Recomendações da semana #1
Coisas interessantes que vi durante a semana e que merecem ser compartilhadas com você
O Recomendações da Semana é um post inspirado no “Camaleótica Recomenda”, que por sua vez foi inspirado no “Qual é a Boa?” do Braincast e no Farol Aceso do Mamilos Podcast. Como já explica o subtítulo, é uma lista de coisas marcantes que merecem destaque. Elencar itens que valeram a pena serem consumidos durante a semana é tão proveitoso quanto inserir no diário uma relembrança de todos os melhores momentos do dia.
Somente depois de decidir dar um tempo da minha rede social favorita, o Twitter, uma constatação óbvia me fez refletir sobre como consumimos conteúdo na internet: infelizmente, a indignação é um grande combustível para novos assuntos. Por isso, urge a importância de existirem “safe places”, lugares totalmente alheios às nossas frustrações cotidianas por vezes causadas e por outras vezes alimentadas pela forma como interagimos com as novidades do nosso mundo, veiculadas diariamente através de nossos smartphones, tablets e computadores. Dito isto, há três objetivos a serem alcançados com este Recomendações da Semana:
- A tentativa de se publicar apenas recomendações engrandecedoras.
- A tentativa de fazer com que este post seja semanal.
- A tentativa de, com esta iniciativa, influenciar mais pessoas a criarem seus próprios safe places na internet, assim como o BrainCast, o Camaleótica e o Mamilos Podcast me influenciaram também.
Reggie Yates: Outside Man
O Outside Man veio a mim através do “Qual é a Boa”. Trata-se de uma série documental na qual Reggie Yates, um ator e apresentador inglês, aceita entrar em contato com realidades que lhes são completamente novas. É interessante perceber como é construído o ponto de vista do Reggie a respeito de tudo o que ele encontra. No primeiro episódio, por exemplo, é mostrada a vida nas favelas brancas de Joanesburgo, compostas basicamente por sul-africanos descendentes de holandeses — tudo isso a partir do olhar de um europeu negro de classe média alta. Nada vai te preparar para esse mindfuck.
Outro choque cultural é ver de perto os movimentos nacionalistas em ascensão na Rússia. Nos faz refletir sobre como o background político-social russo possibilita que o neonazismo aconteça fortemente entre os jovens de lá. Há uma tentativa de resgate dos valores de uma pátria russa livre de imigrantes e totalmente branca, justificada pelo ultranacionalismo e o ódio ao diferente. Outro ponto notável do mesmo episódio é a fala de um supremacista branco explicando por que é contrário à miscigenação racial, deixando claro que a combinação entre ignorância e convicção resultam no ódio ao diferente que não é nem de longe exclusividade brasileira ou britânica. Não é porque a Rússia é um país com altíssimo acesso à educação, que seus cidadãos estão livres de recorrerem à biologia pré-darwiniana para justificar preconceitos.
Ano: 2017
Gênero: série documental
Onde encontrar: Netflix
Alto’s Odyssey (Android, iOS)
Dos criadores de Alto’s Adventure, e funcionando como uma continuação deste, Alto’s Odyssey é um game de sandboard mobile que oferece uma divertida e relaxante experiência de descer montanhas em cima de uma prancha em 2D. Os controles são simples e são dois:
- Apertar a tela para saltar.
- Segurar a tela durante o salto para dar um mortal.
Difentemente de Alto’s Adventure, Odyssey se passa em uma montanha de areia onde os varais dão lugar a balões, anciãos dão lugar a lêmures e lhamas são lugar a aves do paraíso. Ao longo do caminho você desbloqueia personagens com características únicas, além de melhorar alguns itens e encontrar outros. Há também um “modo zen” onde não existe game over e você joga infinitamente enquanto desfruta dos sons da montanha e da música relaxante do game. Destaque para o lindíssimo cenário e para a belíssima trilha sonora.
Ano: 2018
Gênero: sandboard mobile game
Onde encontrar: Google Play (Android) e App Store (iOS)
White Sun Live. Pt. I: Strings (2018) — JFDR
White Sun Live, Pt. I: Strings é o primeiro EP da multi-instrumentista islandesa JFDR (aka Jófríður Ákadóttir) a ser lançado após Brazil (2017), seu debut album. O trabalho traz rearranjos de canções da JFDR e de outros de seus projetos musicais. As composições são adoçadas pelo timbre suave, por vezes sussurrado da vocalista, e contêm padrões melódicos que costumam repetir-se ao passo que estendem-se pela extensão das escalas. A atmosfera criada por experimentações que misturam indie folk e música eletrônica alcança belíssimas paisagens sonoras. Eu desisti de tentar parar de ouvir esse EP, em especial a apaixonante canção que o nomeia.
Ano: 2018
Gênero: Indie Pop Eletrônico
Onde encontrar: Spotify e Bandcamp