O hype da inovação: onde ela realmente está, afinal?

Raquel L. Duque
bionexo
Published in
3 min readJun 12, 2017

No senso comum, o conceito de inovação está associado ao universo da tecnologia, embora a realidade empresarial mostre que a inovação aplicada pode ser bem mais intangível e ampla; na saúde digital, por exemplo, o maior valor da inovação não costuma estar na tecnologia em si, mas no seu poder de criar redes que melhor conectam pessoas, informações e processos.

Em grandes organizações muito se fala (e se investe) para que a inovação esteja mais presente no dia-a-dia e estratégia futura da empresa. Por outro lado, no segmento de startups a inovação é pilar fundamental de todo e qualquer negócio.

Mas será que é isso mesmo? Será que, tanto nas grandes quanto nas pequenas empresas, não estamos falando demais de inovação e subestimando a ação?

Esta foi uma das provocações trazidas por Kat Wendelstadt em sua apresentação no espaço da whizHealth na feira Hospitalar, realizada no último mês de maio em São Paulo.

Dona de uma trajetória internacional em grandes empresas de tecnologia e saúde, incluindo uma temporada de incubação na incrível Singularity University, Kat já trabalhou com inovação em diversos mercados e culturas e propôs ao público pensar sobre ela de outra maneira — literalmente.

Tendo como ponto de partida a máxima de gestão empresarial “culture eats strategy for breakfast”, ela ressalta que o mindset é ainda mais poderoso que a cultura; é justamente nos modos de se pensar e perceber que começa todo processo de mudança almejado pela inovação. Para criar um mindset favorável, é preciso ir além do discurso e da estratégia racional e engajar-se de uma forma mais pessoal — ou melhor dizendo, desengajar-se de raciocínios e conclusões automáticas — para abraçar a transformação vigente nos mercados e consumidores.

Kat aponta algumas atitudes que favorecem o desenvolvimento do mindset de inovação, como: apaixonar-se pelo problema de forma otimista; ser curioso e aceitar o desconhecido; admitir que não sabe e querer aprender; encarar obstáculos com criatividade; não partir do que outros já fizeram, entre outras coisas. Em nível organizacional, destaca ações como montar times heterogêneos e diversos e promover maior tolerância aos erros (algo difícil, mas recompensador).

Tais habilidades e práticas se mostram cada vez mais necessárias no mercado brasileiro, com seus desafios regulatórios, financeiros e de ambiente geral de negócios. E, embora existam boas soluções na saúde digital, que contornam tais dificuldades, Kat aponta como é notável a multiplicação das startups copycats que surgem na esteira de alguns inovadores bem sucedidos, replicando modelos de negócio sem qualquer inovação envolvida.

Para combater este movimento que nada agrega ao ecossistema, é importante que novos empreendedores resistam à tentação de partir de um porto “seguro” e busquem questões ainda não resolvidas de clientes, profissionais ou instituições, para então desenharem suas soluções. E, cá pra nós, quem conhece o tamanho e complexidade do mercado de saúde sabe que há muitos pontos a serem resolvidos ou melhorados com a ajuda da tecnologia — e claro, da inovação.

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