Retrospectiva Usando Dixit
A primeira vez que brinquei com Dixit (afinal, a gente nunca é velho para brincar) foi na casa de uns amigos e confesso que foi amor à primeira vista por este “jogo de cartas”. Para quem não conhece, o jogo foi criado pelo francês Jean-Louis Roubira, um psiquiatra infantil, e consiste basicamente de uma pilha de cartas com desenhos um tanto quanto… digamos… sonhadores.
Saindo de um sonho sem nexo nenhum, os desenhos das cartas dispertam a imaginação dos jogadores o que permite que trabalhemos vários pontos dentro de um time. Mas antes, vamos explicar primeiro como é a instrução original do jogo. Cada jogador recebe 6 cartas e fichas para votação. É definido quem será o “contador de estória” da vez e este escolhe uma carta da sua mão (sem deixar os outros jogadores verem). Ele fala uma frase ou uma palavra que remeta esta carta e os demais jogadores precisam escolhar uma carta dentre as 6 cartas que eles tem que se pareça com a frase ou palavra dita pelo “contador de estória”.
Depois que todo mundo escolheu, o “contador de estória” da vez reúne todas as cartas escolhidas, as embaralha e distribui na mesa para que todos possam ver os desenhos. Nesta hora, todos os jogadores votam na carta que eles acham que era do “contador de estória”. O intuito dos demais jogadores é acertar a carta do contador de estória e o intuito dele é que poucas pessoas acertem suas cartas (o máximo de pontos que o contador de estórias ganha é quando apenas 1 pessoa acerta sua carta e os demais jogadores errem). Parece bem confuso, mas confesso que depois da primeira rodada, você pega o jeito e logo vicia no jogo!
A idéia de utilizar o jogo nos times ágeis aqui na Bionexo veio quando vi um post do meu amigo João Reis e logo fui pesquisar como utilizar o jogo. Existe algumas maneiras (além das instruções originais do jogo) que podemos utilizar, dentre elas:
- Associação das cartas com as situações que o time passou durante a sprint (ou o timebox escolhido);
- Associação das cartas com os sentimentos do time;
- Proposta de soluções para os problemas utilizando as imagens do jogo;
A Mirna do Trainers Toolbox sugere outros alguns jeitos de utilizar o jogo nas retrospectivas no post http://www.trainers-toolbox.com/home/dixit-creativity-meets-storytelling .
Para a primeira vez aqui utilizando o Dixit, resolvi utilizar as instruções originais para alcançar os seguintes objetivos:
- construir o espírito de equipe nos times;
- aprimorar a comunicação entre os membros do time;
- fazer as pessoas pensar fora da caixa;
- fazer as pessoas pensar como a outra pessoa pensaria;
- melhorar storytelling;
- e se divertir!
Na primeira parte da Retrospectiva, são explicadas as regras do jogo e a pontuação, porém, como não era o objetivo ganhar o jogo, foi explicado que o time deveria gastar mais tempo explicando o ponto de vista de cada um na escolha do que apenas jogando. A segunda parte da reunião foi basicamente do jogo e a terceira e última parte foi dedicada a uma pesquisa rápida utilizando o mentimeter (para saber mais: https://www.mentimeter.com).
A pesquisa basicamente serviu para saber a aceitação do jogo pelo time e como eles estavam se sentindo e/ou o que acharam dele. Como mostra o resultado, o jogo foi bem aceito pelo time.
Surpresas Geradas Durante o Jogo
Durante uma das rodadas, o time sugeriu que ao invés de usar palavras, a carta representasse o jogador da vez. Então, todos os jogadores deveria escolher a carta que melhor representasse o “contador de estórias” da vez e, em seguida, todos os jogadores deveriam escolher a carta que o “contador de estórias” escolheu.
A idéia dessa jogada trouxe alguns resultados como:
- Auto conhecimento;
- Feedback dos demais membros do time para o contador de estórias;
- Empatia;
Pontos a Melhorar
Se forem seguir as intruções originais do Dixit, é importante ressaltar que o grande valor que será agregado ao time é a discussão dos diversos pontos de vista dos membros do time. Muitas vezes, a empolgação do jogo pode fazer com que os jogadores esqueçam de discutir, por isso, o facilitador deverá sempre ressaltar a discussão. Se forem jogar pensando em como o time se enxerga ao invés de utilizar palavras ou frases, o facilitador precisa perceber o momento que o time está para não gerar intrigas ou discussões desnecessárias.