalhadamente.
E quais são os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil?
O câncer infantojuvenil apresenta sintomas inespecíficos, e é normalmente confundido com outras doenças benignas da infância. Essa não associação do quadro clínico da criança com o câncer, é responsável por grande parte dos diagnósticos errôneos, pela peregrinação desnecessária pelos serviços de saúde, e consequentemente pelo diagnóstico tardio que dificulta a possibilidade de cura do indivíduo.
Assim, de forma simples e objetiva, vamos expor alguns dos sinais e sintomas mais frequentes em cada patologia que compõem os cânceres infantojuvenis.
· Leucemias: pela invasão da medula óssea por células cancerígenas, a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos, apresentar hematomas e sentir dores ósseas.
· Retinoblastoma: embranquecimento da pupila quando exposta à luz, fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo).
· Tumor de Wilms ou neroblastoma: aumento do volume ou surgimento de massas no abdômen.
· Osteossarcoma: surgimento de massas/nódulos, visíveis ou não, causando fortes dores nos membros.
· Tumores do SNC: dores de cabeça, vômitos, alterações motoras e comportamentais, como também paralisia de nervos.
No entanto, vale ressaltar, que os sinais e sintomas não se restringem a esses acima citados, sendo eles apenas os mais frequentes.
Ressalta-se, ainda, que apresentar esses sinais e sintomas não fecham o diagnóstico de câncer, mas devem ser considerados como alerta para procurar o serviço de saúde imediatamente !!
Esse câncer tem cura?
Apesar de raro, o câncer infantojuvenil pode ser curado. A evolução do processo de tratamento desse câncer tem mostrado resultados significativos. Em média, 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. Dessa forma, a maioria deles poderá ter uma boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
Diante disso, compreendemos que o diagnóstico precoce é extremamente importante para a cura do câncer infantojuvenil, e difundir o conhecimento sobre as características dessa patologia, os tipos e seus sinais e sintomas pode auxiliar os familiares dessas crianças a identificarem esses sinais de alerta, e procurarem imediatamente o serviço de saúde.
Hoje finalizamos por aqui, com essa breve introdução sobre o câncer infantojuvenil. Espero que esse assunto tenha sido útil em sua rotina de estudos, e em breve falaremos mais sobre esse assunto.
Nos aprofundaremos nos tipos, formas de diagnóstico e tratamento dessa patologia….
Referências
American Cancer Society. Types of Cancer that Develop in Children 2019. American Cancer Society. Atlanta, Georgia. 2019. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/all-cancer-types.html. Acesso em 11 jun. 2020
BRAY, F. et al. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: a cancer journal for clinicians, v. 68, n. 6, p. 394–424, 2018. Disponível em: https://acsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.3322/caac.21492. Acesso em 10 jun. 2020.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Informativo vigilância do câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//informativo-vigilancia-do-cancer-n7-2020.pdf. Acesso em: 11 jun. 2020.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVAa. Tipos de câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2019. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer. Acesso em: 11 jun. 2020.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVAb. Estimativa 2020–2022 . Rio de Janeiro: INCA, 2019. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf. Acesso em 11 jun. 2020
