Frozen Middle — Média Gestão na Transformação Ágil
Palestras, workshops, fóruns de discussões… De uns anos para cá, muito tem-se falado sobre a transformação ágil. Pelo menos uma palestra em qualquer evento de ágil, falará sobre o assunto e, não é para menos, afinal, grandes companhias, não importando o seu setor, estão mudando sua forma de pensar e de agir.
Existe fórmula mágica para ter sucesso na transformação? Não tem (ou pelo menos ninguém conseguiu criar uma) e eu também não tenho a ambição de conseguir uma. No entanto, uma das dores que eu tive durante a transformação ágil chama-se Intenção da Média Gestão. Isso significa que a média gestão de uma empresa é o problema para transformação ágil? Não! Mas dependendo da sua intenção, isso pode afetar positivamente ou negativamente.
Muitas vezes, não é declarado que a média gestão é contra as decisões da alta gestão, mas podemos verificar o seu comportamento mediante as ações que a companhia toma. Jonathan Byrnes (Middle Management Excellent) utilizou o termo Frozen Middle (algo parecido com média gestão congelada) para definir a média gestão que mediante a iniciativa que a alta gestão tome, ela irá praticamente parar através da sua indisposição e da sua incapacidade para conduzir.
Para quem já conviveu com o Frozen Middle, mesmo não conhecendo esse termo, consegue facilmente identifica-lo. O contexto é basicamente o seguinte: o C-level entende o mindset ágil e sabe que precisa responder as mudanças que o mercado pede, porém a média gestão tem medo de perder o “poder”. As ações do Frozen Middle são:
- Focar somente na eficácia e ignorar a eficiência;
- Marketing negativo do ágil com os argumentos:
- É um caos;
- Não tem prazo e nem escopo;
- Se fixar prazo, volta a ser cascata (waterfall);
- Não precisa documentar nada;
3. Esconder os problemas de todos os stakeholders, pois não pode “mostrar a cozinha para o cliente” (foi exatamente esta frase que eu escutava);
4. Criar várias “reuniões de alinhamento” para realizar uma micro-gestão;
5. Fortalecer a hierarquia na base do comando e controle;
6. Não valorizar a colaboração entre as pessoas;
Mesmo com todos os pontos acima, a média gestão ainda se diz adepta ao ágil, mesmo não sabendo o que é ser ágil.
E não seria simples resolver? Não bastaria o Frozen Middle se capacitar? Seria, porém como vemos no nosso dia-a-dia e também lembrado pelo Jonathan Byrnes, a principal resposta é “não ter tempo para isso”.
Robert Tingaud sugere alguns exemplo de como “descongelar” o Frozen Middle, dentre eles:
· Definir uma missão/visão da transformação ágil;
· Criar um backlog;
· Ser transparente;
Funciona? É a fórmula mágica? Não, mas ajuda a quebrar a barreira que o Frozen Middle cria.
Tem alguma sugestão ou crítica? Me mande! Vamos discutir mais!
Até mais!